Ameaças de greve geral e protestos em diversas cidades mexicanas. O clima de hostilidade contra o governo de Felipe Calderón atingiu um ponto alto após o presidente decretar o fechamento da companhia Luz e Força do Centro (LyFC), que abastece cerca de 25 milhões de mexicanos. Segundo Calderón, a empresa apresentava ineficiência operacional e financeira e mantinha custos exorbitantes para o Estado. Sindicato e trabalhadores – a LyFC emprega mais de 40 mil pessoas – acusam as autoridades de tentativa de privatização, a partir de interesses pessoais.
Ontem (12), milhares de pessoas se manifestaram nas ruas e a promessa é que os protestos prossigam ao longo da semana. Foram registradas passeatas em Chiapas, Michoacán, Veracruz, Morelos, Nuevo León e Hidalgo.
Fotos:EFE
Trabalhadores da LyFC protestam do lado de fora da Câmara dos Deputados, na Cidade do México
O Sindicato Mexicano de Eletricistas (SME), que mantém contrato com a empresa, declarou estar em estado de emergência permanente. A União Nacional de Trabalhadores anunciou que convocará uma mobilização nacional e sugeriu a realização de uma greve geral em respaldo ao SME.
Para quinta-feira (15) foi convocada um grande protesto na Cidade do México, que segundo o secretário-geral do SME, Martín Esparza (foto abaixo), pode reunir mais de 100 mil manifestantes.
Governo
O secretário de Governo, Fernando Gómez Mont, pediu aos sindicatos para que mantenham as reivindicações dentro da lei. “A sociedade exige de todos que nos conduzamos de maneira pacífica, respeitosa e séria, que nos reconheçamos com decoro e respeito”, disse Gómez Mont, segundo a BBC Mundo.
A Polícia Federal, que cercou as instalações da LyFC no sábado (10) após o decreto do governo, mantém vigilância no local para evitar sabotagens e uma conseqüente queda de energia na capital e em outros três estados.
Política
A liquidação da LyFC é o assunto mais debatido no México hoje e estampa as capas de todos os jornais. Partidos de esquerda, como o PRD (Partido da Revolução Democrática) e do Trabalho, anunciaram que promoverão um recurso legal ante a Suprema Corte para cancelar o decreto.
Segundo o PRD, a decisão do governo viola a Constituição nacional, ao contrário do que afirma o secretário da Fazenda, Agustín Carstens. “Estamos convencidos que todo foi feitos conforme prevê a lei”, assegurou.
A classe empresarial viu com bons olhos o fechamento da LyFC. Segundo o presidente da Coparmex (Confederação Patronal da República Mexicana), Ricardo González, a decisão do governo é uma boa notícia. “A companha era um barril sem fundo”.
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