Um inquérito no Congresso dos Estados Unidos revelou que o Serviço Secreto do país foi alvo de 64 reclamações de conduta sexual inadequada nos últimos cinco anos. A divulgação dos dados ocorre no momento em que o grupo enfrenta forte pressão dos congressistas norte-americanos por conta do escândalo de prostituição que envolveu 12 agentes do serviço na Colômbia durante viagem do presidente Barack Obama para a Cúpula das Américas, em abril.
De acordo com o líder da comissão de segurança interna do Congresso, o senador independente Joe Lieberman, a maioria das reclamações diz respeito a e-mails com mensagens “sexualmente sugestivas”. Três dos casos envolve relações inapropriadas com estrangeiros e uma trata de uma relação sexual não-consensual. Para o senador, as alegações são “perturbadoras”.
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As críticas fizeram com que o diretor do Serviço Secreto do país, Mark Sullivan, fosse convocado a depor no Congresso. Sullivan afirmou que esse tipo de conduta não é tolerada. Para ele, o comportamento dos agentes “não é algo habitual” e “não representa o alto nível ético que pedimos a nossos quase 7 mil funcionários”.
O diretor disse ainda que o caso que envolve relação sexual não-consensual foi investigado, mas arquivado. Em relação às demais acusações, Sullivan disse que os responsáveis receberam penas administrativas.
Colômbia
O escândalo dos agentes na Colômbia aconteceu um dia antes da chegada do presidente Barack Obama para a Cúpula das Américas, realizada em Cartagena, entre os dias 13 e 15 de abril.
Na ocasião, oito agentes do Serviço Secreto, sendo dois supervisores, foram acusados de terem levado mais de 20 prostitutas para quartos de hotel. Os envolvidos eram responsáveis diretos pela segurança do presidente norte-americano durante o encontro e foram criticados pelos problemas que o ato poderia ter causado à comitiva.
“É difícil para muita gente, inclusive para mim, crer que uma noite os agentes que estavam ali para proteger o presidente, de repente, espontaneamente, fizessem algo que outros agentes nunca tinham feito”, afirmou Lieberman no Congresso.
Sullivan classificou o episódio como uma “aberração” e negou ter havido falha na segurança neste especial em especial. Ao comentar o caso, o diretor voltou a dizer que o comportamento dos envolvidos, todos eles afastados, não reflete a conduta da agência.