O ministro da Economia argentino, Amado Boudou, anunciou sem muito alarde que reabrirá o swap da dívida externa, especialmente para quem possuía bônus em default e que chega a cerca de 20 bilhões de dólares. O ministro se mostrou confiante de que nesta negociação se possa superar uma fatia maior que 65%, que foi o conseguido em 2005 durante o governo de Néstor Kirchner.
A decisão do governo de Cristina Kirchner não só busca incorporar os credores da dívida argentina que não participaram da renegociação de quatro anos atrás, mas também – como afirmou Boudou – que, por um lado, “o país possa retornar aos mercados internacionais” e, por outro, ainda obter “fundos frescos” por meio de um bônus equivalente a 10% do montante detido por estes proprietários dos bônus argentinos.
Segundo o Ministério da Economía, já foi assinada uma carta intenções com os bancos Barclays, Citi e Deutsche, que deverão preparar uma oferta que tem, assegura Boudou, um piso de 60% sobre os 20 bilhões de dólares não pagos. A esperança do governo argentino é que esta porcentagem se estenda até 80%.
A informação dada pelo próprio ministro afirma que os bancos captarão ente 7 e 12 bilhões de dólares. O que ainda não está claro é como reagirão os chamados “fundos abutres”, que durante estes últimos anos tentaram, sem êxito, apoderar-se dos ativos do Estado argentino no exterior através de medidas judiciais.
Para poder avançar neste acordo, na próxima segunda-feira o governo enviará ao Congresso um projeto que suspende a “lei-ferrolho”, que impedia a reabertura do swap da dívida, até dezembro de 2010. “Esta janela permitirá ao país aproveitar e ingressar no swap”, assegurou Boudou.
Embora o ministro tenha considerado o anúncio como uma boa notícia, porque permitirá a entrada de capital fresco, o trabalho que ainda falta fazer é muito, sobretudo por causa da paulatina deterioração das contas públicas argentinas. O governo deve decidir ainda a porcentagem da cota, se entrarão ou não os juros e se a oferta incluirá ou não o cupom atado ao PIB, e inclusive a que grupo de credores pedirá para que aportem dinheiro em caixa. Outro tema complicado será se a Argentina está disposta a permitir a entrada no swap dos credores que movem processos contra o governo.
NULL
NULL
NULL