Político chileno diz que filhos fora do casamento são causa de crise educacional
Político chileno diz que filhos fora do casamento são causa de crise educacional
"O Chile é um país sem família", disse o secretário de governo da província de Bio Bio, Víctor Lobos, durante congresso na Universidade San Sebastián. Para ele, os filhos fora do casamento são o motivo do anarquismo e das "manifestações com ódio" que vêm acontecendo no país no último mês a favor de melhorias na educação.
"Uma criança que não recebeu nada, que não recebeu afeto, que não recebeu carinho de um pai, uma mãe, nem a proteção deles, se manifesta nas ruas com ódio, com ressentimento, pois ele não tem nenhum valor que o permita viver em um mundo com certa estabilidade", afirmou.
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Segundo dados apresentados durante o congresso "Desenvolvimento Humano para Concepción: desafios pendentes", atualmente 65% dos filhos são crianças nascidas fora de casamentos. "Nunca imaginei que a cifra ia chegar a 65%, ou seja, hoje em dia o Chile é um país sem família, sem o núcleo familiar básico, tradicional", afirmou Lobos.
Segundo ele, há anos atras, quando o número de filhos fora de casamentos chegava apenas a 40%, o dado já o impressionava. "Eu previ que isso iria causar problemas sociais no Chile. O que preocupa também é chegar ao extremo, que é o anarquismo", concluiu.
Protestos
Na noite de quinta-feira (25/08), um jovem de 16 anos foi morto pela polícia no segundo dia de greve geral proposto pela principal força sindical do país, a CUT (Central Unica dos Trabalhadores).
Segundo os vizinhos, citados por agências de notícias internacionais, o garoto foi morto em um subúrbio de Santiago onde aconteciam os distúrbios. A polícia não confirmou a causa da morte, mas disse que abrirá uma investigação sobre o caso.
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Os protestos também foram marcadas por saques, barricadas e violência por parte da polícia contra os manifestantes, de acordo com a imprensa local.
"O governo espera que o assunto seja resolvido rapidamente e que a morte do jovem seja esclarecida", disse o subsecretário do Interior, Rodrigo Ubilla, na manhã desta sexta-feira (26/08).
Segundo ele, nos últimos três dias 1.394 pessoas foram detinas em todo o país. Estima-se que 53 civis e 153 policiais tenham ficado feridos nos distúrbios.
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Organizações da Sociedade Civil tiveram direitos violados no governo Bolsonaro, diz associação
Pesquisa feita com 135 organizações sociais de todas as regiões do país foi apresentada no Fórum Político de Alto Nível da ONU
A Associação Brasileira de ONGs afirmou, por meio de uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (05/07) no Fórum Político de Alto Nível da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, que as Organizações da Sociedade Civil (OSCs) foram submetidas a violações sistemáticas de direitos pelo Estado brasileiro no período entre 2019 e 2021.
O estudo, intitulado Criminalização Burocrática, foi feito a partir do levantamento do perfil de 135 organizações sociais de todas as regiões do Brasil, combinando abordagens qualitativa e quantitativa, incluindo ainda grupos focais e entrevistas entre dezembro de 2021 e fevereiro de 2022. Para conferir o relatório completo, clique aqui.
“Desde o início do governo de Jair Bolsonaro, o que se observa é um aumento de desconfiança sobre o campo da sociedade civil organizada. Há uma escalada nas tentativas de criminalização das OSCs, com projetos de lei e outras medidas legais destinadas ao controle e restrição do espaço de atuação dessas organizações”, apontam os pesquisadores da pesquisa.
Segundo a Abong, as organizações têm sido alvo de uma “série de ataques” por meio de medidas em âmbito administrativo que “visam dificultar a captação de recursos, impor pagamentos indevidos e, de forma geral, inviabilizar o trabalho das entidades”.

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Segundo a Abong, as organizações têm sido alvo de uma “série de ataques” por meio de medidas em âmbito administrativo
“As informações também apontam que as OSCs têm sofrido, com o governo federal como agente, crimes de calúnia, difamação ou injúria, todos previstos no Código Penal”, diz a associação.