Em 21 de janeiro de 1950, Alger Hiss, ex-funcionário do Departamento de Estado dos EUA, é condenado por perjúrio na conclusão de um dos mais espetaculares julgamentos da história dos EUA – o caso “Pumpkin Papers”.
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A decisão foi tomada por ter se comprovado que Hiss jurou em falso com relação ao seu envolvimento com um círculo de espionagem soviético durante a Segunda Guerra Mundial. Ele cumpriu cerca de quatro anos de prisão, mas, até sua morte, aos 92 anos, em 15 de novembro de 1996, nunca deixou de clamar inocência.
A investigação começou em 1948, quando Whittaker Chambers, um ex-comunista confesso e editor da revista Time, testemunhou diante do Comitê de Atividades Antiamericanas do senador Joseph McCarthy, acusando Hiss de ter seguido a ideologia e compartilhado informações secretas do Departamento de Estado entre as décadas de 1930 e 1940.
As cópias de documentos secretos fornecidos por Hiss a Chambers nos anos 1930 foram escondidas dentro de abóboras em uma horta, o que deu origem ao nome do caso.
Hiss compareceu diante do Comitê de Atividades Antiamericanas e negou veementemente as acusações, declarando que sequer conhecia Chambers. Mais tarde, após defrontar-se com ele, cara a cara, admitiu que o conhecia, mas que, na época, usava outro nome.
Acusações e contra-acusações de espionagem logo encheram o ar. Defensores de Hiss, como o Secretário de Estado, Dean Acheson, afirmavam que os adversários do presidente Truman estavam fazendo de Hiss um bode expiatório.
O próprio Truman chegou a expressar que o Comitê estava valendo-se das “audiências vermelhas” para difamar o funcionário. Os críticos retrucaram, alegando que Truman e Acheson estavam “mimando” os comunistas e que Hiss era apenas a ponta de um iceberg. Afirmavam, mais além, que os comunistas haviam penetrado na cúpula do governo de Washington.
Finalmente, Hiss foi levado ao tribunal. Como a legislação específica sobre espionagem perdeu vigência na época, não foi processado por traição. Em vez disso, foi condenado por ter mentido ao negar tanto o repasse de documentos a Chambers quanto tê-lo visto.
Em 1949, o primeiro julgamento por perjúrio terminou sem que os jurados tomassem uma decisão. O segundo foi concluído em janeiro de 1950 com o veredito culpando-o em ambas as acusações.
A batalha em torno do caso Hiss prosseguiu bem depois da sentença. Muitos acreditavam que ele havia sido bastante difamado, vítima da histeria anticomunista do final da década de 1940. Outros estavam convencidos de que era um agente comunista mentiroso.
Também nesse dia:
1793 – Ex-rei da França Louis Capet é guilhotinado
1924 – Morre Lenin, o líder da Revolução Russa
1976 – Jornais ocidentais, inclusive o inglês Financial Times e o norte-americano The New York Times são vendidos na União Soviética pela primeira vez
1998 – Papa João Paulo II inicia a sua primeira visita à Cuba
1997 – Chanceler alemão Helmut Kohl e o primeiro-ministro tcheco Vaclav Klaus assinam uma declaração firmando a reconciliação pós-guerra entre a Alemanha e a República Tcheca.
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