Autoritarismo, liberalismo, medo de mudanças e rejeição à imigração. Segundo um estudo de sociologia divulgado nesta segunda-feira (22/08), essas são apenas as quatro características principais dos simpatizantes do movimento conservador norte-americano Tea Party.
A pesquisa, apresentada na reunião anual da Associação Americana de Sociologia realizada em Las Vegas, no estado de Nevada, indica que o Tea Party pode ser considerado uma expressão cultural do conservadorismo do final do século XX.
Assim resumiu o professor associado de sociologia na Universidade da Carolina do Norte, Andrew Perrin, autor do estudo “Cultures of the Tea Party“.
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As conclusões se baseiam em duas pesquisas feitas por telefone realizadas com mais de quatro mil eleitores registrados na Carolina do Norte e Tennessee, dois estados conservadores nos quais 46% dos consultados se mostraram a favor do Tea Party.
As entrevistas foram feitas entre 30 de maio e 3 de junho e entre 29 de setembro e 3 outubro de 2010, antes das eleições legislativas que aconteceram em novembro. Além disso, um conjunto de entrevistas foi realizado durante a manifestação que o grupo conservador realizou no mesmo ano em Washington.
Entre outras características, os pesquisadores descobriram que 81% dos entrevistados favoráveis ao Tea Party consideraram, em relação às crianças, o valor da obediência é mais importante do que a criatividade. E a autoridade é um valor fundamental. Entre os não simpatizantes, 65% concordaram com essas visões.
O medo da mudança foi outra das características manifestadas pelos entrevistados simpáticos ao movimento conservador, assim como as respostas negativas sobre os imigrantes e a imigração.
Entre os consultados, 51% dos que manifestaram estar “muito preocupados” com as mudanças na sociedade norte-americana eram simpatizantes do movimento, contra 21% dos demais.
O autor do estudo explicou que o Tea Party foi descrito como uma rebelião da parte mais conservadora do país e inclusive como um grupo racista contra o presidente, Barack Obama, entre outros qualificativos, que levaram o grupo de pesquisadores a analisar as bases culturais do movimento.
Assim, o estudo apontou que o Tea Party conseguiu juntar diferentes correntes conservadoras apelando a aspectos culturais tirados da história e do uso “teatral” da linguagem e algumas imagens.
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