O cineasta argentino Fernando “Pino” Solanas lançou oficialmente nesta segunda-feira (02/05), sua candidatura à Prefeitura de Buenos Aires. Pré-candidato à presidência do país, o deputado nacional do movimento Proyecto Sur diminuiu as pretensões e agora tem como objetivo o posto de chefe de governo portenho.
Durante o anúncio de sua candidatura, Solanas lançou duras críticas ao atual prefeito de Buenos Aires e à presidente Cristina Kirchner. “A cidadania portenha está cansada de maltratos”, afirmou o cineasta, em relação à atual gestão. “A cidade não tem um plano estratégico de desenvolvimento, [existe] em déficit de 100 mil moradias e uma situação de decadência nos 33 hospitais”, denunciou.
Em relação à Polícia Metropolitana, criada pelo prefeito, afirmou “não é um bom conceito”, afirmando que a nova força de segurança municipal demanda um orçamento de 18 milhões de pesos mensais para proteger duas das 15 comunas da cidade.
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A campanha de Solas terá início em 16 de maio em um teatro da capital, onde serão anunciadas as demais candidaturas da coalizão esquerdista. Sondado até então como candidato do Proyecto Sur para a prefeitura da cidade, o deputado Claudio Lozano encabeçará, segundo Solanas, a lista dos legisladores nacionais do movimento.
O cineasta afirmou também que sua mudança de tática se deve a várias razões. Uma delas, garantiu, é que a votação nacional não será realizada na mesma data da municipal: “A primeira eleição importante será a da cidade, e é uma eleição estratégica porque marcará tendência”, afirmou.
Fundado em 2007, o movimento Proyecto Sur é uma coalizão de partidos de esquerda, que engloba o partido Proyecto Sur e o Movimiento Libres del Sur, o partido Socialista Autentico, o Buenos Aires para Todos e o Movimento Socialista dos Trabalhadores, entre outros. O movimento vem negociando uma frente eleitoral comum com o Partido Socialista e com o GEN, liderado pela deputada nacional Margarita Stolbizer.
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“Estamos aqui para trazer uma proposta abrangente, não viemos travar uma guerra com ninguém. Queremos pôr em evidência os 48 bairros portenhos e acabar com a diferença entre o norte e o sul da cidade”, afirmou, em referência à disparidade social entre a região de grande valor imobiliário e a de grande concentração de favelas, ou Vilas Misérias, como são conhecidas na Argentina.
A fórmula da candidatura de Solanas integraria como vice a ex-ministra de Saúde do governo de Cristina Kirchner, Graciela Ocaña. A confirmação, no entanto, ainda está em aberto, já que a constituição portenha exige que os candidatos a prefeito e vice-prefeito de Buenos Aires tenham “residência habitual e permanente” na capital, enquanto Ocaña reside em outra cidade da província.
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