A campanha pela libertação dos cinco cidadãos cubanos presos
nos Estados Unidos sob acusação de espionagem ganhou um novo apoiador. Em carta
enviada ao presidente Barack Obama, na última terça-feira (13/09), ex-jogador e
ex-treinador da seleção argentina Diego Armando Maradona pediu a concessão de
indulto aos “cinco cubanos” —enviados de Havana durante as décadas de 1970 e
1980 para combater ações de grupos anticastristas em território norteamericano.
“Respeitosamente lhe peço que, fazendo uso de suas
faculdades constitucionais, liberte imediatamente a Gerardo Hernández, Ramón
Labañino, Antonio Guerrero, Fernando González e René González, e que finalmente
a justiça seja feita”, afirma Maradona no documento.
Em um trecho da carta, divulgada pela embaixada cubana na
Argentina, Maradona diz a Obama: “Você, senhor presidente, tem a oportunidade de
mudar a história das relações entre o seu país e a República de Cuba. Toda a
América Latina o observa e tem confiança em que compreenderá a gravidade destes
fatos”.
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Conhecidos como “os cinco”, os cubanos foram presos por
agentes do FBI em 1998. Eles foram descobertos ao lado de outros cinco agentes,
que acabaram declarando-se culpados, revelando como o grupo operava, e
conseguiram a liberdade.
“Os Cinco”, no entanto, se mantiveram em silêncio
e, em 2001, um tribunal federal os condenou a penas que variam entre 15 anos e prisão
perpétua por espionagem e conspiração, e por serem agentes não registrados de
um governo estrangeiro, entre outras acusações.
Símbolo da disputa entre os EUA e Cuba, o grupo permanece
recluso em penitenciárias de segurança máxima. A história serviu de base para o
novo livro do escritor brasileiro Fernando Morais, Os Últimos Soldados da Guerra
Fria, recém-lançado no
Brasil.
As autoridades cubanas confirmam que eles eram agentes do
país e alegam que procuravam apenas impedir atos terroristas contra Cuba —especialmente
de grupos exilados após a revolução de 1959 na região de Miami— e que não
representavam ameaça para a segurança dos Estados Unidos. Críticos da condenação, como a ONG Anistia Internacional, afirmam que os ex-agentes não tiveram um processo justo, e que a decisão da
Justiça norte-americana foi política, por conta da falta de evidências durante
o julgamento.
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O governo cubano já pediu oficialmente o indulto aos EUA. Além
de Maradona, outras personalidades argentinas já aderiram à campanha pela
liberdade dos cubanos presos nos Estados Unidos. Entre elas, estão Estela de
Carlotto e Hebe de Bonafini, presidentes das associações das Avós e Mães da
Praça de Maio e o Prêmio Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel.
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