Líderes do movimento conservador Tea Party renovaram nesta quarta-feira (27/07) seus ataques contra o presidente da Câmara de Representantes, o republicano John Boehner, e advertiram das consequências eleitorais para os republicanos que apóiem seu plano para reduzir o déficit.
Judson Phillips, fundador do Tea Party Nation, queixou-se em um blog que Boehner não demonstrou suficiente liderança nas negociações para reduzir o déficit porque “não tem verdadeiro interesse em resolver os problemas que enfrenta este país”.
Refletindo o descontentamento dos líderes do Tea Party, Phillips inclusive sugeriu que Boehner deveria ser substituído como presidente da Câmara Baixa por uma pessoa mais conservadora.
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“Precisamos de alguém com valor e visão, e Boehner não tem nenhuma dessas qualidades. Não é um líder”, afirmou em seu blog.
Na terça-feira, Phillips havia repetido a mesma queixa, mas também instou Boehner a “não se render” diante das exigências dos democratas para aumentar os impostos e elevar o teto da dívida nacional, de 14,29 trilhõesde dólares.
O fundador do Tea Party Nation, e os demais líderes do Tea Party, apoiam um projeto de lei na Câmara de Representantes, sob controle republicano, para cortar e limitar as despesas fiscais e equilibrar o orçamento federal.
Por sua vez, Jenny Beth Martin, co-fundadora de outro grupo conservador, Tea Party Patriots, afirmou nesta quarta-feira durante um ato que a maioria de seus membros se mostra insatisfeita com Boehner e preferiria outro conservador no cargo.
Seu colega, Mark Meckler, também critica a liderança de Boehner nas negociações com os democratas para reduzir o déficit e elevar o teto da dívida nacional.
Segundo o Departamento do Tesouro, se o Congresso não elevar o limite de endividamento antes de 2 de agosto, o governo esgotará seus recursos para cumprir com suas obrigações e poderia declarar moratória.
Boehner promove plano na Câmara Baixa para reduzir as despesas fiscais, mas postergou seu voto até quinta-feira, depois de o Escritório de Orçamento do Congresso (CBO, em inglês) indicar na terça-feira à noite que o seu plano representaria corte de despesa de 850 bilhões de dólares frente aos 1,2 trilhão de dólares iniciais nos próximos dez anos.
O plano de Boehner concorre com outro do líder da maioria democrata do Senado, Harry Reid, e que, segundo o CBO, reduziria o déficit em menor medida do que o iniciado em princípio, de 2,7 trilhões de dólares a 2,2 trilhões de dólares na próxima década.
Impasse
O choque entre republicanos e democratas e sua incapacidade para alcançar um acordo ameaça a frágil recuperação econômica dos Estados Unidos, já que várias agências de classificação de crédito anunciaram que submeterão à revisão a classificação da dívida americana.
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Para Meckler, o plano de Boehner é “uma vergonha” e advertiu que os republicanos que aprovarem o aumento no limite da dívida pagarão nas urnas no próximo ano.
Aproximadamente 60 dos republicanos que ganharam o pleito em 2010 contaram com o apoio de Tea Party, um movimento criado em 2009 com a declarada meta de derrotar a reforma da saúde promovida pelo presidente Barack Obama.
Os membros do Tea Party, conhecidos por seu conservadorismo fiscal, queixam-se pelo fato de nos últimos cinco anos, a dívida dos Estados Unidos quase ter triplicado e pelos líderes políticos em Washington estão “hipotecando” o futuro da nação.
A solução, de acordo com Meckler, é que o governo coloque sobre a mesa os “verdadeiros cortes” que devolvam a solvência fiscal do país.
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