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Política e Economia

Missão parlamentar brasileira em Honduras se divide com visita a golpista

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Missão parlamentar brasileira em Honduras se divide com visita a golpista

Alessandra Oggioni

2009-10-03T14:11:00.000Z

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O grupo de deputados brasileiros que visitou Honduras nesta semana se dividiu depois da decisão de quatro deles de se encontrar com o líder do governo golpista, Roberto Micheletti. Os parlamentares Ivan Valente (PSOL-SP) e Janete Pietá (PT-SP) se recusaram a participar da reunião.

“[O encontro] Foi um retrocesso no final da viagem. Já havíamos acordado de que não visitaríamos Micheletti, pois isso seria um reconhecimento do regime e isso eu não estava disposto a aceitar”, explicou Ivan Valente em entrevista ao Opera Mundi.

O deputado afirmou também que Micheletti poderá até usar este ato dos deputados brasileiros em favor dele, como uma forma de legitimar o governo golpista. “Sou a favor do isolamento do regime, por isso não queria me prestar a esse papel [do encontro com o líder da ditadura]”, ressaltou.

Ainda segundo Valente, a missão foi interparlamentar, já que foi o parlamento hondurenho quem “abriu as portas e ajudou a quebrar a barreira militar para entrada na Embaixada do Brasil”.

O encontro dos deputados Raul Jungmann (PPS-PE), Bruno Araújo (PSDB-PE), Cláudio Cajado (DEM-BA) e Mauricio Rands (PT-PE) com Micheletti aconteceu nesta sexta-feira, último dia da missão.

Sobre a conversa com o governo golpista, Jungmann falou à Agência EFE que "Micheletti deu amplas garantias para a embaixada”. E acrescentou: “Abordamos também a questão do estado de sítio que agora rege em Honduras (...) O presidente Micheletti disse: 'Não, não é um estado de sítio, é uma restrição às garantias individuais e vou suspendê-lo'", afirmou.

Segundo o deputado, para os latino-americanos "o fantasma do golpe de Estado é algo horrível" e, por isso, apoiam uma saída à crise mediante o diálogo.

Os deputados pediram, além disso, que em Honduras aconteçam eleições "legítimas, amplas e transparentes".

Após a visita, Micheletti disse, em nota, “ter toda a disposição” de estender o prazo de dez dias dado ao governo do Brasil para o relatório sobre o status de Zelaya dentro da representação diplomática brasileira. Entretanto, o comunicado divulgado hoje (3) não contém informações sobre uma nova data.

Além disso, segundo a nota, o líder golpista diz que "ofereceu absolutas seguranças aos membros do Congresso brasileiro, no sentido de que se respeitará em todos os âmbitos as instalações físicas da representação brasileira em Tegucigalpa, assim como a integridade das pessoas que a estão ocupando".

Avaliação positiva

Apesar do racha no final da viagem, o grupo de deputados brasileiros avaliou como "proveitosa" a missão em Honduras.

"Deixamos uma mensagem da experiência brasileira com as crises. Para nós, que tivemos ditadura, as instituições são fundamentais", declarou o coordenador da missão, Raul Jungmann à agência EFE.

Para o deputado Ivan Valente, o objetivo de chegar à embaixada, romper o cerco militar, conversar com diplomatas brasileiros e com o próprio presidente deposto foi alcançado. “Conseguimos a garantia da Suprema Corte e do Congresso de que não haveria violação à embaixada brasileira”, pontuou.

Valente ressaltou também que a conversa com Manuel Zelaya fluiu no sentido de buscar saídas para o impasse entre o governo golpista e o governo eleito, o que ainda não foi alcançado. “Até agora, Zelaya negou todas as propostas dos golpistas. O que ele quer é voltar ao governo e cumprir o seu mandato até janeiro”, comentou.

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Política e Economia

Guaidó é acusado de pedir desbloqueio de US$ 53 milhões aos EUA para governo paralelo

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Valor seria 'orçamento anual' do gabinete do líder opositor, denuncia Jorge Rodríguez, presidente do Poder Legislativo

Michele de Mello

Brasil de Fato Brasil de Fato

Caracas (Venezuela)
2021-04-13T22:50:00.000Z

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O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, denunciou nesta terça-feira (13/04) que o ex-deputado Juan Guaidó pode desbloquear US$ 53, 2 milhões (cerca de R$265 milhões) nos Estados Unidos para manter a estrutura do governo paralelo. 

Segundo Rodríguez, Guaidó e seus aliados enviaram um orçamento anual ao Escritório de Controle de Bens Estrangeiros (OFAC - sigla em inglês), unidade do Departamento do Tesouro, que libera os dólares diretamente das contas venezuelanas em bancos nos EUA.

O montante seria dividido entre o gabinete da presidência de Guaidó, os seus escritórios de Assuntos Exteriores, deputados da antiga Assembleia Nacional, que seriam parte do seu “Conselho Administrativo”, e o canal TV Capitólio, responsável por cobrir atividades da oposição.

Somente para gastos pessoais do ex-deputado Juan Guaidó teriam sido indicados US$ 2 milhões. Os repasses atingem membros dos quatro maiores partidos da oposição, chamado G4: Vontade Popular, Primeiro Justiça, Ação Democrática e Um Novo Tempo.

Com base em gravações telefônicas do ex-deputado Sergio Vergara, assessor de Guaidó, a AN pode ter acesso aos detalhes do esquema de desvio de dinheiro público venezuelano.

Vergara foi um dos assessores de Guaidó que assinou o contrato com a empresa militar Silverscorp para colocar em prática a Operação Gedeón – tentativa de invasão paramilitar de maio de 2020.

Desde 2019, a Casa Branca reconhece o opositor Juan Guaidó como presidente encarregado da Venezuela, deixando sob sua responsabilidade o gerenciamento dos ativos públicos venezuelanos nos Estados Unidos, incluindo a maior empresa pública da Venezuela no exterior: Citgo Petroleum, filial da Pdvsa. 

A Citgo é avaliada em US$ 7 bilhões e tem uma capacidade de refino de 759 mil barris de petróleo anualmente.  Entre 2015 e 2017, teve um lucro de cerca de US$ 2,5 bilhões (R$ 10 bilhões). No esquema revelado por Jorge Rodríguez, a diretoria da Citgo teria acesso a US$ 1,15 milhão do orçamento.

Presidente da AN apresentou detalhes do esquema de desvio do dinheiro público venezuelano por parte da oposição aliada a Guaidó

O valor depositado nas contas dos opositores deveria servir para pagar gastos com transporte, alimentação, segurança e seus salários, como assessores políticos nomeados pelo autoproclamado Guaidó. 

"Esse dinheiro tem servido para comprar suas mansões em Miami. Roubar é a única atividade na qual Guaidó teve êxito", declarou o presidente do Legislativo.  

Neste ano, a OFAC solicitou ao setor guaidosista recortar o "orçamento" e este seria o motivo da reunião liderada por Vergara, que detalhou o passo a passo do repasse do dinheiro no exterior à oposição.   

Em resposta ao pedido do Departamento do Tesouro, Guaidó teria encerrado o programa "Heróis da Saúde", criado em 2020, para oferecer um bônus de US$ 100 como recompensa aos profissionais que trabalham no combate à pandemia na Venezuela. 

"Eles se roubam entre eles mesmos", acusa Rodríguez e aponta que, neste momento, há uma disputa dentro da oposição venezuelana entre Juan Guaidó e Leopoldo López, do partido Vontade Popular, contra Júlio Borges (Primeiro Justiça) e Henry Ramos Allup (Ação Democrática), para liderar o bloco opositor de extrema-direita e ter prioridade no acesso aos recursos financeiros. 

A Venezuela denuncia que possui US$ 7 bilhões bloqueados em entidades bancárias nos Estados Unidos e na União Europeia.

O governo venezuelano denuncia que Guaidó não cumpre com acordos assinados no ano passado para o desbloqueio de parte do dinheiro público que seria destinado para um fundo de combate à pandemia, gerenciado pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

Na última semana, Guaidó conseguiu sacar cerca de US$ 30 milhões (aproximadamente R$ 150 milhões) dos fundos depositados em Londres para cobrir gastos pessoais, mas se negou a liberar as reservas de ouro venezuelano retidas no Banco da Inglaterra.

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