Rebeldes líbios afirmaram neste domingo (21/08) estarem próximos de Trípoli, após tomarem o controle de uma refinaria em Zawiyah, no oeste do país. Uma série de explosões e disparos de armas automáticas são ouvidos desde as primeiras horas deste domingo, na capital, informou um correspondente da agência de notícias Reuters na capital líbia. Além disso, segundo a TV Al Jazeera, a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) bombardeou o complexo de Bab al Aziziya, do líder Muamar Kadafi, no centro de Trípoli.
Em pronunciamento transmitido pela televisão ontem, Kadafi parabenizou os líbios pela “eliminação dos ratos” (em referência aos rebeldes) e ainda acusou o presidente francês, Nicolás Sarkozy, de ser responsável pelos ataques. Ele instou à população a se unir contra os rebeldes. “É preciso acabar com esta farsa. Vocês devem marchar aos milhões para libertar as cidades destruídas” controladas pela rebelião, declarou o coronel.
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O ministro da Informação do governo líbio, Moussa Ibrahim, confirmou que “pequenos” grupos de rebeldes invadiram a capital do país, mas afirmou que foram detidos por tropas pró-Kadafi.Segundo Ibrahim, Kadafi continua governante do país e a capital Trípoli está protegida. Ele afirmou que entre os presos há argelinos, tunisianos e egípcios.
Os comentários foram mostrados pela televisão estatal. Ibrahim renovou o apelo aos rebeldes para que se rendam, dizendo que seriam perdoados mesmo que “matassem nossos parentes”. “Eu garanto aos líbios que Kadafi é o seu líder e que Trípoli está cercada por milhares de pessoas para defendê-la”, disse o ministro.
Na madrugada, em discurso na televisão estatal, Seif al-Islam Kadhafi, um dos filhos de Kadafi, afirmou que os rebeldes serão derrotados. “Os rebeldes não vão vencer. Essa é a nossa terra, nosso país. Não tem problema se vai durar seis meses, um ano ou dois, a vitória será nossa. Esse é nosso país e não vamos abandoná-lo”.
Avanço
Um dos comandantes dos rebeldes em Benghazi, quartel-general dos opositores de Kadafi, o coronel Fadlallah Haroun revelou à TV Al Jazeera que os ataques da noite deste sábado marcavam o início da Operação Mermaid – apelido dado à capital líbia -, coordenada em conjunto com a OTAN, que bombardeou a capital durante todo o dia. O avanço à capital ganhou força horas antes, quando os rebeldes tomaram Zawiyah, a apenas 50 quilômetros a Oeste de Trípoli. Na sexta-feira, as tropas de oposição já haviam conquistado as refinarias daquela região.
Os confrontos respingaram até mesmo para além da fronteira tunisiana. Forças Armadas daquele país batalharam, na madrugada, contra homens armados que avançavam em carros sem placa. Não foi divulgado se os invasores eram ou não partidários de Kadafi.
A conquista de Zawiya isolou as tropas do coronel posicionadas próximo à fronteira com a Tunísia e pôs uma pressão sem precedentes sobre ele. Oficiais de inteligência da Casa Branca consideram que é uma questão de dias para Kadafi deixar o governo. As deserções de figuras do primeiro escalão contribuíram para aumentar os boatos de que ele mesmo estaria tentando deixar o país, fato que foi negado pelo vice-presidente.
Forças leais ao governo combatem os rebeldes na cidade portuária de Brega, que abriga uma das principais reservas de petróleo do país. Os militantes admitiram que foram obrigados a recuar da zona industrial da cidade, após terem sofrido um pesado bombardeio.
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