A decisão da presidente Dilma Rousseff de vetar parcialmente nesta sexta-feira (25/05) o polêmico Código Florestal foi repercutido por alguns dos principais veículos da Europa e dos Estados Unidos. De modo geral, a imprensa internacional apontou que, mesmo não tendo vetado por completo o projeto aprovado no Congresso em abril, Dilma agradou ambientalistas e grande parte da população com sua decisão.
Em um artigo do jornalista Paulo Cabral publicado em seu site, a emissora britânica BBC aponta que Dilma optou por uma solução que “tenta deixar todo mundo mais ou menos razoavelmente satisfeitos e adia discussões difíceis para depois”.
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BBC destacou o anúncio da ministra Isabella Teixeira nesta sexta
“Dilma Rousseff terá que apresentar decretos presidenciais para substituir os artigos vetados, mas estes também terão que passar por um Congresso profundamente dividido. Por isso, esse debate está longe de terminar”, aponta Cabral no artigo.
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Já a emissora norte-americana CNN chama a atenção para o fato do veto de Dilma a 12 artigos do Código acontecer a menos de um mês do Rio+20, que será sediado no Rio de Janeiro.
“Muitos brasileiros pediram por um voto completo, com protestos por todo o país e com o recolhimento de 1,9 milhões de assinaturas em uma petição”, apontou a emissora em texto publicado no seu site.
O jornal espanhol El Mundo ressaltou os vários pedidos de brasileiros e associações de defesa do meio ambiente por todo o mundo para que Dilma vetasse o Código por completo. O diário destaca ainda que Dilma vetou dois dos principais artigos combatidos pelos críticos ao texto aprovado no Congresso.
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El Mundo destaca o veto de Dilma ao artigo que previa anistia aos fazendeiros que desmataram áreas proibidas
“Dilma vetou um artigo que reduzia as áreas de preservação nas margens dos rios, assim como aquele que limitava minimamente as obrigações de recuperação das áreas degradadas”, apontou o jornal.
O também espanhol El País, que confundiu Roussef com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, evidenciou o veto da brasileira ao artigo que dava anistia àqueles que haviam desmatado áreas proibidas.
“Não foi uma decisão fácil para a presidente, ainda mais as véspera da cúpula Rio+20, a conferência mundial sobre Meio Ambiente organizada pela ONU a ser realizada no Brasil no próximo mês. Rousseff, que considerou uma derrota de seu governo a aprovação do novo Código, claramente inclinado para as demandas de grandes proprietários de terras que formam maioria no Congresso, se viu pressionada por várias frentes”, afirmou o jornal em uma matéria em seu site.
Alguns dos artigos vetados por Dilma serão substituídos por decretos provisórios e estarão em vigor até que o Congresso conclua os debates a respeito da decisão da presidente. Os parlamentares até poderão alterar o texto novamente, mas para isso precisarão de maioria no Congresso.
Para a ministra Isabella Teixeira, a decisão de Dilma irá fortalecer a “preservação” dos ecossistemas e, ao mesmo tempo, estimular a “produção sustentável” na agricultura.