Em meio a uma negociação para acabar com o embargo às exportações de carnes de frigoríficos do Rio Grande do Sul, Paraná e de Mato Grosso, o governo russo divulgou nota dizendo que o nível de controle veterinário brasileiro tem “diminuído inaceitavelmente”.
Segundo o vice-diretor do Serviço Federal de Fiscalização Veterinária e Fitossanitária da Rússia (Rosselkhoznadzor), Yevgeny Nepoklonov, o trabalho do Brasil vem piorando gradualmente nos últimos anos.
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A nota, divulgada no site do Rosselkhoznadzor, relata a conversa telefônica, ocorrida na semana passada, entre Nepoklonov e o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Francisco Jardim. De acordo com o texto, a autoridade russa chamou a atenção de seu colega brasileiro para o fato de a cooperação entre o Mapa e as plantas frigoríficas ter sido apenas de caráter formal e restrito ao controle de documentação, ignorando a necessidade de fiscalização em cada unidade.
Nepoklonov observou, “com pesar”, que a qualidade dos serviços veterinários brasileiros em 2009 era “muito melhor” que é agora. Segundo ele, o nível mais alto foi atingido em 2007, quando especialistas russos vieram ao Brasil fiscalizar as remessas para seu país. Em razão da estreita cooperação com os inspetores brasileiros, eles conseguiram fazer seu próprio controle, com eficácia, durante algum tempo.
A nota ressalta ainda a preocupação do Rosselkhoznadzor com o fato de os materiais enviados pelas autoridades sanitárias brasileiras sobre a correção das deficiências apontadas não terem fornecido provas documentais de inspeções feitas em várias plantas. Procurado pela Agência Brasil, o Ministério da Agricultura informou que não vai comentar a nota do governo russo.
Desde o final de maio, quando os russos anunciaram o embargo às unidades exportadoras de carnes dos três estados, que entrou em vigor a partir de 15 de junho, as autoridades sanitárias dos dois países estão em constante negociação para resolver o caso.
A partir de então, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, anunciou a redução da lista de plantas habilitadas a exportar para a Rússia e o investimento de cerca de 50 milhões de reais para modernização dos laboratórios de análises. Os recursos, no entanto, ainda não foram liberados.
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