Zimbábue vai confiscar terras de todos os brancos no país
Robert Mugabe, de 87 anos, afirma que reforma agrária devolve as terras a "seus verdadeiros donos"
O presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, de 87 anos, anunciou neste sábado (10/12) que vai confiscar todas as terras em posse de fazendeiros brancos no país e distribuí-las a zimbabuanos negros.
Num comunicado distribuído aos membros de seu partido, o Zanu-PF, Mugabe, que está no poder desde 1980 e já anunciou a vontade de continuar no cargo nas próximas eleições, disse que terminará o polêmico processo de reforma agrária iniciado em 2000, devolvendo as terras a “seus verdadeiros proprietários”, de acordo com o jornal oficial The Herald.
"O Zimbabwe não poderá ter uma democracia real e durável enquanto as suas reservas naturais permanecerem nas mãos de estrangeiros e servirem os interesses e as economias estrangeiras", diz o texto assinado pelo ditador.
Wikicommons
O ditador Robert Mugabe em imagem de 2008; mesmo aos 87 anos ele descarta aposentadoria
Atualmente, existem pouco menos de 200 propriedades rurais em posse de brancos no Zimbábue. Desde 2000, mais de 4 mil fazendeiros perderam suas terras e tiveram que deixar o país. Foi a partir daí que se intensificou uma grave crise econômica e humanitária, com hiperinflação em desemprego em massa. Ex-colônia britânica, o Zimbábue tem uma das maiores taxas de infecção pelo virus do HIV no mundo.
Desde 2009, após eleições permeadas por acusações de fraude, Mugabe se viu forçado a governar junto a seu rival político, Morgan Tsvangirai, líder do Movimento para a Mudança Democrática, uma coalizão que promoveu certa estabilidade econômica ao Zimbábue a década de crise financeira.
Causa gay
Essa não é a única polêmica recente envolvendo o ditador do Zimbábue. Em novembro, ele disse considerar "satânica" a proposta do primeiro-ministro britânico David Cameron de cortar ajuda financeira aos países que não reconhecem os direitos dos homossexuais.
"É ainda pior e satânico quando vemos um primeiro-ministro como Cameron declarar que os países que querem a ajuda britânica devem aceitar a homossexualidade", considerou o presidente.
Além disso, Mugabe se dirigiu diretamente à comunidade gay: "Não se sintam tentados. Vocês são jovens. Se seguirem esse caminho, serão castigados de maneira severa". E acrescentou que aqueles que "escolhem esta opção sexual são piores que os porcos e os cachorros".
*Com informações das agências AFP e Efe.
Com dois meses de ataques israelenses, mais de 18 mil palestinos morreram em Gaza
Autoridades palestinas alertam para estado do sistema de saúde e delegação da ONU visita região para avaliar necessidades humanitárias: 'pior do que as palavras podem expressar', diz representante do Equador
A intensa operação militar israelense na Faixa de Gaza já deixou ao menos 18.205 palestinos mortos e mais de 49.200 feridos, sendo a maioria das vítimas composta de crianças e mulheres inocentes. Estas são as informações dadas pelo Ministério da Saúde palestina nesta segunda-feira (11/12) que, desde 7 de outubro, diariamente monitora o cenário e os reflexos dos incessantes ataques do exército de Israel.
As autoridades locais chegaram a emitir um alerta sobre o terrível estado do sistema de saúde de Gaza, ao informarem que mais de 300 funcionários de equipes médicas foram mortos pelos bombardeios recentemente. Além disso, disseram que os hospitais estão com 276% dos leitos de cuidados intensivos ocupados.
O Médico Sem Fronteiras denunciou, inclusive, a impossibilidade em atender tanta demanda com a limitação de recursos básicos acessíveis nos hospitais: “totalmente colapsado”, afirmou a coordenadora da entidade, Marie-Aure Perreaut.
O balanço foi divulgado no mesmo dia em que as forças de segurança lideradas pelas autoridades de Tel Aviv admitiram ter prendido 18 pessoas na Cisjordânia, na noite anterior, alegando que cinco estariam supostamente afiliadas ao Hamas. As prisões ocorreram no campo de refugiados de Balata, nas cidades de Dura e Tarqumya.

Twitter/State of Palestine - MFA
Em pouco mais de dois meses, Gaza já contabiliza mais de 18 mil mortes pelos ataques israelenses
Com o pedido internacional de cessar-fogo rejeitado na última sexta-feira (08/12) e sem expectativa alguma de que Israel tome alguma iniciativa para descontinuar os ataques, os representantes dos países-membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) - sem os Estados Unidos - visitaram a fronteira entre Egito e Gaza com o objetivo de verificar “em primeira mão o que é necessário em termos de operações humanitárias".
“A realidade é ainda pior do que o que as palavras podem expressar”, disse o representante do Equador na ONU, José De La Gasca.
Mesmo alvo de condenações por líderes da comunidade internacional, no último domingo (10/12), o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu mais uma vez reforçou que não há intenção de parar. "É o começo do fim do Hamas. Digo aos terroristas do Hamas: acabou".
Já o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, justificou as operações dizendo que os militares trabalham “de acordo com o direito internacional”, usando, mais uma vez, a tese do “direito de autodefesa” defendida pelos Estados Unidos, o único país que votou pelo veto do pedido de cessar-fogo no último encontro emergencial do Conselho de Segurança da ONU.
(*) Com Ansa