Na Colômbia, 97 candidatos eleitorais precisam de proteção após ameaças
Na Colômbia, 97 candidatos eleitorais precisam de proteção após ameaças
Há dois meses das eleições que vão eleger prefeitos e governadores na Colômbia, quase cem candidatos receberam ameaças de diversas organizações criminosas. Os números foram revelados nesta terça-feira (30/08) pelo diretor do serviço de proteção da polícia, o general Nicolás Muñoz.
De acordo com Muñoz, a maioria das ameaças tem origem nos departamentos de Valle, Cauca, Antioquia e Nariño. "Estamos averiguando se as ameaças provêm da "guerra suja" entre as campanhas ou de quadrilhas de criminosos", disse. As informações são da rede multiestatal de notícias TeleSur e do jornal local El Colombiano.
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Para evitar que alguma delas se concretize, a polícia colombiana montou em forte esquema de segurança disponibilizando 465 homens. Eles formarão um grupo de proteção aos ameaçados, que agirão diretamente nas sedes dos partidos, nas residências dos candidatos e nos eventos de campanha em que estiverem presentes.
Na capital do país, Bogotá, o reforço na segurança será ainda maior. "Em Bogotá existem dois casos isolados de ameaças contra dois candidatos a vereadores na região de Sumpaz [no sul da capital]. O compromisso do governo é garantir segurança a todos os candidatos onde detectamos um nível de risco importante", explicou o general.
Mesmo assim, a eficácia das políticas de segurança governamentais é constantemente questionada, inclusive por parlamentares já eleitos. Há duas semanas, o senador Camilo Romero, do Pólo Democrático, criticou a atuação do governo diante dos candidatos a cargos públicos. Ele lembrou que, apenas nessa corrida presidencial, 28 candidatos já foram assassinados no país, e 978 municípios correm risco de perder seus líderes políticos por conta da falta de segurança.
"Eu entendo as manifestações públicas, cidadãs e emotivas que motivam os atores ilegais, mas temos um governo que é responsável por nós e a quem temos que recorrer para que este problema seja resolvido", afirmou.
O senador do Partido da U, Juan Lozano, por sua vez, fez um apelo ao ministro do Interior, German Vargas Lleras, para que proponha possíveis soluções diante da "situação preocupante que se apresenta em algumas zonas do país, onde grupos armados ilegais e delinqüentes tentam mudar a intenção de voto dos colombianos".
Em resposta, Vargas Lleras afirmou que o governo disponibilizará todos os recursos para garantir a segurança dos candidatos. "Estamos desenvolvendo uma parceria com a polícia nacional e o ministério da Defesa para oferecer garantias suficientes aos mais de 100 mil candidatos que vão se inscrever, para que concorram com absoluta liberdade do processo eleitoral", disse o ministro.
Entretanto, ele admitiu que haverá uma lista de prioridades: quem pedir proteção só a partir de agora terá de esperar os que já receberam ameaças. A justificativa é a grande demanda.
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Moscou acusa Ucrânia de atacar cidade russa com mísseis
Pelo menos três pessoas morreram após explosões em Belgorod, diz autoridade local; russos reivindicam tomada de Lysychansk
A Rússia acusou neste domingo (07/03) a Ucrânia de disparar três mísseis contra a cidade de Belgorod, perto da fronteira ucraniana, em ataques nos quais pelo menos três pessoas morreram e outras quatro ficaram feridas.
"As defesas antiaéreas russas derrubaram três mísseis de fragmentação Tochka-U lançados por nacionalistas ucranianos contra Belgorod", disse o porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, Igor Konashenkov, acrescentando que "após a destruição dos mísseis ucranianos, os destroços de um deles caíram sobre uma casa".
Antes, o governador da região, Viacheslav Gladkov, havia informado na rede Telegram que explosões foram registradas na cidade nas primeiras horas deste domingo, danificando 11 prédios residenciais e 39 casas.
"As causas do incidente estão sendo investigadas, as defesas antiaéreas foram ativadas", acrescentou, sem dar mais detalhes.
Gladkov disse que foi rapidamente para as cinco ruas afetadas pelas explosões no norte da cidade, não muito longe do centro.
Um homem e uma criança foram hospitalizados, outros dois feridos foram atendidos no local, segundo autoridades locais.
Desde o início da ofensiva da Rússia na Ucrânia em 24 de fevereiro, o governo russo acusou repetidamente as forças ucranianas de realizar ataques em solo russo, especialmente na região de Belgorod.
Em Belgorod vivem cerca de 400 mil pessoas. A cidade fica cerca de 40 quilômetros ao norte da fronteira com a Ucrânia e é o centro administrativo da região de mesmo nome.
No início de abril, o governador Gladkov acusou a Ucrânia de atacar um depósito de combustível em Belgorod com dois helicópteros.
Belarus também acusa ataques ucranianos
O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, disse que seu exército derrubou mísseis disparados em seu território a partir da Ucrânia e promete responder "instantaneamente" a qualquer ataque inimigo.
"Estamos sendo provocados", disse Lukashenko à agência de notícias estatal Belta. "Devo dizer que cerca de três dias atrás, talvez mais, eles tentaram atacar alvos militares em Belarus a partir da Ucrânia.

Yevgeny Silantyev/TASS/dpa/picture alliance
Segundo autoridade regional, 11 prédios e 39 casas foram danificadas em Belgorod
A Ucrânia disse na semana passada que mísseis disparados de Belarus atingiram uma região de fronteira dentro de seu território.
Russos reivindicam tomada de Lysychansk
O governo da Rússia afirmou que suas forças assumiram neste domingo o controle da última grande cidade controlada pela Ucrânia na província de Lugansk, aproximando Moscou de seu objetivo declarado de tomar toda a região ucraniana de Donbass.
O ministro russo da Defesa, Serguei Shoigu, disse ao presidente russo, Vladimir Putin, que tropas russas junto com membros de uma milícia separatista local "estabeleceram o controle total sobre a cidade de Lysychansk", segundo agências russas de notícias.
Combatentes ucranianos passaram semanas tentando defender Lysychansk e impedir que seja tomada pela Rússia, como ocorreu com a vizinha Sievierodonetsk há uma semana.
Um conselheiro do presidente ucraniano previu na noite de sábado que a cidade pode ser ocupada pelos invasores dentro de dias.
As autoridades ucranianas não forneceram imediatamente uma atualização sobre a situação da cidade.
Há uma semana, o governador de Lugansk disse que as forças russas estavam fortalecendo suas posições em uma batalha severa para capturar o último reduto de resistência na província. "Os ocupantes lançaram todas as suas forças em Lysychansk. Eles atacaram a cidade com táticas incompreensivelmente cruéis'', afirmou Serguei Haidai disse no aplicativo de mensagens Telegram.
Um rio separa Lysychansk de Sievierodonetsk. Oleksiy Arestovych, um conselheiro do presidente ucraniano, disse durante uma entrevista online na noite de sábado que as forças russas conseguiram pela primeira vez atravessar o rio pelo norte, criando uma situação "ameaçadora".
Arestovych disse que os invasores não chegaram ao centro da cidade, mas que o curso dos combates indicava que a batalha por Lysychansk seria decidida até segunda-feira.
As forças russas intensificaram no sábado seus ataques à cidade ucraniana de Lysychansk, alegando ter cercado “completamente” o último reduto ucraniano na região de Lugansk. A Ucrânia negou o cerco.
Se Lysychansk cair, toda a região de Lugansk – que junto com Donetsk compõe a região leste do Donbass – poderá ficar sob controle russo, marcando outro avanço estratégico para o presidente russo, Vladimir Putin.