Durante encontro entre empresários brasileiros e colombianos em São Paulo hoje (19), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou a realização de uma cúpula de presidentes dos países da Amazônia. De acordo com o presidente, o evento acontecerá no próximo dia 26 de novembro, em Manaus.
“A ideia é que todos os países amazônicos cheguem a uma proposta unificada para a cúpula sobre mudanças climáticas em Copenhague, Dinamarca, em dezembro desse ano”, disse Lula. O presidente colombiano Álvaro Uribe, que liderou uma delegação de 120 empresários, confirmou a realização do evento. Colômbia, Brasil, Bolívia, Venezuela, Equador, Guiana, Peru e Suriname possuem território parcialmente na Amazônia.
A cúpula de Copenhague busca realizar um novo acordo para substituir o Protocolo de Quioto, que expira em 2012.
Em encontro mais cedo, Lula e Uribe analisaram temas comerciais. De acordo com o presidente brasileiro, Brasil e Colômbia não exploram “nem 20% do potencial do comércio” e, durante o último século, os dois países se olhavam como adversários econômicos. Lula defendeu o aumento do comércio bilateral, que teve um volume de negócios acima dos 3 bilhões de dólares em 2008. “Nesse um ano e dois meses de mandato que me resta, pretendo dobrar o comércio entre Brasil e Colômbia”, disse.
“A ideia é diminuir o déficit que a Colômbia tem na balança comercial, que ano passado passou de 1,5 bilhão de dólares”, explicou Uribe, que visitou o Brasil pela quarta vez só neste ano.
De acordo com o ministro das Relações Exteriores colombiano, Jaime Bermúdez, o principal objetivo da visita de seu presidente é o de oferecer a Colômbia como um destino preferencial de investimentos e turismo. O chanceler negou que o governo esteja buscando no Brasil um mediador para a crise diplomática que existe com a Venezuela e o Equador.
Infraestrutura
Uribe ressaltou o interesse em ver o Brasil investindo no país com tecnologia de infraestrutura viária, um ponto fraco da nação vizinha, de acordo com o presidente. “Dependemos demais de aviões para a locomoção na Colômbia e pretendo mudar essa realidade”, disse.
Atualmente, o projeto viário mais importante na Colômbia é o “Rota do Sol”, que inclui a reforma e a expansão de 993 quilômetros de uma rodovia que liga o centro do país à costa caribenha e um novo trecho de aproximadamente 78 quilômetros. Os investimentos serão de cerca de 2,5 bilhões de dólares. “Convidamos o Brasil para que participe dessa oportunidade”, completou Uribe.
Conforme afirmou Lula, o Brasil tem condições de ajudar no financiamento de obras de infraestrutura não só na Colômbia, mas em todos os países vizinhos. “O BNDES [Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social] tem dinheiro para isso, temos que contribuir com as propostas dos outros países. Queremos que o BNDES financie também a agropecuária colombiana”.
Bases militares
Ressaltando que a Colômbia nunca foi um país “ofensivo”, Uribe garantiu que fará “de tudo para que não haja um só motivo de suspeitas” a respeito de seu acordo militar com os Estados Unidos. “Mantemos um diálogo sincero e respeitoso com o Brasil”, afirmou.
Lula propôs que todos os países membros na Unasul (União das Nações Sul-Americanas) exponham seus acordos de defesa nacional junto ao Conselho de Defesa do organismo. “O Brasil não tem como se incomodar se os motivos para a assinatura do acordo se referem às questões internas da Colômbia, ao narcotráfico”, disse o presidente.
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