Com muito pouco você
apoia a mídia independente
Opera Mundi
Opera Mundi APOIE
  • Política e Economia
  • Diplomacia
  • Análise
  • Opinião
  • Coronavírus
  • Vídeos
  • Podcasts
Política e Economia

Estudantes chilenos abandonam mesa de negociação e entram em choque com a polícia

Encaminhar Enviar por e-mail

Estudantes chilenos abandonam mesa de negociação e entram em choque com a polícia

João Paulo Charleaux

2011-10-06T11:49:00.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

Depois de apenas dois encontros com o governo, os estudantes chilenos que estão há cinco meses em greve, pedindo mudanças no sistema educacional, decidiram abandonar a mesa de negociações. Eles acusam o ministro da Educação, Felipe Bulnes, de não fazer concessões em relação à gratuidade no ensino superior, principal demanda do movimento.

Efe (05/10/2011)

Giorgio Jackson, Camila Vallejo e outros dirigentes estudantis se reúnem com Bulnes

Logo depois do anúncio, dezenas de estudantes montaram barricadas em Santiago, entrando em choque com a polícia. Dirigentes da Confech (Confederação de Estudantes da Universidade do Chile) convocaram uma grande marcha para esta quinta-feira (06/10), no centro da capital. O governo negou autorização para a realização da marcha e a polícia deve reprimir os manifestantes com tropas de choque e gás lacrimogêneo, como de costume.

O segundo encontro entre estudantes e governo, ontem (05/10), terminou de forma tensa. O representante dos colégios técnicos do Chile, Cristián Pizarro, contou que os estudantes se colocaram de forma enérgica contra a intransigência do governo. “Me levantei e disse: senhor ministro, me retiro, uma vez que acho irrisória a proposta que o senhor nos deu. Estão sendo intransigentes e eu abandono a mesa de diálogo”.

O impasse se produziu depois de o governo propor bolsas para 40% dos estudantes. O percentual é o mesmo que vigora hoje, mas, de acordo com o ministro da Educação, o benefício seria estendido também para estudantes de colégios técnicos, que hoje não são cobertos por este incentivo.

Os estudantes mais radicais defendem a gratuidade total. Os mais moderados querem a ampliação do benefício para um número maior de jovens.

Leia mais:
Camila Vallejo: quem é esta garota?    
Estudantes chilenos acusam governo de querer romper diálogo
Pacote de leis para reprimir manifestações é criticado no Chile 
Após protestos, Chile reajusta em 7,2% orçamento para educação
Popularidade de presidente chileno despenca novamente e registra 22%  
Estudantes fazem 'vaquinha' e viúva recebe de volta carro incendiado em manifestação 

“Nunca vamos declarar o fracasso da mesa de diálogo”, disse Bulnes, mesmo admitindo que “não houve maiores progressos” depois dos dois encontros. “Não acho que dar gratuidade aos ricos seja uma boa política. Não é correto que os pobres financiem a educação dos ricos. Essa é uma diferença fundamental entre as duas visões”.

Na região do Maule, jovens com o rosto coberto lançaram pedras contra uma delegacia de polícia. Na capital, foram lançadas bombas de tinta contra carros da tropa de choque. Barricadas com fogo impedem o trânsito em vários pontos de Santiago.

A nova onda de protestos emerge na mesma semana que o governo do presidente Sebastián Piñera anunciou o endurecimento das leis para punir os que cometam excessos em protestos de rua. O projeto de lei, que prevê pena de três anos para os que promoverem desordens e ocupem violentamente colégios e faculdades, vem sendo duramente criticado pela Associação de Magistrados do Chile e pelos movimentos sociais.

Direitos humanos

Os choques entre manifestantes e policiais reacendeu o debate desatado no início desta semana, quando o presidente Sebastián Piñera anunciou o envio de um projeto de lei ao Parlamento destinado a endurecer a pena aos estudantes que se envolvam em manifestações. O pacote de leis foi duramente criticado pela Associação dos Magistrados do Chile e por políticos da oposição.

Ao Opera Mundi, a diretora executiva da ONG internacional de direitos humanos Anistia Internacional, Ana Piquer, disse que as medidas propostas por Piñera “são um sinal de que o governo tenta criminalizar os movimentos sociais”. Ela lembrou ainda que o governo “vem dando respaldo à forma de atuar dos Carabineros (polícia chilena), apesar da grande quantidade de denúncias de violência excessiva, detenções ilegais e maus tratos durante a detenção”.

“É necessário lembrar que a manutenção da ordem pública ou até mesmo a ocorrência de atos de violência durante as manifestações não podem ser argumentos para que o Estado viole os direitos humanos”. Piquer disse que o governo Piñera – cujo índice de aprovação é de 22% - “considera todos os protestos sociais como algo não desejado, algo que é necessário evitar e dissolver. Quando, na verdade, protestar não é mais que exercer um direito humano, de livre expressão, de livre reunião. Este é o olhar que falta incorporar neste governo”.

No início da tarde, a polícia chilena já registrava um saldo de 6 policiais feridos e 28 manifestantes detidos durante os violentos distúrbios em Santiago. O governo acusou os estudantes de incitarem a violência ao convocar uma marcha que não havia sido autorizada pelas autoridades municipais.


Siga o Opera Mundi no Twitter         
Conheça nossa página no Facebook

Você que chegou até aqui e que acredita em uma mídia autônoma e comprometida com a verdade: precisamos da sua contribuição. A informação deve ser livre e acessível para todos, mas produzi-la com qualidade tem um custo, que é bancado essencialmente por nossos assinantes solidários. Escolha a melhor forma de você contribuir com nosso projeto jornalístico, que olha ao mundo a partir da América Latina e do Brasil.

Contra as fake news, o jornalismo de qualidade é a melhor vacina!

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Política e Economia

Elon Musk é processado por acionistas do Twitter

Encaminhar Enviar por e-mail

Ação nos EUA acusa bilionário de fazer postagens em redes sociais com objetivo de manipular o mercado

Redação

Deutsche Welle Deutsche Welle

Bonn (Alemanha)
2022-05-27T18:56:00.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

Acionistas do Twitter abriram um processo contra o empresário Elon Musk por manipulação de mercado, acusando o bilionário de agir para baixar o preço das ações da empresa de mídia social a fim de possivelmente negociar um desconto em sua oferta para comprar a companhia ou mesmo abandonar o negócio.

A ação, apresentada na quarta-feira (25/05), alega que o fundador das empresas Tesla e SpaceX fez uma série de declarações públicas destinadas a criar dúvidas sobre o acordo de compra do Twitter, o que vem provocando alvoroço na rede social há semanas.

O processo pede a um tribunal federal de São Francisco que apoie a validade do acordo de compra, no valor de 44 bilhões de dólares, e compense os acionistas por quaisquer danos.

O imbróglio

No fim de abril, o conselho de administração do Twitter aprovou a oferta pública de compra da empresa feita por Musk, que assumiria a companhia integralmente e fecharia seu capital. O Twitter é uma empresa aberta, com ações negociadas em bolsa, desde 2013.

O empresário, que é o homem mais rico do mundo, disse que pretendia pagar aos acionistas 54,20 dólares por ação – o equivalente a cerca de 44 bilhões de dólares.

Mas em 13 de maio, Musk anunciou que suspendeu temporariamente o acordo de compra, citando detalhes pendentes sobre a proporção de contas falsas na rede social.

"O acordo sobre o Twitter está temporariamente suspenso à espera de detalhes pendentes que respaldem o cálculo de que as contas spam/fake representam de fato menos de 5% dos usuários", escreveu o bilionário no próprio Twitter.

Após o anúncio, as ações da plataforma caíram mais de 17%, para 37,10 dólares, o nível mais baixo desde que Musk anunciou que pretendia comprar a rede social.

Dado Ruvic/REUTERS
Com preço das ações mais baixo, Musk poderia negociar um desconto em sua oferta para comprar a empresa ou mesmo abandonar o negócio

De acordo com o processo apresentado nesta semana, o tuíte de Musk dizendo que o negócio estava "temporariamente suspenso" ignora o fato de que não há nada no contrato de compra que permita que isso aconteça.

Além disso, Musk negociou a compra do Twitter no final de abril sem realizar a devida diligência esperada em tais meganegócios, afirma a ação, acrescentando que o contrato precisava apenas ser aprovado pelos acionistas e reguladores do Twitter e deveria ser fechado em 24 de outubro.

"Musk já sabia das contas falsas"

Sobre os motivos alegados por Musk para a suspensão, os acionistas argumentam que o bilionário estava ciente de que algumas contas do Twitter eram controladas por robôs, e não por pessoas reais, e até tuitou sobre isso antes de fazer sua oferta para comprar a empresa.

"Musk passou a fazer declarações, enviar tuítes e se envolver em condutas destinadas a criar dúvidas sobre o acordo e reduzir substancialmente as ações do Twitter", diz a denúncia.

Segundo a ação, o objetivo do empresário era ganhar vantagem para adquirir o Twitter a um preço muito mais baixo, ou desistir do acordo sem sofrer nenhuma penalidade.

"A manipulação de mercado de Musk funcionou – o Twitter perdeu 8 bilhões de dólares em avaliação desde que a compra foi anunciada", afirma o texto.

As ações do Twitter na quinta-feira fecharam ligeiramente em alta a 39,52 dólares, em um sinal de dúvida dos investidores de que a compra será consumada ao valor de 54,20 dólares por ação que Musk originalmente ofereceu.

"O desrespeito de Musk pelas leis de valores mobiliários demonstra como alguém pode ostentar a lei e o código tributário para construir sua riqueza às custas dos outros americanos", afirma a ação.

O Twitter disse em documentos regulatórios que está comprometido em concluir a aquisição sem demora no preço e nos termos acordados. Musk ainda não se pronunciou.

Você que chegou até aqui e que acredita em uma mídia autônoma e comprometida com a verdade: precisamos da sua contribuição. A informação deve ser livre e acessível para todos, mas produzi-la com qualidade tem um custo, que é bancado essencialmente por nossos assinantes solidários. Escolha a melhor forma de você contribuir com nosso projeto jornalístico, que olha ao mundo a partir da América Latina e do Brasil.

Contra as fake news, o jornalismo de qualidade é a melhor vacina!

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!
Opera Mundi

Endereço: Avenida Paulista, nº 1842, TORRE NORTE CONJ 155 – 15º andar São Paulo - SP
CNPJ: 07.041.081.0001-17
Telefone: (11) 4118-6591

  • Contato
  • Política e Economia
  • Diplomacia
  • Análise
  • Opinião
  • Coronavírus
  • Vídeos
  • Expediente
  • Política de privacidade
Siga-nos
  • YouTube
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Google News
  • RSS
Blogs
  • Breno Altman
  • Agora
  • Bidê
  • Blog do Piva
  • Quebrando Muros
Receba nossas publicações
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

© 2018 ArpaDesign | Todos os direitos reservados