Em Bariloche, mutirão removeu toneladas de cinzas vulcânicas das ruas
Em Bariloche, mutirão removeu toneladas de cinzas vulcânicas das ruas
Equipados com pás e vassouras, homens, mulheres, adolescentes e crianças moradoras de San Carlos de Bariloche, um dos principais pontos turísticos da Argentina, uniram forças e enfrentaram o frio nesta segunda-feira (20/06) para limpar as ruas da cidade que ficaram cobertas por cinzas e areia vulcânica expelidas com a erupção do vulcão chileno Puyehue.
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Apesar do feriado em todo o território argentino, mais de mil moradores se uniram em um mutirão solidário, que começou às 9h da manhã e se estendeu até as últimas horas da tarde. Ao fim do dia de intenso trabalho braçal coletivo, as ruas do centro da cidade já estavam praticamente livres das montanhas de material vulcânico que complicavam o trânsito e ocultavam as belas construções da estância de inverno.
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Nomeada "Bariloche, minha casa", a campanha de limpeza foi convocada pela própria população e conseguiu retirar centenas de toneladas de material vulcânico acumuladas durante mais de duas semanas. "Cerca de 50 caminhões ajudaram na remoção das cinzas. Somente com o meu, fiz 28 viagens e, em cada uma, transportei duas toneladas", comemorou, em entrevista ao Opera Mundi, Juan Carlos Soriani, motorista da prefeitura.
Aldo Jofre Osorio/Opera Mundi
Toneladas de cinzas são removidas em caminhões da prefeitura
A luta contra as cinzas, porém, não se restringirá aos pontos turísticos da cidade. Os moradores planejam realizar, no próximo fim de semana, a segunda edição do mutirão, desta vez destinado a limpar os demais bairros do município. A segunda-fase, na qual se prevê a remoção de mais centenas de toneladas de material vulcânico, deverá durar mais de um dia, devido à extensão das zonas residenciais.
Para que pudessem limpar vários quarteirões simultaneamente, os voluntários se dividiram em grupos. Líder de um deles, o agente de seguros Daniel Marcolini revela com humor o nome de sua equipe: "Calcanhares Esfoliados". "Começamos a divulgar a convocatória de limpeza da cidade por mensagens nos celulares e através das redes sociais. É uma conquista do próprio povo conseguir reunir tanta gente", afirmou.
Aldo Jofre Osorio/Opera Mundi
Redes sociais ajudaram a mobilizar população para aderir ao mutirão
Em meio ao ruído das pás que tentavam quebrar camadas de cinzas mais condensadas, alguns voluntários serviam café, chá e mate para o mutirão. Era o caso de uma senhora, cujos filhos e netos participavam da remoção das cinzas. Com uma garrafa térmica embaixo do braço, era rodeada pelas pessoas que tiravam seus cinco minutos de descanso: "Un mate, por favor, abuela", escutava dos trabalhadores.
"Não posso fazer este trabalho pesado, mas quero colaborar", afirmou ela, orgulhosa do posto assumido. "A prefeitura limpa as ruas da cidade desde o primeiro dia, mas a mobilização de tanta gente foi importante para melhorar o ânimo da própria população", explicou o dono de um hotel na região central, Eduardo Pombo.
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Para ele, uma das principais intenções do mutirão é fomentar o turismo para julho, mês que registra a maior taxa de ingresso de visitantes. Bariloche é o centro turístico preferido da região para as viagens de formaturas escolares e para a prática de esportes de inverno. "Depois da desgraça sofrida com a chegada das cinzas, queremos preparar a cidade para receber os turistas, já que Bariloche depende deles", explica.
Aldo Jofre Osorio/Opera Mundi
Segundo o motorista Juan Carlos, que vive em um povoado vizinho, o ato de união entre os moradores da cidade patagônica registra antecedentes. Ele lembra que, em 1998, um raio provocou um incêndio que se estendeu por vários hectares de uma região de pasto desabitada, a cerca de 30 km de Bariloche.
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"Para impedir que o fogo chegasse aos vilarejos, quase todos se mobilizaram, levando caminhões com água e cavando uma vala corta-fogo de cerca de cinco quilômetros", lembrou o motorista enquanto transportava as cinzas removidas para um depósito da prefeitura. "As pessoas de Bariloche mostraram uma vez mais a sua capacidade de serem solidárias diante de uma adversidade", elogiou.
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China mandará tropas para exercícios militares na Rússia
Em nota, Ministério da Defesa de Pequim afirmou que atividade 'não está ligada à atual situação internacional e regional'
O Ministério da Defesa de Pequim informou nesta quarta-feira (17/08), por meio de uma nota, que a China enviará tropas à Rússia para um ciclo de exercícios militares que também incluirá Belarus, Índia e Tajiquistão. No documento, país afirmou que a atividade "não está ligada à atual situação internacional e regional".
"O objetivo é aprofundar a cooperação prática e amigável com os exércitos dos países participantes, melhorar o nível de colaboração estratégica entre as partes e reforçar a capacidade de resposta a ameaças à segurança", diz o comunicado.
O anúncio chega após a escalada da tensão entre China e Estados Unidos, causada pela visita da presidente da Câmara dos Representantes americana, Nancy Pelosi, a ilha de Taiwan.
A viagem de Pelosi desencadeou os maiores exercícios militares da história da China no Estreito de Taiwan, incluindo o lançamento de mísseis balísticos e um bloqueio aéreo e naval à ilha.

kremlin.ru
Ministério das Relações Exteriores da China também agradeceu ao presidente Vladimir Putin
As tropas chinesas participarão dos exercícios militares Vostok, marcados para 30 de agosto a 5 de setembro. As atividades serão comandadas pelo distrito militar oriental russo, que tem seu quartel-general em Khabarovsk, a poucos quilômetros da fronteira chinesa.
O Ministério das Relações Exteriores da China também agradeceu ao presidente Vladimir Putin por ter definido a visita de Pelosi a Taiwan como uma "provocação bem planejada" dos Estados Unidos.
(*) Com Ansa.