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Política e Economia

Governo dos EUA financiou oposição síria, revela Wikileaks

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Parte dos opositores rejeitou ajuda norte-americana, por considerá-la "insultante"

Charles Nisz

2012-02-10T17:09:00.000Z

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O governo dos Estados Unidos financiou a oposição ao regime de Bashir Assad por meio da campanha “Anunciando a Democracia Síria”. A revelação é de um telegrama de 27 de fevereiro de 2006, vazado pelo site Wikileaks em 30 de agosto de 2011.

No documento, enviado por Stephen Seche, diplomata na embaixada em Damasco, o governo dos EUA afirma que a campanha contra o presidente sírio inicialmente provocou reações contraditórias entre os membros da oposição local.

Enquanto alguns políticos oposicionistas enxergaram a situação com mais entusiasmo, outros consideraram a oferta "insultante". No despacho, o diplomata relata a reação de um opositor e ex-preso político, que teria acusado os EUA de quererem apenas instrumentos políticos e não parceiros realmente dispostos a estabelecer democracias no Oriente Médio.

Com o passar do tempo, no entanto, a maior parte dos opositores passou a ver com bons olhos a ajuda norte-americana, um sinal de que Washington  “não queria acordo” com o regime de Assad. Eles também deram sugestões de como os EUA poderiam ajudar os opositores

Basil Dahdouh, deputado independente, achava que a oferta de dinheiro era um importante sinal do apoio dos EUA à oposição na Síria. Era um indicativo que os EUA estavam dispostos a cooperar com a queda do regime de Assad. Entretanto, Dahdouh criticou o modo como a oferta foi feita: “burocrática, legalista e pública” demais.  Isso poderia enfraquecer a iniciativa, de acordo com o parlamentar.

Em vez disso, Bahdouh sugeriu ajuda financeira às famílias de presos políticos. De acordo com o parlamentar, algumas centenas de dólares mensais evitariam o empobrecimento dessas famílias. O parlamentar não disse como seria possível implementar um programa dessa natureza, mas sugeriu que o dinheiro poderia ser  entregue aos familiares dos dissidentes pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha.

Bolsas de estudo, programas culturais, prêmios e outras iniciativas poderiam ser utilizadas para enviar dinheiro à oposição síria. O parlamentar também sugere um “centro de traduções”, no qual seria dada voz à imprensa alternativa, crítica de Assad. O objetivo, segundo Bahdouh, era remeter o dinheiro “sem gerar controvérsias”.

Agência Efe

Reação

Uma das mais violentas reações contra a ajuda americana veio do dissidente Yassin Haj Salleh, preso pelo regime de Assad por 18 anos. Ele considerou a proposta insultante e pediu que os EUA “parassem de negociar com os sírios desse modo desrespeitoso”.  Para Salleh, os EUA deveriam apoiar não só a democracia na Síria, mas também o governo palestino eleito democraticamente do partido Hamas.

Para Salleh, a postura dos EUA é incoerente: “Vocês cortam milhões de dólares em ajuda à Palestina e oferecem centavos para estimular a democracia na Síria”, criticou o dissidente. Segundo ele, os EUA são hostis à qualquer ideia de real independência árabe, mesmo nos dias de hoje: “Vocês não querem parceiros, querem instrumentos”.

A reação pública à ajuda também foi dividida. Os nacionalistas mais tradicionais rechaçaram qualquer ajuda e as outras reações continham mais nuances.

Hassan Abdul Azim, porta-voz do Grupo Democrático Nacional, coalizão de cinco partidos da oposição, constituído de pan-arabistas e ex-comunistas, disse que seu grupo recusaria qualquer “financiamento ocidental” e puniria membros que aceitassem aquele dinheiro.

Para o ativista Michel Kilo, os problemas da oposição síria não são financeiros, mas políticos. Segundo Kilo, a principal objeção ao dinheiro americano é a política dos EUA para o Oriente Médio e para a Palestina, finaliza o diplomata americano.

 

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Maioria dos católicos alemães rejeita condenação do aborto

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Declarações do papa e da Igreja contra a interrupção da gravidez são rechaçadas por 58% dos católicos, indica pesquisa

Darko Janjevic

Deutsche Welle Deutsche Welle

Bonn (Alemanha)
2022-08-09T21:59:00.000Z

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Uma pesquisa de opinião realizada na Alemanha revelou uma grande distância entre a os fiéis católicos e a os líderes da Igreja Católica, em relação ao aborto.

O levantamento, realizado pela INSA Consulere a pedido do jornal Die Tagespost, perguntou aos entrevistados: "É bom que o papa e a Igreja se manifestem contra o aborto?"

Somente 17% dos respondentes católicos responderam que sim. Outros 58% disseram que não. Entre os protestantes, apenas 13% eram favoráveis às declarações contra o aborto. Mais de dois terços discordaram dos posicionamentos do papa Francisco ou da Igreja Católica sobre o aborto.

Para a pesquisa foram entrevistados 2.099 cidadãos no fim de julho e início de agosto.

Igreja progride, mas só até certo ponto

O papa Francisco reorientou a Igreja Católica para um caminho mais liberal desde que assumiu o cargo de pontífice, em 2013. Ele tomou posições contundentes sobre padres envolvidos no abuso sexual de crianças, condenou governos de países do Ocidente por deportarem imigrantes, pediu mais ajuda para os pobres e mais esforços para preservar o meio ambiente. Publicamente, ele também agiu para reduzir o preconceito contra pessoas LGBTQ, afirmando que Deus "não renega nenhum de seus filhos" e endossando as uniões civis entre homossexuais.

Papa Francisco conduziu iniciativas para modernizar a Igreja Católica, mas mantém sua firme condenação ao aborto
Eric Gay/dpa/AP/picture alliance

No entanto, o papa Francisco também decepcionou alguns de seus apoiadores mais liberais ao rejeitar a benção católica para os casamentos gays. Ele também recusou-se a abandonar a posição tradicional da Igreja sobre o celibato de sacerdotes, assim como sobre o aborto, que o Vaticano vê como um ato de assassinato.

Francisco sobre o aborto: "É correto contratar um assassino?"

Em entrevista à agência de notícias Reuters em julho, Francisco reafirmou a sua opinião de que fazer um aborto seria semelhante a contratar um assassino.

"A questão moral é se é correto matar uma vida humana para resolver um problema. De fato, é correto contratar um assassino para resolver um problema?" questionou.

A questão do aborto não é a única em que o Vaticano enfrenta perda de apoio na Alemanha. Há menos de três semanas, a Igreja Católica pronunciou-se contrária ao movimento católico progressista alemão Caminho Sinodal, advertindo-o que não tem autoridade para instruir bispos sobre questões de moralidade e doutrina.

O movimento vem fazendo pressão para que os padres sejam autorizados a casar, mulheres possam tornar-se diáconos e que a Igreja dê sua benção a casais do mesmo sexo.

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