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Política e Economia

Brasil não levará novidades à conferência de Copenhague, afirmam analistas

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Brasil não levará novidades à conferência de Copenhague, afirmam analistas

Maycon Stähelin

2009-10-18T11:20:00.000Z

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O Brasil não deve apresentar uma meta de redução das emissões de gases causadores de efeito estufa na Conferência de Mudanças Climáticas de Copenhague. Embora a posição não esteja fechada, o compromisso brasileiro deve ficar apenas no que já foi anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva: a redução de 80% no desmatamento até 2020.

A 50 dias do evento, dois pontos fundamentais ainda impedem um possível acordo. A garantia e o tamanho das metas de redução a serem impostas aos países desenvolvidos e a definição dos mecanismos, das fontes e do volume de recursos a serem destinados para a adaptação dos países em desenvolvimento. “Falta disposição dos países industrializados em avançar nas discussões das suas metas”, afirmou o diretor do Departamento de Meio Ambiente e Temas Especiais do Ministério das Relações Exteriores (MRE), embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado.

Além disso, novos entraves surgiram na reunião realizada em Bangcoc, na Tailândia, no início de outubro. Alguns países desenvolvidos tentaram mudar as bases da negociação, deixando de lado as duas premissas básicas acordadas no Protocolo de Quioto: as metas obrigatórias e vinculantes para os países ricos e a diferenciação de obrigações entre estes e os pobres. De acordo com Machado, a reação do G77 (grupo de nações em desenvolvimento do que o Brasil faz parte nas negociações sobre o clima) foi tão forte e em bloco que houve um recuo logo depois. “Acredito que eles recuaram até por receio da reação da opinião pública dos seus países. Mesmo assim, acho que alguns ainda querem isso”, avalia o embaixador.

Para a especialista Thelma Krug, assessora de cooperação internacional do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e integrante do Conselho do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), essas premissas de Quioto são fundamentais para o sucesso do novo acordo climático, e o Brasil deve continuar lutando para evitar que elas sejam desmontadas, como tentado em Bangcoc. Thelma também concorda com a posição brasileira de não assumir uma meta oficial de redução em Copenhague. “Receio que se o Brasil levar uma meta, poderia acabar ajudando os países ricos a desmantelar a estrutura de Quioto, que garantia essa diferenciação, sem metas para países em desenvolvimento”, avalia.

Ela endossa o compromisso do governo em reduzir o desmatamento na Amazônia, mas com ressalva. Thelma explica que essa redução de 80% até 2020 já anunciada seria em relação à média de 1996 a 2005. “A questão é que nós já reduzimos esse número quase pela metade. Acho que isso deve ser levado em consideração nesse novo compromisso, tanto para reconhecer o esforço que já foi feito quanto para assumirmos um compromisso mais ambicioso, em cima dos números atuais”, disse.

Em relação aos recursos para as ações de combate às mudanças climáticas, que englobariam desde o REDD (Redução de Emissões para o Desmatamento e Degradação), um incentivo financeiro para manter as florestas em pé, até o desenvolvimento de tecnologias mais limpas, a proposta do G77 é que os países desenvolvidos contribuam com um valor entre 0,5% e 1% dos seus PIBs ao ano, variando dentro dessa faixa em função do histórico de emissão de cada país. Isso daria um valor em torno de 400 bilhões de dólares anuais. A proposta apresentada pelos países industrializados até agora é de apenas 100 bilhões de dólares ao ano, sendo que, desse valor, cerca de 40% viriam do mercado, em mecanismo semelhante aos atuais créditos de carbono, e valor semelhante seriam bancados pelos próprios países em desenvolvimento. Somente os 20% restantes seriam desembolsados pelos países ricos.

Mesmo com todos esses pontos essenciais ainda em aberto, Luiz Alberto Figueiredo Machado diz que o governo brasileiro não trabalha com um “plano B” e concentrará todos seus esforços para fechar um acordo ambicioso em dezembro. Já Thelma Krug se mostra mais pessimista com a falta de avanço a poucos dias da convenção. “Na minha visão, as negociações estão muito frágeis, só com esforço Hercúleo sairá algum acordo em Copenhague”, analisa ela. Antes do evento de dezembro, mais uma reunião será realizada em Barcelona de 2 a 6 novembro, num último esforço para se chegar a um acordo ainda este ano.

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Saúde

OMS alerta para transmissão da varíola dos macacos de humanos para animais

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Ciência registra primeiro caso de infecção de homem para cachorro, soando alerta da organização internacional

Redação

Deutsche Welle Deutsche Welle

Bonn (Alemanha)
2022-08-18T19:55:00.000Z

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou um alerta nesta quarta-feira (17/08) para que os infectados com varíola dos macacos evitem expor animais ao vírus, após o relato do primeiro caso de transmissão de humanos para um cachorro.

O caso envolvendo dois homens e um cão da raça galgo italiano, que vivem juntos na mesma residência, foi registrado em Paris, na França, e descrito na revista médica The Lancet.

"Este é o primeiro registro de transmissão de humano para animal [...] e acreditamos que seja o primeiro exemplo de um canino sendo infectado", afirmou Rosamund Lewis, diretora técnica da OMS para varíola dos macacos.

Segundo a diretora, especialistas já estavam cientes do risco teórico da possibilidade desse tipo de transmissão, e agências públicas de saúde já haviam lançado apelos para que infectados isolassem seus pets.

Além disso, diz Lewis, o manejo adequado do lixo é fundamental para diminuir o risco de contaminação de roedores e outros animais externos. Segundo ela, é vital que as pessoas saibam como proteger seus animais de estimação, assim como manejar corretamente o lixo, "de maneira que os animais, em geral, não sejam expostos ao vírus".

Mutações

Quando os vírus conseguem "pular" a barreira das espécies, surgem preocupações de que possam passar por mutações em sentidos mais perigosos.

NIAID/AP/picture alliance
Cientistas temem que o vírus da varíola dos macacos, ao se transportar para espécies diferentes, possa sofrer mutações

Lewis ressaltou que, até o momento, não há registros de que isso esteja ocorrendo, mas reconheceu que "certamente, tão logo o vírus se transporte para um ambiente e uma população diferente, existe, obviamente, a possibilidade de que venha a se desenvolver e se desenvolver de maneira diferente".

Para ela, a preocupação maior gira em torno dos animais externos ao ambiente doméstico.

"A situação mais perigosa [...] seria aquela na qual o vírus consegue se movimentar em uma população de pequenos mamíferos com alta densidade de animais", afirmou o diretor de emergências da OMS, Michael Ryan.

Segundo ele, as infecções de um animal a vários outros poderiam gerar uma rápida evolução do vírus.

Ryan, entretanto, considera que não há grandes preocupações quanto aos animais domésticos. Ele minimizou a possibilidade de evolução do vírus em um único animal e disse que os pets não estão em risco.

Mais de 35 mil casos no mundo

A varíola dos macacos recebeu esse nome por ter sido inicialmente identificada em primatas utilizados em pesquisas científicas na Dinamarca, em 1958. No entanto, o vírus é encontrado em uma variedade de animais, com frequência maior nos roedores.

A doença foi detectada em humanos pela primeira vez em 1970, na República Democrática do Congo, e se espalhou para outras nações na África Central e Ocidental.

Em maio, as infecções começaram a se espalhar com rapidez pelo mundo. Mais de 36 mil casos da varíola dos macacos já foram confirmados em 92 países desde o início do ano, com 12 mortes registradas, segundo dados da OMS. A entidade classificou a doença como uma emergência global de saúde.

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