Líbia terá eleições em 20 meses, dizem rebeldes; CNT será transferido para Trípoli
Líbia terá eleições em 20 meses, dizem rebeldes; CNT será transferido para Trípoli
O representante do CNT (Conselho Nacional de Transição) no Reino Unido, Guma Al Gamaty, anunciou nesta sexta-feira (02/09) a realização de eleições gerais dentro de 20 meses na Líbia. Al Gamaty afirmou que foi "estabelecido um mapa do caminho preciso com um período de transição de 20 meses".
"Durante oito meses, o CNT governará a Líbia até que uma assembleia eleita pelo povo" assuma o poder no país para redigir uma Constituição, e "no prazo de um ano (...) serão realizadas eleições", disse, segundo a BBC.
Quanto ao paradeiro do líder líbio Muamar Kadafi, Al Gamaty disse que ele "se esconde, está isolado". "É só questão de tempo antes que seja detido, a não ser que o matem, se resistir".
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Em Bengazi, região sul do país e reduto da oposição, o presidente do CNT, Mustafá Abdul Jalil, afirmou que o órgão executivo encarregado da transição será transferido "na próxima semana" para Trípoli, sob controle das novas autoridades. "Vamos a Trípoli na próxima semana. Trípoli é a nossa capital", disse Abdul Jalil.
Com o objetivo de reorganizar a mobilização de suas tropas, o CNT pediu a combatentes presentes na capital que voltem para casa porque "Trípoli está livre" desde 23 de agosto, quando conseguiram tomar o controle da cidade. As informações são da Associated Press.
Segundo a Efe, os rebeldes apostam em uma rendição negociada na cidade de Sirte, reduto de Kadafi e sua cidade natal. Ha ainda "enfrentamentos esporádicos" entre os dois lados. O CNT deu prazo de uma semana para que as tropas leais a Kadafi se rendam. Porém, o líder líbio respondeu “que a resistência está crescendo em Trípoli, que será liberada centímetro a centímetro”.
"A bandeira verde [do antigo regime] está em todas as partes, das fronteiras com a Argélia, o Níger e o Chade, até a costa mediterrânea", disse Muamar Kadafi, em uma das mensagens transmitidas ontem pela emissora síria Arrai.
De acordo com relatos de rebeldes, confrontos isolados também ocorreram a cem quilômetros ao leste de Sirte. No caminho a Naufaliya, onde os sinais dos combates não são perceptíveis, além de alguns veículos carbonizados à margem da estrada, inúmeros rebeldes retornavam da frente em caminhonetes, em direção a Brega e Ras Lanuf.
Novo Exército Nacional
Hoje, o integrante da equipe de crise do CNT general Omar al Hariri afirmou que as unidades militares sublevadas e as forças rebeldes se unirão para criar um novo Exército Nacional líbio cuja missão será "garantir a segurança do país". Em entrevista coletiva concedida no hotel Radisson, em Trípoli, o militar disse que "em um breve espaço de tempo" haverá novos soldados profissionais nas ruas.
"Não existe diferença alguma entre as forças rebeldes e o Exército Nacional. Grande parte do Exército esteve com os rebeldes desde o princípio. Todos lutaram no mesmo grupo e agora seguirão unidos", afirmou o general.
"O objetivo agora é criar um novo Exército Nacional com todas as forças para garantir a segurança do país, a constituição da democracia e o respeito dos direitos humanos da nova Líbia", acrescentou, segundo a Efe. Al Hariri informou que nem todas as forças rebeldes serão integradas no Exército e que o objetivo é atrair profissionais especializados.
Nesta sexta-feira, os líbios comemoraram o fim do Ramadã, o mês sagrado do com Islã, com a festa do Eid ul-Fitr.
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Organizações da Sociedade Civil tiveram direitos violados no governo Bolsonaro, diz associação
Pesquisa feita com 135 organizações sociais de todas as regiões do país foi apresentada no Fórum Político de Alto Nível da ONU
A Associação Brasileira de ONGs afirmou, por meio de uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (05/07) no Fórum Político de Alto Nível da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, que as Organizações da Sociedade Civil (OSCs) foram submetidas a violações sistemáticas de direitos pelo Estado brasileiro no período entre 2019 e 2021.
O estudo, intitulado Criminalização Burocrática, foi feito a partir do levantamento do perfil de 135 organizações sociais de todas as regiões do Brasil, combinando abordagens qualitativa e quantitativa, incluindo ainda grupos focais e entrevistas entre dezembro de 2021 e fevereiro de 2022. Para conferir o relatório completo, clique aqui.
“Desde o início do governo de Jair Bolsonaro, o que se observa é um aumento de desconfiança sobre o campo da sociedade civil organizada. Há uma escalada nas tentativas de criminalização das OSCs, com projetos de lei e outras medidas legais destinadas ao controle e restrição do espaço de atuação dessas organizações”, apontam os pesquisadores da pesquisa.
Segundo a Abong, as organizações têm sido alvo de uma “série de ataques” por meio de medidas em âmbito administrativo que “visam dificultar a captação de recursos, impor pagamentos indevidos e, de forma geral, inviabilizar o trabalho das entidades”.

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Segundo a Abong, as organizações têm sido alvo de uma “série de ataques” por meio de medidas em âmbito administrativo
“As informações também apontam que as OSCs têm sofrido, com o governo federal como agente, crimes de calúnia, difamação ou injúria, todos previstos no Código Penal”, diz a associação.