Estreia em 7 de setembro de 1954 no Festival de Cinema de Veneza a obra-prima de Federico Fellini, La Strada. O filme é um drama do neo-realismo italiano do pós-guerra em que uma inocente jovem é vendida a um artista de rua e seguem juntos pela estrada como parte de seu show itinerante.
La Strada ganhou o Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira em 1956, o primeiro nesta categoria. O filme conta a história de Gelsomina (Giulietta Masina), uma excêntrica jovem, que é vendida pela própria mãe por Zampanò por 10 mil liras.
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Cartaz de lançamento do La Strada
Zampanò ganha a vida como artista itinerante, entretendo as pessoas ao quebrar uma corrente de ferro firmemente em torno de seu peito. Gelsomina, por sua vez é ingênua, e aprende com o tirano a tocar trompete e tambor. Ao mesmo tempo, a despeito de sua disposição de agradá-lo, Zampanò a deixa cada vez mais dependente dele e a mantém sob seu domínio.
Um dia ela se rebela, o abandona e passa a vagar pela cidade, quando conhece Il Matto (O Bobo), um talentoso equilibrista e palhaço (Richard Basehart) que também é artista de rua. Dias depois, Zampanò a encontra quer fazê-la voltar à força. Os dois então juntam-se a um desorganizado circo itinerante, onde Il Matto já trabalhava.
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Por razões que ele mesmo não podia entender, Il Matto maliciosamente toma o lugar do tirano a cada oportunidade. Ao ficar empapado por um balde de água, Zampanò o persegue com um punhal. Os dois são presos e por fim despedidos do circo.
Após a saída da prisão, Il Matto diz a Gelsomina que há alternativas a sua servidão e transmite sua filosofia que tudo e todos têm um objetivo, mesmo um pedregulho, até ela. Gelsomina oferece a Zampanò a possibilidade de casamento, mas ele a repele.
Os distintos caminhos do bobo e do tirano cruzam-se pela última vez em um trecho ermo da estrada, quando Zampanò topa com Il Matto trocando o pneu do carro. O tirano satisfaz sua vingança com uma série de golpes na cabeça sob os olhares de uma Gelsomina horrorizada. Il Matto reclama que seu relógio foi quebrado antes de desmaiar e morrer. Zampanò esconde o corpo e tira o carro da estrada.
O assassinato faz o espírito de Gelsomina desabar. Dez dias passados, continua arrasada, seus olhos não têm vida. Não podendo mais suportar, Zampanò a abandona enquanto ela tirava um cochilo.
Alguns anos mais tarde, ouve uma mulher cantando uma canção que Gelsomina costumava cantar. Toma conhecimento de que o pai dessa mulher encontrou Gelsomina na praia e bondosamente a acolheu. Contudo, ela definhou e morreu. Zampanò se embebeda e vagueia pela praia, cai e chora convulsivamente.
A ideia do personagem Zampanò surgiu da adolescênciade Fellini, na cidade costeira de Rimini. Havia lá um homem que levava todas as meninas para a cama. Uma vez que deixava a pobre menina grávida, todo mundo dizia que o bebê era filho do diabo. Em uma daquelas tortuosas estradas de terra, avistou um homem puxando uma carreta coberta de lona e uma mulher magrinha o ajudava empurrando o veículo por trás.
A trilha sonora do filme, composta pelo genial Nino Rota, também merece atenção especial. Com uma canção melancólica que aparece ao longo das cenas como uma melodia executada por Il Matto em um violino miniatura e depois por Gelsomina quando aprende a tocar trompete, a última entrada é cantada pela mulher que conta a Zampano o destino de Gelsomina.
A crítica Dominique Aubier escreveu no Les Cahiers du Cinéma sobre La Strada: “… Fellini atinge um auge raramente alcançado por outros cineastas: o estilo a serviço do universo mitológico dos artistas. Este exemplo uma vez mais prova que o cinema tem menos necessidade de técnicos – já existem muitos – do que inteligência criativa. Para criar tal filme, o autor deve ter não somente um considerável dom de expressão, mas também uma profunda compreensão de certos problemas emocionais.”
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1813: Nasce o Tio Sam, personificação dos EUA
1822: É proclamada a independência do Brasil
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