Em 25 de maio de 1911, Thomas Mann visita o Lido de Veneza, onde se inspira para escrever seu consagrado romance A morte em Veneza. Romancista alemão, contista, crítico social, ensaísta, filantropo e laureado em 1929 com o Prêmio Nobel de Literatura, Mann ficou conhecido por sua série de obras altamente simbólicas e irônicas e sua introspecção na psicologia do artista e do intelectual.
Sua análise da alma europeia e alemã utilizou histórias bíblicas e germânicas, assim como ideias de Goethe, Nietzsche e Schopenauer. Seu irmão mais velho era o escritor radical Heinrich Mann e três de seus seis filhos, Erika Mann, Klaus Mann e Golo Mann, também se tornaram importantes autores.
Mann nasceu na Alemanha em 1875. O pai morreu quando ele tinha 15 anos e a mãe decidiu mudar a família para Munique. Lá, além de trabalhar estudou Jornalismo. Em 1898, publicou sua primeira coleção de contos, seguida de seu romance de estreia, Buddenbrooks (1901).
Em 1912, é publicada Morte em Veneza, a história de um admirado escritor que decide permanecer em Veneza assolada pela cólera para se fixar num belo jovem que jamais havia encontrado. O livro aborda o dilema da posição do artista na sociedade. Em 1924, lançou sua aclamada obra A montanha mágica, a história de um jovem que visita um sanatório para tuberculosos, onde se depara com um microcosmo da sociedade.
Visão política
Durante a Primeira Guerra Mundial apoiou o conservadorismo do kaiser Guilherme II e atacou o liberalismo. Já em 1923, Mann conclamou os intelectuais alemães a apoiar a nova República de Weimar. Dali em diante, sua visão política caminhou gradualmente em direção à esquerda liberal.
Em 1930, Mann pronunciou uma conferência em Berlim intitulada “Um Apelo à Razão”, além de numerosos ensaios e conferências, em que denunciou vigorosamente o nacional-socialismo, encorajando a classe operária a resistir. Ao mesmo tempo manifestou crescente simpatia pelas ideias socialistas. Em1936, o governo nazista revogou sua cidadania. Quando Hitler chegou ao poder em 1933, Mann fugiu para a Suíça. Em 1939, resolveu emigrar para os Estados Unidos de onde regressou à Suíça em 1952.
Leia mais:
Hoje na História – 1957: Nikita Khruschov assume o controle na União Soviética
Hoje na História: Escritor francês Victor Hugo publica “Os Miseráveis”
Hoje na História: 1917 – Morre em Paris o escultor Auguste Rodin
Hoje na História: 1889 – Nasce em Londres Charles Chaplin
Picryl
"Morte em Veneza", publicado em 1912, aborda o dilema da posição do artista na sociedade
Nobel
O Prêmio Nobel de Literatura deveu-se principalmente ao reconhecimento popular de seu épico Buddenbrooks, baseado na própria família de Mann e relata o declínio da família de um rico comerciante de Lübeck ao longo de três gerações. No final da carreira, publicou outros romances, como Lotte em Weimar (1939), em que Mann retorna ao mundo de Goethe; Doutor Fausto (1947), a história do compositor Adrian Leverkühn e a degenerescência da cultura alemã nos anos anteriores e durante a guerra; e Confissões de Felix Krull (1954), inacabado quando da morte de Mann.
Os diários de Mann, inéditos até 1975, contam seus embates com a própria homossexualidade, que se encontra refletida em seus trabalhos. O livro de Gilbert Adair, O verdadeiro Tadzio (2001) descreve como, no verão de 1911, estando Mann hospedado no Grand Hotel des Bains no Lido de Veneza com sua mulher e irmão, ficou ‘encantado’ com a angelical figura de Moes, um garoto polonês de 11 anos. Mann foi também amigo do violinista e pintor Paul Ehrenberg a quem manifestou sentimentos quando jovem. Suas obras apresentam também outros temas sexuais, como o incesto em O sangue dos Walsungs e O santo pecador.
Em 1955, morre de aterosclerose num hospital de Zurique. Está enterrado em Kilchberg.
Outros fatos marcantes da data:
25/05/1908 – É inaugurado o Teatro Colón, em Buenos Aires
25/05/1977: Estreia o primeiro filme da saga “Guerra nas Estrelas”
25/05/1720 – um navio procedente da Síria leva a peste a Marselha, provocando dezenas de milhares de mortos
(*) A série Hoje na História foi concebida e escrita pelo advogado e jornalista Max Altman, falecido em 2016.