O Ministério das Relações Exteriores divulgou nesta segunda-feira (25/04) uma nota em que manifesta a preocupação do governo brasileiro com a “escalada da violência na Síria”. A atual série de protestos contra o governo do presidente Bashar Al Assad começou em março, se alastrou por várias cidades do país e, segundo manifestantes, já deixou centenas de mortos. Assad está no poder há quase 11 anos.
“O governo brasileiro reitera o repúdio ao uso da força contra manifestantes desarmados e expressa a expectativa de que a crise seja equacionada pela via do diálogo”, diz a nota do Itamaraty. “O governo brasileiro sublinha que as aspirações legítimas das populações do mundo árabe devem ser equacionadas por processos políticos inclusivos e não pela via militar.”
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Para a diplomacia brasileira, compete ao Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) adotar medidas apropriadas para minimizar o impacto “das crises no mundo árabe” sobre a paz e a segurança internacionais. A nota também destaca a importância de organismos estrangeiros, em particular a Liga dos Estados Árabes e da União Africana, mediarem de forma diplomática os conflitos.
De acordo com a BBC Brasil, pela Síria ser considerada um dos países mais estáveis do Oriente Médio nas últimas décadas, a situação atual é de grande importância para a região. O país faz parte de uma aliança que reúne o Irã, os militantes do Hezbollah no Líbano, o Hamas na Faixa de Gaza e outros grupos radicais palestinos opostos à paz com Israel. Se a Síria mergulhar no caos, essa aliança pode se enfraquecer e o impacto mais grave poderá ser sentido no vizinho Líbano.
Leia na íntegra a nota do MRE:
Situação na Síria
O governo brasileiro manifesta preocupação com a escalada de violência na Síria, que ocasionou, nos últimos dias, elevado número de mortos, principalmente em Deraa, Homs e nos arredores de Damasco. O Governo brasileiro reitera o repúdio ao uso da força contra manifestantes desarmados e expressa a expectativa de que a crise seja equacionada pela via do diálogo.
O governo brasileiro sublinha que as aspirações legítimas das populações do mundo árabe devem ser equacionadas por processos políticos inclusivos e não pela via militar.
O governo brasileiro reafirma o entendimento de que a responsabilidade pelo tratamento dos impactos das crises no mundo árabe sobre a paz e segurança internacionais recai sobre o Conselho de Segurança das Nações Unidas e ressalta a importância do papel dos organismos regionais – em particular a Liga dos Estados Árabes e a União Africana – nos esforços de mediação diplomática.
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