Em meio ao escândalo da fabricação irregular das próteses mamárias PIP, clínicas privadas do Reino Unido estão enviando pacientes diagnosticadas com vazamento de silicone para o NHS, o sistema público de saúde do país. As empresas alegam não conhecer os procedimentos adequados para solucionar complicações relacionadas aos implantes.
Autoridades estimam que 40 mil britânicas têm implantadas as próteses da fabricante francesa Poly Implant Prostheses. Apenas 5% das mulheres, contudo, foram operadas pelo sistema público de saúde enquanto a grande maioria se submeteu a cirurgias em clínicas privadas e agora depende delas para substituir o implante.
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O governo britânico se comprometeu a remover as próteses PIP de todas as pacientes operadas pelo sistema público de saúde sem nenhum custo e recomendou que instituições privadas ajam da mesma forma.
Várias empresas já concordaram com essa resolução, mas as BAAPS (Associação Britânica de Cirurgiões Plásticos Estéticos) insiste em estratégias de contenção de gastos para as clínicas privadas.
Fazel Fatah, presidente da entidade, lembra em entrevista ao Huffington Post que “um dos efeitos dos implantes PIP rompidos é uma inflamação dos tecidos expostos ao silicone industrial” empregado pela companhia francesa e que essa reação “se manifesta por meio de caroços, inchaços e aumento dos vasos linfáticos dos seios”.
“Os caroços variam de tamanho e tem que ser removidos cirurgicamente. Se as glândulas linfáticas forem afetadas, também devem ser extraídas e analisadas. De qualquer forma, qualquer cirurgião plástico qualificado pode facilmente adotar esses procedimentos e tomar as decisões mais apropriadas – isso faz parte de nosso treinamento padrão”, explica.
O ex-dirigente da associação Nigel Mercer disse ao mesmo veículo que viu recentemente “vários pacientes com caroços nas axilas” e que, no caso de uma mulher, “um cirurgião admitiu não conhecer procedimentos para removê-los”. Em outro caso, ele conta que a própria clínica disse à paciente que não possuía médicos competentes o suficiente para a operação.
“francamente, nem a contenção de gastos e nem a incompetência deve ser aceita pela mulher afetada”, explica.
(*) Com informações do Huffington Post
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