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Os partidos de esquerda e centro esquerda de Portugal exigiram neste domingo (10/06) a renegociação do plano de resgate firmado com a União Europeia, após o bloco ter aprovado um empréstimo de até 100 bilhões de euros à Espanha sem exigir contrapartidas macroeconômicas. No ano passado, a UE emprestou cerca de 30 bilhões de euros para o governo português equilibrar as contas públicas, mas impôs uma série de políticas de austeridade fiscal que prejudicam a atividade econômica e penalizam a população.
Para Antonio José Seguro, secretário-geral do Partido Socialista português, o principal da oposição, Portugal deveria aproveitar o momento para exigir o mesmo tratamento dado à Espanha.
A ajuda financeira aos bancos espanhóis representa um “reconhecimento da UE de que a austeridade não é o caminho”, disse o líder do PS. “É necessário que a UE trate todos os Estados-membros da mesma maneira. Não pode haver Estados de primeira e Estados de segunda”, afirmou.
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José Gusmão, líder do Bloco de Esquerda, afirmou ser “incompreensível” que o governo português já tenha vindo a público para dizer que não pedirá a revisão do acordo. “Não podem existir diferentes tratamentos a membros da zona euro em situações semelhantes”, disse Gusmão.
O governo do conservador Pedro Passos Coelho disse que um pedido de renegociação não se justifica por enquanto, embora espere o mesmo tratamento. “Não vejo razão para pedir uma renegociação das condições”, afirmou o primeiro-ministro português. “Estaremos atentos para ver como se processa o programa específico aos bancos espanhóis”.
“Se houver alguma condição excepcional que deveria ser compartilhada com os outros países sob assistência, não tenho dúvida de que será aplicada”, acrescentou o líder conservador luso, em declarações aos jornalistas após um ato oficial. Passos Coelho argumentou que a ajuda à Espanha será concedida aos bancos, e não ao Estado espanhol.