A adesão da população de Madri aos jovens manifestantes que iniciaram uma onde de protestos por todo o país, aumentou durante todo o final de semana. Na noite deste sábado (21/05) além dos acampados na Porta do Sol, famílias inteiras e turistas se somam ao movimento, ajudando a levantar bandeiras a favor de reformas políticas, econômicas e trabalhistas da Espanha.
Preocupados com as mudanças nos principais pilares do desenvolvimento dos jovens na sociedade, como a Educação, o trabalho e possibilidade de ascensão financeira, as gerações anteriores, que viveram a Espanha com uma economia estável e melhora na qualidade de vida, também passou a integrar a multidão.
Kauê Mazon
Rafael Collantes e Mercedes Sanz com seus filhos.
“Viemos apoiar o protesto porque finalmente esses jovens se deram conta de que o poder está nas mãos deles”, diz Mercedes Sanz, que se juntou ao movimento acompanhada do marido e das duas filhas, de 5 e 7 anos. “Na escola delas se falou muito sobre isso e sobre a necessidade de conscientização política. Isso é fundamental para as crianças”, completa.
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Para Rafael Collantes, pai das meninas, “é importante que elas percebam pouco a pouco o clima de esperança e a necessidade de participação social”, já que “são esses jovens e crianças são o futuro do mundo”.
Sempre elogiando a organização e a infraestrutura dos protestos, os novos manifestantes se mostram orgulhosos e surpresos pela mobilização jovem e apoiam o uso das redes sociais para divulgá-los.
Kauê Mazon
Maria Manso (à direita),com toda a sua família.
“Era muito necessário que os jovens se mobilizassem! Estou muito contente em ver tudo isso”, conta Maria Manso que, há dois dias, junto com o marido, acompanhava as famílias na Porta do Sol. “Se estarão sempre em frente aos computadores, que ao menos usem essa ferramenta para uma mudança social”, diz.
Porém, ao contrário dos jovens emocionados com a força e o espaço que ganharam na mídia nos últimos dias, Maria se diz mais pessimista e acredita que as mudanças só acontecerão a longo prazo. “Espero, ainda que tarde, que esse jovens não desanimem ou desistam de lutar”, afirma em apoio à decisão de continuar os protestos por mais uma semana.
Kauê Mazon
Vicente Calamardo e Elena Ampuero com a pequena Aitana no colo.
“A incerteza do que está por vir é muito grande e nos assusta”, contam Vicente Calamardo e Elena Ampuero sobre o futuro da recém-nascida Aitana. “Além de educação, cultura, amor e valores, não sabemos o que mais poderemos deixar para ela”. “A Espanha é um país de idosos, mas os jovens precisam ter ideais de civismo”.
O casal alerta ainda para o fato de que, atualmente, mesmo com anos de experiência no mercado de trabalho, cursos universitários e carreiras bem-sucedidas, as jornadas de trabalho são reduzidas e os salários são baixos. “É por isso me emociona muito ver este processo em curso, porque se algo for obtido, será de grande valor para o país e a para a geração da nossa filha”, afirma Calamardo.
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