Os investidores estrangeiros monopolizam mais da metade — 53,4% do total de 526,144 bilhões de euros — da dívida do Estado espanhol. Eles possuíam 291 bilhões de euros no final de 2010, ou 70 bilhões a mais do que no ano anterior, o que representa um aumento de sete pontos percentuais. É o que indicam dados apresentados na manha desta quarta-feira (25/05) pelo Banco da Espanha à imprensa local.
Essa não é a primeira vez que mais da metade da dívida espanhola fica em mãos estrangeiras: em 2009, os investidores obtiveram a maior parte do valor. Agora, o que chama a atenção dos analistas do Banco da Espanha é o crescimento (dos 70 bilhões para os 291 bilhões), indicando um aumento do interesse estrangeiro por instrumentos de dívida, que se tornaram investimentos mais rentáveis.
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Os investidores institucionais (fundos mútuos e fundos de pensão, companhias de seguros) representam 17,2% das ações. O informativo não precisa em quais países se situam os estrangeiros, mas o subdiretor da dívida do Tesouro Público, Ignacio Fernández, afirmou que a França continua sendo o principal país comprador e que aumentou os investimentos no ano passado, ao contrário da Alemanha.
Fora da Europa, as compras da dívida pelos Estados Unidos, países asiáticos e Oriente Médio diminuíram. Se, em 2009 representavam 28%, passaram para 26% em 2010.
A emissão líquida da dívida (que representa a emissão menos resgate), situou-se em 64,147 bilhões de euros ao longo de 2010, o que aponta para uma queda de 41% em comparação com o ano anterior. Para o Banco da Espanha, esse movimento pode ser explicado pela diminuição da necessidade do endividamento do Estado como consequência das medidas de ajuste iniciadas.
Ainda assim, a circulação da dívida do Estado aumentou em 13,9%, situando-se em 461,996 milhões de euros. A captação de fundos mediante letras do Tesouro subiu a 3,579 milhões de euros, enquanto os montantes captados mediante bonos e obrigações do Estado foram de 26,737 bilhões de euros e 33,831 bilhões, respectivamente. Por sua vez, a negociação no mercado secundário da dívida experimentou uma ligeira queda de 0,1% em 2010, e se mantém em 18,6 bilhões de euros.
Assim como outros países da zona do euro, a Espanha enfrenta uma crise financeira provocada pela alta dívida pública em relação ao PIB (Produto Interno Bruto). Desde fevereiro deste ano, o governo tenta implantar um plano de austeridade como medida para reduzir os gastos do Estado. A meta é reduzir os gastos da máquina pública em 50 bilhões de dólares em três anos.
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