O presidente da Síria, Bashar al Assad, buscou justificar a repressão das autoridades no país ao afirmar neste domingo (07/08) que é um “dever do Estado” proteger a segurança de seus cidadãos e agir contra aqueles que “violam a lei”.
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Assad fez essas declarações depois de se reunir em Damasco com o ministro das Relações Exteriores do Líbano, Adnan Mansour, segundo a agência de notícias oficial síria Sana, num dia em que as Forças Armadas sírias intensificaram sua ofensiva sobre as cidades rebeldes de Homs (centro) e Deir ez Zor (norte).
O líder criticou os “criminosos que violam a lei, bloqueiam estradas, fecham cidades e aterrorizam as famílias” e disse que o Estado tem a obrigação de atuar contra eles para “proteger a segurança e a vida de seus cidadãos”.
Desde o início dos protestos populares contra o regime, em março passado, as autoridades sírias divulgaram a tese de que as manifestações são obra de grupos terroristas e de arruaceiros, que seguem ordens externas, enviadas pelo país que realiza uma conspiração para desestabilizar a Síria.
Assad destacou ainda que Damasco “segue o caminho das reformas com passos firmes”, poucos dias após o líder anunciar a abertura do país ao multipartidarismo.
Na reunião, ambos abordaram também a situação no Líbano com o novo Governo, dominado pelo grupo radical Hezbollah, e, segundo a Sana, Mansour expressou ao líder sírio “a rejeição total de seu país às tentativas de ingerência externa nos assuntos internos da Síria”.
O Líbano foi o único país dentro do Conselho de Segurança da ONU que se absteve na semana passada de apoiar uma declaração de condenação à violência na Síria.
Por outro lado, uma fonte oficial ligada ao regime sírio – que pediu para manter anonimato – criticou o comunicado do CCG (Conselho de Cooperação do Golfo) divulgado no último sábado (06), que pedia à Síria o fim da violência e reformas políticas efetivas.
“O comunicado do CCG ignora completamente as informações antecipadas pela Síria no referente ao massacre e à sabotagem exercidos pelos grupos armados”, assinalou a fonte à agência oficial de notícias Sana.
A fonte pediu aos países do CCG que “reconsiderem suas posturas” e levem em conta os passos adotados pelas autoridades sírias para superar a crise. Embora a Síria – governada pela minoria xiita alauíta, à qual pertence Assad – seja um país tradicionalmente oposto aos interesses das monarquias sunitas do Golfo, estas tinham se abstido até o momento de expressar de forma conjunta sua rejeição à repressão de Damasco.
De todos os países-membros do CCG, o único que viveu graves incidentes dentro da chamada Primavera Árabe foi o Bahrein, enquanto a Arábia Saudita aplacou duramente os esforços de protestos.
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