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Política e Economia

Wikileaks: menores de idade em Guantánamo eram tratados como presos comuns

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Wikileaks: menores de idade em Guantánamo eram tratados como presos comuns

Paulo Cesar Monteiro

2011-06-01T12:23:00.000Z

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No ápice da campanha militar da administração de George W. Bush e de termos como "guerra contra o terror" e "eixo do mal", os Estados Unidos prenderam menores de idade muçulmanos e os interrogaram no presídio de Guantánamo, em Cuba. A informação aparece em documentos publicados e divulgados pelo Wikileaks.

Entre os detidos estavam Omar Ahmed Khader, canadense, de 17 anos (à época de sua transferência para o presídio cubano), Yasser Talal, saudita, também de 17, e Naqibullah, paquistanês, de apenas 15 anos.  Segundo informações do jornal espanhol El País, Yasser Talal, assim como outros dois presos, cometeu suicídio se enforcando.

Os documentos não sugerem e nem demonstram nenhum sinal de preocupação com a faixa etária dos três suspeitos. Os relatórios revelam que eles eram tratados de acordo com o perigo que, teoricamente, representariam. E também pelas informações que poderiam fornecer a respeito de grupos ou acampamentos terroristas.  

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A ficha de Naqibullah, o mais novo entre os três menores, relata que ele foi sequestrado e, após isso, estuprado por membros do Talibã. O texto informa que o obrigaram a realizar serviços manuais em um acampamento na vila de Khan, no Afeganistão.
 
Enquanto estava sequestrado, o exército norte-americano realizou uma incursão no local e capturou diversos integrantes do grupo, inclusive o menor. De acordo com a mensagem, ele não ofereceu resistência: “o detido foi capturado em posse de uma arma, mas esta não havia sido disparada”.

Mesmo sem representar perigo, Naqibullah foi levado para Guantánamo em janeiro de 2003. O texto explica que os EUA esperavam obter dele informações a respeito dos acampamentos do Talibã na região onde ele permaneceu detido.

Em agosto de 2003, oito meses após ter sido preso, os responsáveis pelo presídio fizeram uma nova avaliação e apontaram que, “embora o detento pudesse ter informações” relevantes para a inteligência norte-americana, deveria ser dada a ele a "oportunidade de 'crescer fora' do extremismo radical ao qual foi submetido".

Sem arrependimento

Omar Ahmed Khader é classificado como um detento com “alto valor de inteligência” e de "alto risco" para os EUA e seus aliados. A ficha relata que, em uma incursão do exército norte-americano a “uma suposta” sede da Al Qaeda, o detento teria matado um soldado utilizando-se de uma granada de mão. Ele foi preso nessa ação e transferido para Guantánamo em outubro de 2002.

Segundo o documento, o pai de Khader era apontado como um amigo íntimo de Osama Bin Laden. Ele teria incentivado que seus dois filhos fossem para o Afeganistão para dar apoio à Al Qaeda e ao Talibã na luta contra os Estados Unidos. 

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De acordo com o relatório, Khader era habilidoso no uso de explosivos e armas e se destacava nos treinamentos. Nos interrogatórios, ele teria dado “informações valiosas” de amigos próximos a seu pai, de organizações de apoio à Al Qaeda, além de detalhes sobre campos de treinamentos pelos quais teria passado. “Embora tivesse apenas 16 anos na época de sua viagem ao Afeganistão, foi avaliado como uma pessoa inteligente e instruída, que compreende a gravidade de suas ações e afiliações”, afirma o texto.

Apesar de ser mostrar “cooperativo” e “comunicativo”, a mensagem diz que ele agia de maneira hostil aos seus interrogadores e aos guardas do presídio. O texto também observa que Khader ainda “permanecia fiel aos valores islâmicos” e que “não demonstrava nenhum sinal de arrependimento pela morte do soldado”.

Jihad

O jovem Yasser Talal tinha 17 anos e vivia na Arábia Saudita quando decidiu ir para o Afeganistão para se tornar um jihadista e lutar contra os Estados Unidos. A mensagem esclarece que ele considerava a jihad (“guerra santa”) como um dever religioso de um “bom muçulmano”. Ele viajou para Kundur, no Afeganistão, onde recebeu treinamento de como usar metralhadoras, armas de pequenos calibre e explosivos.

Cerca de um mês após ter se mudado para o centro de treinamento, o local onde ele estava foi cercado por militares norte-americanos. Durante a operação, Yasser foi ferido por um disparo.  Após sua captura, Yasser recebeu atendimento médicos e, em 20 de janeiro de 2002, chegou em Guantánamo. A ficha prisional avalia que ele representava um nível médio de perigo e baixo de inteligência, mas que deixava claro a sua aversão aos guardas e aos Estados Unidos. “Ele ameaçou abrir a barriga de um dos guardas e disse que beberia o sangue dele”, acusa a mensagem.

A ficha de Talal é encerrada em março de 2006. Em sua última avaliação, ele ainda era apontado como perigo potencial para os Estados Unidos. 


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Coronavírus

Agências dos EUA recomendam suspensão de vacina da Janssen contra covid-19

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Medida ocorre após casos de coagulação sanguínea em pessoas recém-imunizadas; efeito colateral apareceu em 0,0003% das aplicações

Redação

ANSA ANSA

Roma (Itália)
2021-04-13T17:00:00.000Z

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As autoridades sanitárias dos Estados Unidos recomendaram nesta terça-feira (13/04) a suspensão do uso da vacina contra covid-19 da Janssen, subsidiária da multinacional norte-americana Johnson & Johnson, devido a seis casos graves de coagulação sanguínea em pessoas recém-imunizadas.

A recomendação foi feita pela agência sanitária dos EUA (FDA, sigla em inglês), e pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), que afirmaram tratar-se de uma medida de "precaução".

Os dois órgãos estão analisando seis relatos nos Estados Unidos de um tipo "raro e grave" de coágulo sanguíneo em pessoas vacinadas com a fórmula da Janssen, uma das mais cobiçadas no mundo por ser de dose única. "Até agora, esses eventos adversos parecem ser extremamente raros", diz um comunicado da FDA. Até a última segunda-feira (12/04), 6,8 milhões de pessoas já haviam tomado a vacina da Janssen no país.

De acordo com a agência sanitária norte-americana, a suspensão é importante para "garantir que a comunidade de profissionais da saúde esteja ciente do potencial desses eventos adversos e possa se planejar devido ao tipo único de tratamento exigido por essa forma de coágulo sanguíneo".

Segundo o jornal The New York Times, todos os seis casos investigados pela FDA e pelo CDC ocorreram em mulheres de 18 a 48 anos. Uma delas morreu, e outra está hospitalizada em estado grave.

AFP/Telam
Episódios de coagulação sanguínea grave dizem respeito a 0,0003% do total de imunizados

O caso remete ao imunizante da multinacional anglo-sueca AstraZeneca, que ainda não foi aprovada nos EUA e vem sendo usada com restrições na União Europeia após a agência de medicamentos do bloco, a EMA, ter incluído eventos incomuns de trombose como possíveis efeitos colaterais "muito raros" do imunizante.

Também neste caso, os episódios ocorreram majoritariamente em mulheres de até 60 anos de idade. Segundo a EMA, esses coágulos aparecem sobretudo nas veias do cérebro (trombose cerebral da cavidade venosa), no abdômen (trombose venosa esplâncnica) e nas artérias, juntamente com baixa contagem de plaquetas (trombocitopenia) e, às vezes, sangramento.

O parecer se baseou em 62 casos de trombose cerebral da cavidade venosa e 24 de trombose venosa esplâncnica reportados até 22 de março, período em que 25 milhões de pessoas já tinham sido vacinadas com a fórmula da AstraZeneca na Europa. Ou seja, os episódios de coagulação sanguínea grave dizem respeito a 0,0003% do total de imunizados.

Devido à raridade desses tipos de trombose, a EMA afirmou que a relação benefício-risco da vacina "permanece positiva" e não recomendou nenhuma restrição de uso, embora alguns países da UE tenham parado de utilizá-la em menores de 60 anos.

Tanto o imunizante da AstraZeneca quanto o da Janssen usam adenovírus inativos contendo sequências genéticas que codificam a proteína spike, utilizada pelo coronavírus Sars-CoV-2 para atacar as células humanas.

Saúde

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