As forças de segurança da Síria retomaram o controle do bairro de Baba Amr, principal foco de atuação dos grupos rebeldes em Homs, cidade que há quase um ano concentra os protestos pela saída do presidente Bashar Al Assad do poder. A ofensiva terrestre do governo sírio veio após quase um mês de intensos bombardeios na cidade, onde pelo menos dois jornalistas ocidentais morreram na última semana.
Após deixar o local, o Exército Livre Sírio, grupo rebelde formado por desertores, apoiado por países ocidentais, justificou o recuo como “uma retirada tática”. Já o governo comemorou o fato de ter “limpado a área” de grupos armados. Segundo as Nações Unidas, já passa de 7.500 o número de pessoas mortas no conflito sírio.
“Os soldados revistaram cada rua, túnel e casa, buscando armas e homens armados. Ainda resta um pouco de trabalho a fazer, mas posso garantir que Homs voltou a ser território seguro”, afirmouuma fonte do governo sírio à agência Efe.
O chefe do grupo rebelde, coronel Riad al-Asaad, disse que a retirada do ELS foi feita para “proteger a vida dos civis e não conceder ao regime um pretexto para continuar bombardeando”.
Em declarações à rede de televisão catariana “Al Jazeera”, Riad al-Asaad lamentou a morte de civis durante a ofensiva, mas ressaltou que “as forças do regime também sofreram numerosas baixas nos combates com o ELS”.
Em Homs, permanecem retidos os jornalistas franceses William Daniel e Edith Bouvier, gravemente ferido na perna durante um ataque de artilharia contra um centro de imprensa improvisado em Baba Amr.
Resgate humanitário
Os intensos bombardeios fizeram com que este bairro viva uma situação de crise humanitária, segundo os grupos opositores, que denunciam a falta de alimentos e remédios, e o corte das comunicações e da energia.
Para atenuar esta situação, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha negociava há uma semana com o regime e a oposição, e nesta quinta-feira obteve a permissão das autoridades para entrar em Baba Amr.
O porta-voz da instituição na Síria, Saleh Dabakeh, disse à agência Efe que os membros da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho buscarão nesta sexta-feira retirar os feridos e doentes e proporcionar o acesso de alimentos e remédios ao bairro.
Esta decisão coincide com a aprovação de uma resolução condenatória contra o regime de Bashar al-Assad no Conselho de Direitos Humanos da ONU. O texto reivindica o fim das violações dos direitos humanos e dos ataques contra civis, além do acesso das agências humanitárias às áreas mais afetadas no país.
O Conselho de Segurança da ONU também pediu nesta quinta-feira à Síria que permita o acesso “imediato e sem obstáculos” da subsecretária-geral do organismo para Assuntos Humanitários, Valerie Amos, e criticou “a rápida deterioração” da situação humanitária que vive o país árabe.
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