Número de desempregados no mundo em 2012 chegará a 200 milhões, diz OIT
Número pode chegar a 204 milhões se a desaceleração da economia se aprofundar
Este ano o número de desempregados no mundo chegará a 200 milhões, mas pode chegar a 204 milhões se a desaceleração da economia se aprofundar e o crescimento mundial ficar abaixo de 2%. As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (24/01) pela OIT (Organização Internacional do Trabalho).
Os dados fazem parte do relatório Tendências Mundiais do Emprego 2012, que prevê diferentes cenários em função do crescimento, estagnação ou piora da economia mundial.
O cenário base da OIT prevê que o número de desempregados em 2012 será de 200 milhões e que aumentará até 206 milhões em 2016, uma taxa que permaneceria sem variações em torno de 6%.
No caso de recessão, esse número dispararia para 204 milhões nesse ano e 209 milhões até 2013. Se a economia se recuperar, especialmente na Eurozona, o prognóstico seria de 199 milhões em 2012, o que não alteraria a taxa de desemprego de 6%.
Estes números, no entanto, não refletem um fenômeno crescente, o dos desenganados: pessoas que deveriam fazer parte da população ativa e que não apenas não estão empregadas como deixaram de buscar trabalho, pois acham que o mercado não tem um lugar para elas.
A OIT calcula que existam 29 milhões de desenganados no mundo, o que equivale a 15% do total de desempregados. Por isso, a taxa mundial de desemprego, na realidade, seria de 6,9%.
Por regiões, em 2012 a taxas de desemprego ficará em 8,5% nos países desenvolvidos; em 7,2% na América Latina e no Caribe; em 4,1% na Ásia Oriental (incluída a China); em 4,7% no Sudeste Asiático; em 3,8% no sul da Ásia (incluindo a Índia); em 10,2% no Oriente Médio; em 10,9% no norte da África; e em 8,8% na África Subsaariana.
Crise
Do déficit de 200 milhões de empregos, 27 milhões podem ser atribuídos à crise a contar de 2007. A OIT calculou em 500 mil os postos de trabalho destruídos ou não criados durante os últimos dois anos.
A organização considera que o maior desafio é a criação de 600 milhões de novos empregos, 200 milhões para cobrir o déficit e mais 40 milhões anuais.
"O número é muito ambicioso porque estamos falando da necessidade de serem criados 400 milhões de bons postos de trabalhos e empregos decentes só para poder satisfazer a nova força de trabalho", disse em entrevista coletiva José Manuel Salazar-Xirinachs, diretor-executivo do setor de Emprego da OIT.
"Sabemos que é um desafio muito grande, infelizmente as perspectivas não são muito boas", acrescentou.
Os jovens são os mais afetados pela crise, já que têm quase três vezes mais possibilidade de estarem parados do que os adultos. Além disso, entre essa parcela da população existem 6,4 milhões de desenganados.
Segundo os dados da OIT, em 2011, 74,8 milhões de jovens estavam desempregados, quatro milhões a mais que em 2007.
Por outro lado, em nível mundial se estima que o número de trabalhadores em vulnerabilidade no emprego é de 1.520 milhões, um aumento de 136 milhões desde 2000 e de quase 23 milhões desde 2009.
Diante desta situação, a OIT propõe quatro ações: coordenar as políticas fiscais, reparar e regular o sistema financeiro, aplicar medidas que se centrem na economia real e encorajar o setor privado para que invista.
Tudo isto, sem comprometer a estabilidade fiscal, mas aplicando políticas de estímulo ao invés de medidas de austeridade.
"Os movimentos atuais em direção a políticas de austeridade vão piorar os problemas do mercado de trabalho. A experiência demonstra que é preciso investir na criação de emprego e estimular o investimento", conclui o estudo.
Guaidó é acusado de pedir desbloqueio de US$ 53 milhões aos EUA para governo paralelo
Valor seria 'orçamento anual' do gabinete do líder opositor, denuncia Jorge Rodríguez, presidente do Poder Legislativo
O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, denunciou nesta terça-feira (13/04) que o ex-deputado Juan Guaidó pode desbloquear US$ 53, 2 milhões (cerca de R$265 milhões) nos Estados Unidos para manter a estrutura do governo paralelo.
Segundo Rodríguez, Guaidó e seus aliados enviaram um orçamento anual ao Escritório de Controle de Bens Estrangeiros (OFAC - sigla em inglês), unidade do Departamento do Tesouro, que libera os dólares diretamente das contas venezuelanas em bancos nos EUA.
O montante seria dividido entre o gabinete da presidência de Guaidó, os seus escritórios de Assuntos Exteriores, deputados da antiga Assembleia Nacional, que seriam parte do seu “Conselho Administrativo”, e o canal TV Capitólio, responsável por cobrir atividades da oposição.
Somente para gastos pessoais do ex-deputado Juan Guaidó teriam sido indicados US$ 2 milhões. Os repasses atingem membros dos quatro maiores partidos da oposição, chamado G4: Vontade Popular, Primeiro Justiça, Ação Democrática e Um Novo Tempo.
Com base em gravações telefônicas do ex-deputado Sergio Vergara, assessor de Guaidó, a AN pode ter acesso aos detalhes do esquema de desvio de dinheiro público venezuelano.
Vergara foi um dos assessores de Guaidó que assinou o contrato com a empresa militar Silverscorp para colocar em prática a Operação Gedeón – tentativa de invasão paramilitar de maio de 2020.
Desde 2019, a Casa Branca reconhece o opositor Juan Guaidó como presidente encarregado da Venezuela, deixando sob sua responsabilidade o gerenciamento dos ativos públicos venezuelanos nos Estados Unidos, incluindo a maior empresa pública da Venezuela no exterior: Citgo Petroleum, filial da Pdvsa.
A Citgo é avaliada em US$ 7 bilhões e tem uma capacidade de refino de 759 mil barris de petróleo anualmente. Entre 2015 e 2017, teve um lucro de cerca de US$ 2,5 bilhões (R$ 10 bilhões). No esquema revelado por Jorge Rodríguez, a diretoria da Citgo teria acesso a US$ 1,15 milhão do orçamento.

Presidente da AN apresentou detalhes do esquema de desvio do dinheiro público venezuelano por parte da oposição aliada a Guaidó
O valor depositado nas contas dos opositores deveria servir para pagar gastos com transporte, alimentação, segurança e seus salários, como assessores políticos nomeados pelo autoproclamado Guaidó.
"Esse dinheiro tem servido para comprar suas mansões em Miami. Roubar é a única atividade na qual Guaidó teve êxito", declarou o presidente do Legislativo.
Neste ano, a OFAC solicitou ao setor guaidosista recortar o "orçamento" e este seria o motivo da reunião liderada por Vergara, que detalhou o passo a passo do repasse do dinheiro no exterior à oposição.
Em resposta ao pedido do Departamento do Tesouro, Guaidó teria encerrado o programa "Heróis da Saúde", criado em 2020, para oferecer um bônus de US$ 100 como recompensa aos profissionais que trabalham no combate à pandemia na Venezuela.
"Eles se roubam entre eles mesmos", acusa Rodríguez e aponta que, neste momento, há uma disputa dentro da oposição venezuelana entre Juan Guaidó e Leopoldo López, do partido Vontade Popular, contra Júlio Borges (Primeiro Justiça) e Henry Ramos Allup (Ação Democrática), para liderar o bloco opositor de extrema-direita e ter prioridade no acesso aos recursos financeiros.
A Venezuela denuncia que possui US$ 7 bilhões bloqueados em entidades bancárias nos Estados Unidos e na União Europeia.
O governo venezuelano denuncia que Guaidó não cumpre com acordos assinados no ano passado para o desbloqueio de parte do dinheiro público que seria destinado para um fundo de combate à pandemia, gerenciado pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
Na última semana, Guaidó conseguiu sacar cerca de US$ 30 milhões (aproximadamente R$ 150 milhões) dos fundos depositados em Londres para cobrir gastos pessoais, mas se negou a liberar as reservas de ouro venezuelano retidas no Banco da Inglaterra.