A agência de classificação de risco Moody's rebaixou nesta quarta-feira (24/08) a nota de emissões a longo prazo dos principais bancos japoneses, horas após ter rebaixado a nota da dívida soberana do Japão. O Japão foi rebaixado de “Aa2” (a segunda melhor nota) para “Aa3”, o primeiro corte em sua classificação desde 2002.
A agência reduziu a qualificação de entidades como o Banco de Tokyo-Mitsubishi UFJ, maior banco do país, de 'Aa2' para 'Aa3', o Sumitomo Mitsui Banking, de 'Aa2' para 'Aa3', e as duas unidades de investimento do Banco Mizuho, de 'Aa3' para 'A1'. A decisão foi uma consequência da redução da nota do Japão e dos temores de que o país tenha menos capacidade no futuro para apoiar o setor bancário no caso de uma nova crise financeira.
No comunicado, a agência de classificação acrescenta que “o terremoto e o tsunami de 11 de março, e o consequente desastre na usina nuclear de Fukushima Daiichi atrasaram a recuperação causada pela recessão global de 2009 e pioraram as condições de deflação” da economia japonesa.
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A Moody's considera que as perspectivas de crescimento econômico do país são frágeis, o que torna difícil implementar políticas de consolidação fiscal para cortar o déficit, um impedimento a instabilidade política do país, que teve cinco primeiros-ministros nos últimos cinco anos.
O relatório do Moody's também assinalou a recente apreciação do iene como fator negativo para as exportações, um dos motores da economia japonesa, embora considere que a falta de inflação em preços e salários compensa o efeito negativo.
Fundo
De qualquer maneira, o governo japonês anunciou nesta quarta-feira a criação de um fundo de US$ 100 bilhões que procura aliviar, sem intervir diretamente no mercado de divisas, a força do iene, que alcançou há poucos dias o máximo de pós-guerra com relação ao dólar.
O fundo, com um ano de duração, procura encorajar às empresas japonesas a trocarem para por outras divisas seus fundos em ienes e também para que realizem fusões e aquisições no estrangeiro, aproveitando a fortaleza da moeda japonesa.
“A medida tem como objetivo principal apoiar às empresas e não colocar freio à alta do iene, o que indica que o Governo chegou a um beco sem saída neste sentido” disse nesta quarta-feira Tomoko Fujii, analista de Merrill Lynch Japan, ao jornal Nikkei, em linha com o ceticismo mostrado pelos analistas e investidores.
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