O PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), que lidera o atual governo espanhol, sofreu neste domingo (22/05) uma forte derrota nas eleições municipais e regionais realizadas na Espanha, a menos de um ano das eleições gerais, previstas para março de 2012. O conservador PP (Partido Popular, de direita) dominará a maioria dos governos regionais e um grande número de prefeituras o que, segundo alguns analistas, aumenta a pressão sobre o presidente do governo, José Luis Rodríguez Zapatero, para um eventual antecipação eleitoral.
Os populares derrotaram os socialistas nas comunidades de Extremadura e Castela la Mancha, onde concorreu a número dois do PP, María Dolores de Cospedal. O PP ganhou as eleições municipais com uma vantagem de quase dez pontos sobre o PSOE, com 96,04% dos votos apurados.
O vice-presidente do governo, Alfredo Pérez Rubalcaba, reconheceu que o Partido Popular teve uma vitória ampla nas eleições realizadas hoje na Espanha. O PP obteve 37,59% dos votos contra 27,82% do PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol).
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A IU (Esquerda Unida) ficou com 6,35% dos votos, os nacionalistas moderados catalães da CiU (Convergência e União) receberam 3,56% e a coalizão separatista basca Bildu, que se transforma na segunda força política do País Basco, com 1,45%.
Outras formações minoritárias, entre as quais está a UPyD (União, Progresso e Democracia), criada há quatro anos pela ex- eurodeputada socialista Rosa Díez, obteve 19,37% dos votos.
Os socialistas perderam a prefeitura de Barcelona, que ficou com os nacionalistas de CiU, segundo a apuração oficial ainda não definitiva.
Estas eleições locais espanholas foram marcadas pela crise econômica e o desemprego que atinge 20 % da população ativa (40 % entre os jovens menores de 25 anos).
Além disso, aconteceram sob a pressão de milhares de manifestantes “indignados”, sobretudo jovens, concentrados há uma semana nas principais praças do país para pedir uma regeneração política e uma mudança social.
Estas eleições são consideradas também um teste das eleições gerais, e são as primeiras em nível nacional desde o início da grave crise que afeta a Espanha desde 2008.
A porta-voz do Comitê Eleitoral do governamental Partido Socialista, Elena Valenciano, que antes do anúncio oficial dos resultados antecipou que “esta não será uma boa noite para o PSOE”, atribuiu à crise econômica e seus efeitos sobre o estado de ânimo coletivo do país a perda do apoio eleitoral a seu partido.
O Partido Popular fez uma primeira avaliação dos resultados qualificando-os como “uma grande vitória eleitoral”, através da vice-secretária de Organização do PP, Ana Mato.
O presidente do governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, afirmou em abril que não concorreria a um terceiro mandato, e por isso o PSOE deve escolher seu candidato em um pleito primário, no qual partem como favoritos o vice-presidente do governo, Alfredo Pérez Rubalcaba, e a ministra da Defesa, Carmen Chacon.
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