Nathan Rothschild, membro da poderosíssima família de banqueiros, monta em 20 de junho de 1815 aquele que se tornou conhecido como o “Golpe da Bolsa de Londres”. A operação lhe permitiu apoderar-se do mercado de capitais e mesmo do Bank of England, nas vésperas da conclusão da batalha de Waterloo, que opôs o general britânico Duque de Wellington a Napoleão Bonaparte.
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Ilustração da batalha, em 18 de junho de 1815, decisiva das forças francesas contra as britânicas
Rothschild, valendo-se de informações privilegiadas enviadas por seu espião em Waterloo, soube antes de todos – antes mesmo do próprio Wellington – que a Inglaterra havia vencido aquela batalha. A bolsa de Londres estava numa expectativa terrível, aguardado o resultado da batalha. Se a França ganhasse, os papéis despencariam abruptamente. Se a Inglaterra vencesse subiriam à estratosfera.
Rothschild, no entanto, deu instruções a seus agentes para divulgar que a batalha tinha sido perdida. Correu para a bolsa com um ar triste e abatido. Todos o seguiam com o olhar. Subitamente, ele começou a vender. A interpretação só poderia ser uma: Napoleão ganhara. Em poucos minutos, todos vendiam freneticamente. Os preços caíram em flecha.
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Entrementes, agentes dissimulados de Rothschild começaram a comprar os títulos por uma fração mínima do seu valor real. Em questão de horas, Nathan Rothschild passou a dominar a Bolsa de Londres e, como se veio a saber, o próprio Banco da Inglaterra.
O banqueiro gabou-se mais tarde mais tarde de ter, nos 17 anos que passou na Inglaterra, multiplicado as 20 mil libras que recebera do pai por 2500 vezes. Os Rothschild tornaram-se incrivelmente ricos. Em meados do século 19 dominavam o sistema bancário europeu e constituíam de longe a família mais abastada do mundo.
Rothschild teve cinco filhos. Treinou todos eles nos meandros das finanças e enviou cada um para lugar estratégico distinto, a fim de abrir filiais do negócio bancário da família.
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Retrato de Nathan Rothschild
O seu primogênito, Ancho Mayer, ficou em Frankfurt, para suceder ao pai. O segundo filho, Solomon, foi enviado a Viena. O terceiro, Nathan, claramente o mais esperto, foi mandado para Londres. O quarto filho, Carl, foi para Nápoles, e o quinto, Jacob, para Paris.
Os Rothschild passaram a manter estreito relacionamento com o príncipe Guilherme de Áustria, o nobre mais rico da Europa. Quando Napoleão o forçou ao exílio, entregou 550 mil libras, uma soma vultosa, a Nathan Rothschild em Londres com instruções de comprar títulos do Tesouro inglês.
Com Napoleão pondo e dispondo na Europa, as oportunidades de negócios em tempo de guerra eram enormes. Guilherme regressou à Áustria pouco antes da Batalha de Waterloo. Convocou Rothschild e exigiu seu dinheiro de volta. Os Rothschild devolveram o montante, acrescido dos juros que teriam rendido se empregasse em títulos do Tesouro. Contudo, ficaram com o extraordinário ágio que auferiram com o uso do dinheiro do príncipe.
Por volta de 1850, James Rothschild, o herdeiro do ramo francês da família, tinha um ativo de 600 milhões de francos franceses, 150 milhões mais que todos os outros banqueiros franceses somados.
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Calculava-se que no final do século, a família Rothschild controlava metade da riqueza do mundo. Depois, paulatinamente, sobreveio a decadência.
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