A firma Du Pont de Nemours dá o nome de “nylon” (náilon) em 27 de outubro de 1938 à fibra sintética elaborada nos anos 1930 pela equipe de pesquisa chefiada pelo químico Wallace Hume Carothers. Seria a primeira fibra sintética comercializada em grande escala. O nylon seria testado na confecção de paraquedas para fins militares e nos pós-guerra revolucionaria a indústria têxtil.
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Nylon: o trabalho de Carothers na polimerização pôs em marcha a revolução de modernos materiais que continua até hoje
Carother deposita a patente de sua nova invenção em nome da sociedade Du Pont de Nemours. A produção da nova fibra faria sua estreia em 1938 na fábrica Du Pont de Arlington, Nova Jersey. O nylon estava substituindo os pelos de porco nas escovas de dente. Conheceria um sucesso igualmente fulgurante na fabricação de bonés.
No final dos anos 1920 um importante avanço foi alcançado como resultado de uma pesquisa fundamental. A chefia da pesquisa anotou na ocasião: “Estamos incluindo no orçamento da Du Pont de 1927 um item de 20 mil dólares para cobrir o que pode ser chamado, a falta de melhor denominação, ciência pura ou trabalho de pesquisa básica, tipo de trabalho a que nos referimos como tendo por objetivo estabelecer ou descobrir novos fatos científicos.” Em pouco tempo, o grupo de pesquisadores desenvolveu uma profunda compreensão da polimerização radical e estabeleceu os princípios básicos da polimerização condensada e a estrutura dos polímeros condensados. Isto levou à invenção e comercialização do nylon em 1938, o princípio da revolução dos materiais. Antes deste, o grupo produziu a borracha sintética neoprene em 1933.
O trabalho de Carothers na polimerização pôs em marcha a revolução de modernos materiais que continua até hoje desenvolvendo produtos que reproduzem a natureza e acrescentam características específicas como resistência ao fogo, isolamento, peso leve e maior potência. Quando a Du Pont decidiu desenvolver o nylon numa fibra comercial, a companhia pretendia especificamente usá-lo na competição com a seda natural no mercado das meias para mulheres. A escolha foi deliberada, estratégica e significativa. Anos de pesquisa destinados a atingir este nicho em particular provou-se um êxito complete.
Vestimenta
“Nylon” como logo foi chamada, rapidamente substituiu a seda. Nada parecido com os meias-calças que as mulheres vestem hoje em dia. Cobrindo apenas dois terços da penas de uma mulher, dos pés até o meio da coxa, as meias eram presas com ligas. Eram tecidas em máquinas altamente complexas. As mulheres podiam comprá-las com a costura por detrás ou sem costura. As meias-calças em uma só peça só foram desenvolvidas a partir dos anos 1960. Adaptação cultural às novas meias levou tempo. Disponíveis aos consumidores em 1940, as meias de nylon não se tornaram parte da vida diária imediata ou automaticamente. Muito esforço e eventos contribuíram para criar a aceitação ao novo produto – a Feira Mundial de Nova York de 1939, a Segunda Guerra Mundial, uma resposta favorável dos meios de comunicação, testes com consumidores, programas de marketing.
Quando os Estados Unidos entraram na Guerra, as meias de seda e depois as de nylon eram requisitadas pelo governo federal para suprir as necessidades de defesa. Da noite para o dia, meias feitas de qualquer material tornaram-se difíceis de encontrar. O nylon tornou-se importante para o esforço de guerra devido à utilização em paraquedas e pneus. No front doméstico, a imprensa apresentava o nylon como um milagre da tecnologia que os norte-americanos e o mundo poderiam usufruir assim que a Guerra terminasse.
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