A visita da presidente Dilma Rousseff a Moçambique e a Angola é uma demonstração de que o Brasil e os dois países africanos têm em comum mais do que o passado de colonização portuguesa. Os três países têm metas de desenvolvimento e parcerias – econômicas, comerciais e sociais. A presidente passa de 18 a 20 em Maputo (Moçambique) e Luanda (Angola), retornando a Brasília no final da tarde de quinta-feira (20/10).
Especialistas apontam Moçambique como o país com previsão de maior crescimento econômico entre os africanos. Brasileiros e moçambicanos têm vários projetos comuns. O principal é o Complexo de Miatize, no Norte de Moçambique, desenvolvido pela empresa Vale. No local, há minas de carvão e o objetivo é produzir 12 milhões de toneladas. Cerca de 6 bilhões de dólares são investidos.
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De acordo com o Itamaraty, Moçambique é atualmente o maior beneficiário da cooperação brasileira, que envolve aproximadamente 70 milhões de dólares. Há investimentos em saúde, como a fábrica de antirretrovirais, educação, agricultura e formação profissional. O comércio entre os dois países aumentou de 25 milhões de dólares, em 2010, para 60 milhões de dólares, nos primeiros meses deste ano.
Em Maputo, Dilma participará das homenagens ao ex-presidente de Moçambique Samora Machel (1975-1986), que liderou a guerra da independência no país e se tornou o primeiro presidente moçambicano. Também há conversas com o presidente de Moçambique, Armando Guebuza, e empresários moçambicanos e brasileiros.
Em Angola, a presidente lembrará que o Brasil foi o primeiro país a reconhecer o governo independente do país, em novembro de 1975, e que apoiou os angolanos durante o período Guerra Fria (1945-1991), quando houve disputas estratégicas entre os Estados Unidos e o bloco da extinta União Soviética.
Atualmente, os angolanos vivem uma fase política delicada. O governo do presidente de Angola, José Eduardo Santos, no poder desde 1979, é alvo de críticas da oposição, que o acusa de manipulação política e desrespeito à democracia. Mas o governo brasileiro evita envolvimento com os temas internos do país e busca ressaltar o aspecto positivo da relação bilateral: o crescimento na parceria econômica e comercial.
De 2002 a 2008, o comércio bilateral cresceu mais de 20 vezes, atingindo 4,21 bilhões de dólares. Em 2010, chegou a 1,441 bilhão de dólares. Os maiores investimentos brasileiros em Angola se concentram nas áreas de construção civil, energia e exploração mineral. Os angolanos são os principais beneficiários das linhas de crédito brasileiras do Fundo de Garantia de Exportações à Exportação do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social).
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As exportações brasileiras se concentram em carnes, açúcar, máquinas e instrumentos mecânicos. Durante a visita podem ser assinados acordos de cooperação técnica, além de parcerias para o combate ao tráfico de drogas, desenvolvimento de pesquisas em geologia e programas de Previdência Social.
A presidente encerrará a visita a Luanda com uma homenagem ao monumento a Agostinho Neto (1975-1979), primeiro presidente de Angola. Por 27 anos (de 1975 a 2002), Angola viveu sob intensa guerra civil que provocou mais de 500 mil mortos e que ainda hoje provoca inúmeros problemas, como as minas terrestres que mutilam e matam principalmente crianças.
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