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Política e Economia

Estudantes fazem 'vaquinha' e viúva recebe de volta carro incendiado em manifestação

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Estudantes fazem 'vaquinha' e viúva recebe de volta carro incendiado em manifestação

Victor Farinelli

2011-09-13T20:44:00.000Z

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Victor Farinelli/Opera MundiVictor Farinelli
Mesmo após ter o carro incendiado, aposentada seguiu apoiando a causa dos estudantes chilenos

Se o dia 14 de julho havia sido traumático para a chilena Mary Hitchman, por encontrar seu carro em chamas por obra da fúria de manifestantes durante uma passeata estudantil, esta terça-feira (13/09), quando os estudantes de Valparaíso lhe entregam outro carro novo em folha, será ainda mais memorável, desta vez de forma positiva.

Mary teve seu carro completamente destruído por alguns manifestantes que participaram do chamado “Portenhaço” (marcha organizada exclusivamente pelos movimentos sociais de Valparaíso). O grupo de Estudantes da região de Valparaíso, ao saber do acontecido, não tardou em reunir os esforços necessários em ressarci-la. “Vimos no incidente uma oportunidade de demonstrar que nossa mobilização tem muito mais de construtiva do que de destrutiva”, disse Lucas Solla, diretor da federação de estudantes da USM (Universidad Santa María), um dos principais envolvidos no projeto.

Victor FarinelliOs eventos organizados pelo movimento estudantil portenho (generativo dos naturais de Valparaíso) e as doações individuais arrecadaram 3,9 milhões de pesos (cerca de R$ 14 mil), suficientes para comprar um Kia prateado, modelo 2010.

Valor sentimental

Mary Hitchman havia saído naquela tarde de quinta-feira para fazer compras no centro da cidade. Deixou o carro, um Subaru branco modelo 1998, na esquina da Avenida Brasil com a Rua San Ignacio. Retornou uma hora depois, e encontrou uma pequena multidão ao redor de uma enorme fogueira.

A dor por reconhecer seu veículo em meio às chamas não tinham que ver com a perda de um patrimônio material. O carro a ajudava a seguir ligada à memória de seu marido, José Raúl Sanhueza, morto em 2006. “Ele adorava aquele carro. Ainda quando começou a ter alguns problemas de visão, insistia em lavá-lo e encerá-lo pessoalmente, e o esfregava quase de memória”, recorda.

Curiosamente, enquanto deixava o local, Mary declarou aos jornalistas presentes seu apoio ao movimento estudantil, apesar da perda do carro. Ela não falava sem conhecimento do tema: “eu e meu marido fizemos grandes sacrifícios para poder pagar a universidade da minha filha, María José, e nem assim escapamos das dívidas”. Hoje, a estilista aposentada aluga os quartos de sua casa para estudantes, o que a mantém em constante contato com a realidade dos jovens chilenos.

Foi justamente uma dessas estudantes que viveu alguns anos na casa da Mary quem iniciou o contato entre ela e o grupo de Lucas Solla. “Foi numa aula de tango, dias depois do incidente, ela veio e me disse ´Tia Mary, não se preocupe que já estamos organizando alguns eventos para poder ajudá-la”.

A ideia inicial era reunir todos os recursos, com rifas e doações, para bancar a entrada para um carro novo, e não financiar a compra totalmente, mas logo essas expectativas foram superadas. “Em agosto, realizamos uma festa onde esperávamos conseguir 1 milhão de pesos (cerca de 3,5 mil), e a conta final foi de quase 2 milhões (cerca de R$ 7 mil)”, contou Solla.

A festa, realizada na discoteca El Huevo, reuniu mais de duas mil pessoas, e contou com a própria Mary Hitchman, dançado tango e sendo consagrada como a “Tia Mary”, uma espécie de madrinha do movimento estudantil em Valparaíso. “Começamos ajudando a uma pessoa que nem conhecíamos e terminamos ganhando uma tia que nos apoia hoje e em qualquer situação que tenhamos na vida”, concluiu Solla.

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Decepção com Piñera

"Quando eu era jovem, quis abrir um negócio próprio e pedi um empréstimo ao banco, que foi negado porque não tinha como pagar, e hoje as famílias conseguem empréstimos quiçá nunca conseguirão terminar de pagar”. Esse é um dos problemas apontados por Tia Mary como causadores da atual crise educacional chilena. “Eu estudei numa escola pública gratuita quando o país tinha poucos recursos. Hoje temos uma riqueza que deveria nos permitir mais esforços do governo nesse âmbito”, analisa.

A estilista não é uma opositora fervorosa do governo de Sebastián Piñera, e nem poderia ser, já que ela confessa, com algum arrependimento, que votou nele nas últimas eleições. “Não sou de esquerda nem de direita, apostei nele porque a coalisão que estava antes (Concertación, de centro-esquerda) já não era capaz de realizar as mudanças que o país precisava. Infelizmente, ele tampouco as trouxe”.

Mas ela diz que não apostará mais na atual classe política, e que o vivido nesses 55 dias entre a perda do carro antigo e a entrega do novo serviram para que ela descobrisse uma juventude que ela vê capaz de superar os desafios deixados pelas gerações anteriores. "Os adultos chilenos são responsáveis por legar a esses jovens um panorama muito difícil, por isso devemos apoiá-los quando eles estão dispostos a mudar o país para melhor", é a lição da Tia Mary.

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Política e Economia

Elon Musk é processado por acionistas do Twitter

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Ação nos EUA acusa bilionário de fazer postagens em redes sociais com objetivo de manipular o mercado

Redação

Deutsche Welle Deutsche Welle

Bonn (Alemanha)
2022-05-27T18:56:00.000Z

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Acionistas do Twitter abriram um processo contra o empresário Elon Musk por manipulação de mercado, acusando o bilionário de agir para baixar o preço das ações da empresa de mídia social a fim de possivelmente negociar um desconto em sua oferta para comprar a companhia ou mesmo abandonar o negócio.

A ação, apresentada na quarta-feira (25/05), alega que o fundador das empresas Tesla e SpaceX fez uma série de declarações públicas destinadas a criar dúvidas sobre o acordo de compra do Twitter, o que vem provocando alvoroço na rede social há semanas.

O processo pede a um tribunal federal de São Francisco que apoie a validade do acordo de compra, no valor de 44 bilhões de dólares, e compense os acionistas por quaisquer danos.

O imbróglio

No fim de abril, o conselho de administração do Twitter aprovou a oferta pública de compra da empresa feita por Musk, que assumiria a companhia integralmente e fecharia seu capital. O Twitter é uma empresa aberta, com ações negociadas em bolsa, desde 2013.

O empresário, que é o homem mais rico do mundo, disse que pretendia pagar aos acionistas 54,20 dólares por ação – o equivalente a cerca de 44 bilhões de dólares.

Mas em 13 de maio, Musk anunciou que suspendeu temporariamente o acordo de compra, citando detalhes pendentes sobre a proporção de contas falsas na rede social.

"O acordo sobre o Twitter está temporariamente suspenso à espera de detalhes pendentes que respaldem o cálculo de que as contas spam/fake representam de fato menos de 5% dos usuários", escreveu o bilionário no próprio Twitter.

Após o anúncio, as ações da plataforma caíram mais de 17%, para 37,10 dólares, o nível mais baixo desde que Musk anunciou que pretendia comprar a rede social.

Dado Ruvic/REUTERS
Com preço das ações mais baixo, Musk poderia negociar um desconto em sua oferta para comprar a empresa ou mesmo abandonar o negócio

De acordo com o processo apresentado nesta semana, o tuíte de Musk dizendo que o negócio estava "temporariamente suspenso" ignora o fato de que não há nada no contrato de compra que permita que isso aconteça.

Além disso, Musk negociou a compra do Twitter no final de abril sem realizar a devida diligência esperada em tais meganegócios, afirma a ação, acrescentando que o contrato precisava apenas ser aprovado pelos acionistas e reguladores do Twitter e deveria ser fechado em 24 de outubro.

"Musk já sabia das contas falsas"

Sobre os motivos alegados por Musk para a suspensão, os acionistas argumentam que o bilionário estava ciente de que algumas contas do Twitter eram controladas por robôs, e não por pessoas reais, e até tuitou sobre isso antes de fazer sua oferta para comprar a empresa.

"Musk passou a fazer declarações, enviar tuítes e se envolver em condutas destinadas a criar dúvidas sobre o acordo e reduzir substancialmente as ações do Twitter", diz a denúncia.

Segundo a ação, o objetivo do empresário era ganhar vantagem para adquirir o Twitter a um preço muito mais baixo, ou desistir do acordo sem sofrer nenhuma penalidade.

"A manipulação de mercado de Musk funcionou – o Twitter perdeu 8 bilhões de dólares em avaliação desde que a compra foi anunciada", afirma o texto.

As ações do Twitter na quinta-feira fecharam ligeiramente em alta a 39,52 dólares, em um sinal de dúvida dos investidores de que a compra será consumada ao valor de 54,20 dólares por ação que Musk originalmente ofereceu.

"O desrespeito de Musk pelas leis de valores mobiliários demonstra como alguém pode ostentar a lei e o código tributário para construir sua riqueza às custas dos outros americanos", afirma a ação.

O Twitter disse em documentos regulatórios que está comprometido em concluir a aquisição sem demora no preço e nos termos acordados. Musk ainda não se pronunciou.

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