Protestos e saques se ampliam e atingem Londres e outras cidades da Inglaterra
Protestos e saques se ampliam e atingem Londres e outras cidades da Inglaterra
A violência que explodiu nesta segunda-feira (08/08) pelo terceiro dia em Londres se intensificou durante a madrugada desta terça-feira (09/08), atingindo áreas no centro da capital britânica, além de outras cidades do país.
Grupos de jovens mascarados destruíram lojas e restaurantes e atearam fogo em carros, pontos de ônibus e até em delegacias de Londres, Birmingham, Liverpool e Manchester. Incêndios atingiram prédios em vários bairros da capital, inclusive na região central. Autoridades isolaram diversas áreas e retiraram os moradores dos locais mais ameaçados pelo fogo.
Efe
Bombeiros tentam acabar com incêndio em Enfield, Leste de Londres
De acordo com a Polícia Metropolitana de Londres (conhecida como Scotland Yard), 225 pessoas já foram presas em Londres, sendo que 36 foram acusadas formalmente. No início da noite, os distúrbios se concentravam em bairros mais afastados, como Hackney (norte), Peckham e Lewisham (sul). Durante a madrugada, no entanto, a violência chegou a locais mais centrais, como Notting Hill, Clapham, Ealing, Camden e Hampstead.
De acordo com a polícia, foram registrados saques e incêndios nos bairros londrinos de Hackney, Newham, Lewisham, Bethnal Green e Croydon. Segundo a Scotland Yard, três policiais foram feridos em Hackney e dois em Bethnal Green, mas não há informações sobre manifestantes feridos.
Na cidade de Waltham Abbey, a leste de Londres, um centro de distribuição da Sony foi tomado pelas chamas, que atingiram vários metros de altura. Distúrbios também foram registrados em Bristol, no Sudoeste da Inglaterra, e em Leeds, na Região Norte.
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"A violência que nós temos visto é simplesmente indesculpável", disse a comandante da Scotland Yard, Christine Jones. "Pessoas comuns tiveram suas vidas viradas de cabeça para baixo devido a esta brutalidade impensada."
A ministra do Interior britânica, Theresa May, condenou os distúrbios, chamando-os de "pura criminalidade", e disse que os responsáveis devem "encarar as consequências de suas ações".
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, e o prefeito de Londres, Boris Johnson, resolveram encurtar as suas férias e viajar e voltar rapidamente para o país. Cameron anunciou que vai realizar uma reunião de emergência para avaliar os episódios dos últimos dias.
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Guaidó é acusado de pedir desbloqueio de US$ 53 milhões aos EUA para governo paralelo
Valor seria 'orçamento anual' do gabinete do líder opositor, denuncia Jorge Rodríguez, presidente do Poder Legislativo
O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, denunciou nesta terça-feira (13/04) que o ex-deputado Juan Guaidó pode desbloquear US$ 53, 2 milhões (cerca de R$265 milhões) nos Estados Unidos para manter a estrutura do governo paralelo.
Segundo Rodríguez, Guaidó e seus aliados enviaram um orçamento anual ao Escritório de Controle de Bens Estrangeiros (OFAC - sigla em inglês), unidade do Departamento do Tesouro, que libera os dólares diretamente das contas venezuelanas em bancos nos EUA.
O montante seria dividido entre o gabinete da presidência de Guaidó, os seus escritórios de Assuntos Exteriores, deputados da antiga Assembleia Nacional, que seriam parte do seu “Conselho Administrativo”, e o canal TV Capitólio, responsável por cobrir atividades da oposição.
Somente para gastos pessoais do ex-deputado Juan Guaidó teriam sido indicados US$ 2 milhões. Os repasses atingem membros dos quatro maiores partidos da oposição, chamado G4: Vontade Popular, Primeiro Justiça, Ação Democrática e Um Novo Tempo.
Com base em gravações telefônicas do ex-deputado Sergio Vergara, assessor de Guaidó, a AN pode ter acesso aos detalhes do esquema de desvio de dinheiro público venezuelano.
Vergara foi um dos assessores de Guaidó que assinou o contrato com a empresa militar Silverscorp para colocar em prática a Operação Gedeón – tentativa de invasão paramilitar de maio de 2020.
Desde 2019, a Casa Branca reconhece o opositor Juan Guaidó como presidente encarregado da Venezuela, deixando sob sua responsabilidade o gerenciamento dos ativos públicos venezuelanos nos Estados Unidos, incluindo a maior empresa pública da Venezuela no exterior: Citgo Petroleum, filial da Pdvsa.
A Citgo é avaliada em US$ 7 bilhões e tem uma capacidade de refino de 759 mil barris de petróleo anualmente. Entre 2015 e 2017, teve um lucro de cerca de US$ 2,5 bilhões (R$ 10 bilhões). No esquema revelado por Jorge Rodríguez, a diretoria da Citgo teria acesso a US$ 1,15 milhão do orçamento.

Presidente da AN apresentou detalhes do esquema de desvio do dinheiro público venezuelano por parte da oposição aliada a Guaidó
O valor depositado nas contas dos opositores deveria servir para pagar gastos com transporte, alimentação, segurança e seus salários, como assessores políticos nomeados pelo autoproclamado Guaidó.
"Esse dinheiro tem servido para comprar suas mansões em Miami. Roubar é a única atividade na qual Guaidó teve êxito", declarou o presidente do Legislativo.
Neste ano, a OFAC solicitou ao setor guaidosista recortar o "orçamento" e este seria o motivo da reunião liderada por Vergara, que detalhou o passo a passo do repasse do dinheiro no exterior à oposição.
Em resposta ao pedido do Departamento do Tesouro, Guaidó teria encerrado o programa "Heróis da Saúde", criado em 2020, para oferecer um bônus de US$ 100 como recompensa aos profissionais que trabalham no combate à pandemia na Venezuela.
"Eles se roubam entre eles mesmos", acusa Rodríguez e aponta que, neste momento, há uma disputa dentro da oposição venezuelana entre Juan Guaidó e Leopoldo López, do partido Vontade Popular, contra Júlio Borges (Primeiro Justiça) e Henry Ramos Allup (Ação Democrática), para liderar o bloco opositor de extrema-direita e ter prioridade no acesso aos recursos financeiros.
A Venezuela denuncia que possui US$ 7 bilhões bloqueados em entidades bancárias nos Estados Unidos e na União Europeia.
O governo venezuelano denuncia que Guaidó não cumpre com acordos assinados no ano passado para o desbloqueio de parte do dinheiro público que seria destinado para um fundo de combate à pandemia, gerenciado pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
Na última semana, Guaidó conseguiu sacar cerca de US$ 30 milhões (aproximadamente R$ 150 milhões) dos fundos depositados em Londres para cobrir gastos pessoais, mas se negou a liberar as reservas de ouro venezuelano retidas no Banco da Inglaterra.