O diretor-geral da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), o japonês Yukiya Amano, afirmou nesta terça-feira (22/05) que a agência assinará “em breve” um acordo com o Irã a respeito de uma estruturação nas investigações sobre o programa nuclear do país islâmico.
Amano afirmou que se reuniu nesta segunda-feira (21) em Teerã com o negociador de temas nucleares do país, Saeed Jalili. “Foi tomada a decisão com Jalili de assinar um acordo. Seguem existindo algumas diferenças, mas elas não serão um obstáculo”, afirmou o diplomata japonês em entrevista à imprensa no aeroporto de Viena.
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Apesar das declarações, o diretor da AIEA não deu detalhes a respeito do prazo para a assinatura do acordo. Tampouco falou sobre a estrutura das novas investigações, que deverão garantir uma maior abertura das instalações nucleares iranianas.
Segundo Amano, a AIEA quer uma um acesso maior a pessoas, documentos e instalações para que possa esclarecer supostas dimensões militares do programa nuclear do país.
Os países ocidentais acusam os iranianos de desenvolver bombas nucleares a partir de seu programa. Os iranianos negam as acusações e asseguram que suas instalações e pesquisas não têm caráter militar.
Nesta quarta-feira (23), o Irã participa de uma importante reunião em Bagdá, no Iraque, com o chamado grupo 5+1, composto pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China) mais a Alemanha.
Por fim, o diretor-geral da AIEA destacou que o acordo incluirá o um importante tema nas discussões entre a agência e os iranianos: a instalação militar de Parchín, perto de Teerã.
Os agentes da AIEA insistem em visitar a instalação, pois suspeitam que o país produz armas nucleares no local. O Irã sempre negou o acesso à instalação, pois alega que a base tem caráter militar e não nuclear.
“Falei diretamente com os responsáveis políticos do Irã. Entendemos melhor nossas posições”, concluiu o diretor. As autoridades iranianas ainda não se posicionaram sobre o assunto. Por conta da polêmica que envolve suas instalações nucleares, o Irã vem sofrendo nos últimos anos com sanções dos Estados Unidos e da União Europeia.