Chile: governo proibirá que pessoas com rosto coberto se manifestem
Chile: governo proibirá que pessoas com rosto coberto se manifestem
O ministro do Interior e da Segurança Pública do Chile, Rodrigo Hinzpeter, anunciou neste sábado (13/08) que adotará medidas legais para proibir a presença de pessoas encapuzadas nas manifestações, informou a imprensa local.
"Das marchas se participa com as mãos limpas e o rosto descoberto", disse o ministro, citado pelo site de notícias do jornal El Mercúrio.
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Hinzpeter explicou que o governo tentará alterar o decreto 1086, que trata de manifestações, para impedir que pessoas que estejam com o rosto coberto participem de protestos. Ele afirmou ainda que apresentará um projeto de lei para endurecer a pena de pessoas que praticarem o crime de "desordem pública".
O ministro alega que a proibição trará mais segurança e fará com que as manifestações sejam mais tranquilas. Os estudantes criticaram duramente a medida afirmando que a violência nos protestos têm sido praticada pela própria polícia chilena.
Os chilenos - em sua maioria estudantes - têm feito uma série de protestos ao longo dos últimos dos meses para pedir melhorias na educação e rechaçar o projeto de reforma no setor apresentado pelo governo de Sebastián Piñera.
Desde o início das manifestações, há registros de forte repressão por parte das forças oficiais e denúncias de violações de direitos humanos.
Por considerarem a repressão aos protestos "desproporcional", os estudantes já solicitaram a demissão de Hinzpeter. Ele havia afirmado que qualquer protesto seria considerado "fora da lei". "As marchas se encontram fora da margem da lei porque não foram autorizadas. Parece-me inconveniente que os movimentos estudantis e o Colégio de Professores se sintam no direito de realizar mobilizações. No Chile, ninguém está sobre a lei", disse.
Infiltrados
Os carabineiros, polícia militarizada do Chile, foram acusados na última terça-feira (09/08) de
infiltrar alguns de seus agentes em uma passeata em Santiago. O objetivo seria provocar distúrbios e
justificar a repressão policial.
A imprensa chilena já havia relatado testemunhos de que ao menos
três homens encapuzados, que deram início aos distúrbios quando o
protesto já se encontrava em seu final, teriam descido de ônibus
policiais antes de se juntarem à população.
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Organizações da Sociedade Civil tiveram direitos violados no governo Bolsonaro, diz associação
Pesquisa feita com 135 organizações sociais de todas as regiões do país foi apresentada no Fórum Político de Alto Nível da ONU
A Associação Brasileira de ONGs afirmou, por meio de uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (05/07) no Fórum Político de Alto Nível da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, que as Organizações da Sociedade Civil (OSCs) foram submetidas a violações sistemáticas de direitos pelo Estado brasileiro no período entre 2019 e 2021.
O estudo, intitulado Criminalização Burocrática, foi feito a partir do levantamento do perfil de 135 organizações sociais de todas as regiões do Brasil, combinando abordagens qualitativa e quantitativa, incluindo ainda grupos focais e entrevistas entre dezembro de 2021 e fevereiro de 2022. Para conferir o relatório completo, clique aqui.
“Desde o início do governo de Jair Bolsonaro, o que se observa é um aumento de desconfiança sobre o campo da sociedade civil organizada. Há uma escalada nas tentativas de criminalização das OSCs, com projetos de lei e outras medidas legais destinadas ao controle e restrição do espaço de atuação dessas organizações”, apontam os pesquisadores da pesquisa.
Segundo a Abong, as organizações têm sido alvo de uma “série de ataques” por meio de medidas em âmbito administrativo que “visam dificultar a captação de recursos, impor pagamentos indevidos e, de forma geral, inviabilizar o trabalho das entidades”.

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Segundo a Abong, as organizações têm sido alvo de uma “série de ataques” por meio de medidas em âmbito administrativo
“As informações também apontam que as OSCs têm sofrido, com o governo federal como agente, crimes de calúnia, difamação ou injúria, todos previstos no Código Penal”, diz a associação.