Uma pesquisa feita com 1,2 mil chilenos entre os dias 18 e 28 de agosto revelou que a popularidade do presidente do país, Sebastián Piñera, chegou a 22%. É novamente o menor nível desde 1990, quando a ditadura de Augusto Pinochet chegou ao fim.
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Entre os estudantes o número é ainda pior, com somente 9% apoiado o presidente. Desde maio, o Chile é palco de protestos de universitários e estudantes, que exigem a volta da administração do ensino primário e secundário pelo governo. Além disso, os manifestantes pedem que as instituições privadas deixem de lucrar com a educação.
Segundo os números divulgados pela pesquisa, 67% dos chilenos confiam “pouco” no atual presidente do país. Além disso, 71% dos entrevistados consideram a gestão de Piñera como um “governo de empresários”. Em setembro de 2010, esse número era de 42%, enquanto a aprovação do presidente estava em 56%.
Reflexo das ruas
Os protestos dos estudantes não trouxeram consequências apenas à popularidade do presidente. A principal preocupação das pessoas neste momento é a educação, segundo 73% dos entrevistados. O índice era de 24% pouco antes das reivindicações tomarem às ruas chilenas.
Com isso, a educação passou a ser, na visão dos entrevistados, o problema mais importante do país, seguido da delinquência e da área de saúde. Até maio deste ano, no entanto, a principal preocupação dos chilenos era com a questão que hoje ocupa o segundo lugar da lista.
Dos 1,2 mil entrevistados, que segundo a pesquisa representam 99% da população do país, 89% apoiam as demandas estudantis. Apenas 22% das pessoas ouvidas acreditam que o governo está buscando uma solução para as questões.
Eleições
Os números indicam ainda que a ex-presidente Michelle Bachelet é a figura com mais futuro político, na opinião de 35% dos entrevistados. Ela é seguida por Laurence Golborne, com 24%. No entanto, 32% dos chilenos consultados acreditam que Bachelet será a próxima presidente do país.
Apesar disso, a população não demonstra confiança nos partidos políticos do país para as próximas eleições. Vinte e oito porcento dos entrevistados afirmaram não saber ou não responderam se votariam em algum partido, enquanto outros 25% disseram que não votariam em nenhum deles.
Por fim, a percepção sobre a ditadura de Pinochet também foi alterada nos últimos meses. Se antes havia proximidade entre as opiniões dos chilenos, atualmente 63% dos entrevistados acreditam que os anos sobre os comandos do ditador foram ruins. Em dezembro de 2009, tal percepção atingia somente 35% dos entrevistados.
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