México temeu onda de imigrantes cubanos após doença de Fidel, revela Wikileaks
México temeu onda de imigrantes cubanos após doença de Fidel, revela Wikileaks
Em 2006, pouco tempo após o ex-presidente cubano Fidel Castro ficar doente, o México disse em encontro com um diplomata norte-americano que temia a migração em massa de cubanos, particularmente das Forças Armadas, segundo um despacho revelado nesta segunda-feira pelo jornal La Jornada.
O documento, vazado pelo Wikileaks, informa que o ex-procurador do México, Eduardo Medina Mora, advertiu em uma reunião com Michael Chertoff, secretário de Segurança Interior dos Estados Unidos, sobre os "perigos de desestabilização do regime pós-Fidel".
Fidel, que esteve à frente do governo cubano por mais de quatro décadas, transferiu o poder a seu irmão Raúl antes de se submeter a uma delicada cirurgia em julho de 2006.
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O funcionário mexicano afirmou que "os elementos deslocados do regime cubano, particularmente das forças armadas, poderiam supor uma ameaça de delinquência organizada no hemisfério, parecida com a máfia russa na Europa", escreveu no relatório diplomático o ex-embaixador Tony Garza.
Medina Mora advertiu ao funcionário de perigos de desestabilização diante de um rápido colapso do regime pós Fidel em Cuba e afirmou que um governo "semiautoritário" que evoluiria para a democracia seria melhor para a estabilidade da região, completou Garza.
Chertoff quis saber, segundo o despacho, se a Secretaria da Marinha Armada do México tinha um plano para fazer frente a uma possível onda de migração e ofereceu apoio do serviço de Guarda Costeira dos Estados Unidos para coordenar esforços.
Na reunião, realizada em fevereiro de 2007, Chertoff também pediu ao governo mexicano para pedir visto aos cidadãos venezuelanos ao considerar que o governo de Hugo Chávez era descuidado ao "emitir documentos de viagem a seus cidadãos e àqueles que se dizem venezuelanos".
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Mandato de Petro e Márquez inicia com altas expectativas do povo colombiano
Com desejo de melhorias na área social e menos violência, primeiro governo de esquerda do país recebe legado desafiador
Gustavo Petro e Francia Márquez começaram nesta segunda (08/08) seu mandato como líderes do novo governo colombiano. É a primeira vez que o país tem uma gestão com origens alternativas e populares. Durante a cerimônia de posse, na mítica Praça de Bolívar, localizada no centro de Bogotá, houve diversas manifestações culturais, que se replicaram por todo o país.
Em cerimônias de posse em todo o país, centenas de pessoas indígenas, afro-colombianas, jovens de bairros populares e famílias inteiras deixaram suas casas para abarrotar as principais praças e parques.
Na capital Bogotá, podia ser notada a expectativa que cerca o novo governo eleito. "Só tenho alegria e felicidade. estamos reunidos com os nossos colegas porque hoje é um dia de festa, dia de dizer 'sim' à paz", disse Robin Ortega.
Já a moradora da capital, Maria Cristina Muñoz, diz que, "para nós, colombianos, isto significa esperança. Nós sofremos, nossos jovens foram mortos. Estamos felizes por essa nova mudança."
De fato, o novo governo representa a esperança de milhões de colombianos, principalmente as classes marginalizadas, os chamados "ninguéns", as diversidades étnicas e sexuais, os excluídos.
Seja na melhora da área da saúde, como diz Hilda Urrea: "venho de Engativá, na localidade 10, venho para a posse do dr. Gustavo Petro, porque graças a ele temos a esperança de abrir o hospital San Juan de Dios e de fazer justiça." Seja na construção de um país menos desigual: "acho que significa devolver ao país a ideia de construir uma nação inclusiva, que represente a diversidade que a Colômbia tem e, sobretudo, a esperança de que o fortalecimento das instituições possa continuar ocorrendo de forma democrática", diz Ana Milena Molina.
Petro, como representante do primeiro governo de esquerda a chegar ao poder na Colômbia nos mais de 200 anos de vida republicana, buscou abordar as expectativas do povo que lhe saudava.

Reprodução/Francia Márquez Mina/Twitter
Gustavo Petro e Francia Márquez começaram nesta segunda-feira (08/08) seu mandato como líderes do novo governo colombiano
“Neste primeiro discurso como presidente da Colômbia, diante do Poder Legislativo e diante do meu povo, quero compartilhar meu decálogo de governo e meus compromissos. Trabalharei para alcançar a paz verdadeira e definitiva. Como ninguém, como nunca antes. Vamos cumprir o acordo de paz e seguir as recomendações do relatório da comissão da verdade. O ‘governo da vida’ é o ‘governo da paz’. A paz é o sentido da minha vida, é a esperança da Colômbia. Não podemos falhar com a sociedade colombiana. Os mortos merecem isso. Os vivos precisam disso. A vida deve ser a base da paz. Uma vida justa e segura. Uma vida para viver gostoso, para viver feliz, para que a felicidade e o progresso sejam a nossa identidade”, disse no domingo (07/08) o novo presidente.
Na posse, estavam a primeira-dama, Verónica Alcócer, e os filhos de Petro. Diante de delegações internacionais, dos presidentes do Chile, Argentina, Equador e Bolívia, e do rei da Espanha, o novo presidente prometeu que não permitirá que a desigualdade e a pobreza que dominam a Colômbia continuem sendo naturalizadas.
A cerimônia de posse foi marcada por simbolismos, como a exibição da espada de Simón Bolívar, representando a unidade dos povos da América Latina e a promessa de um governo popular que trabalhará pela unidade do país.