Países africanos abandonam grupos de negociação em Copenhague
Países africanos abandonam grupos de negociação em Copenhague
Os países africanos, apoiados pelos outros países em desenvolvimento, abandonaram hoje (14) os grupos de negociação na Conferência sobre mudanças climáticas de Copenhague, informaram um ministro e uma ONG.
Essas nações acusaram os países ricos hoje de tentarem "matar" o Protocolo de Quioto para a redução da emissão de gases do efeito estufa, no que é a maior divisão desde o início da conferência, há quatro dias.
Attila Kisbenedek/AFP
Protesto organizado pela ONG Oxfam International em Copenhague
“Os países desenvolvidos estão tentando enfraquecer as discussões com as 192 nações”, disse Kamel Djemouai, um membro da delegação argelina que lidera o grupo africano em Copenhague. Ele disse que o plano das nações ricas "significa que nós iremos aceitar a morte do único instrumento legalmente reunido que existe agora", referindo-se a Quioto. Outro delegado africano ouvido pela agência de notícias AP também disse que os ricos querem "matar Kyoto".
"A África soou o sinal de alerta para evitar que o trem descarrile ao fim desta semana. Os países pobres querem um resultado que garanta importantes reduções das emissões. Os países ricos, no entanto, estão tentando atrasar as discussões sobre o único mecanismo que dispomos para isto, o Protocolo de Quioto", afirmou Jeremy Hobbs, diretor executivo da ONG Oxfam International.
"Isso é uma retirada por conta dos processos e formas, não uma retirada por causa da substância, e isso é lamentável", disse a ministra australiana da Mudança Climática, Penny Wong.
Discordância
As nações em desenvolvimento querem estender a existência do Protocolo de Quioto, que obriga os países ricos, exceto os EUA, a cortar as emissões dos gases de efeito estufa até 2012, e trabalhar em separado em um novo acordo para os países em desenvolvimento.
Mas muitos países ricos querem fundir o protocolo de 1997 com um novo e único acordo com obrigações para todas as nações, como parte de uma investida contra o aquecimento global.
O ministro dinamarquês Connie Hedegaard, que preside o encontro, planeja encontrar com os ministros do Meio Ambiente hoje para tentar desbloquear o diálogo em pontos-chaves, como a profundidade nos cortes de emissão de gases do efeito estufa pelos países desenvolvidos até 2020 e o montante de dinheiro destinado para ajudar os países pobres.
A maioria dos países desenvolvidos é favorável a um documento único porque os EUA, o número dois em emissão de gases do efeito estufa depois da China, estão fora do Protocolo. Eles temem assinar um novo Quioto enquanto Washington fique de fora, com um regime menos restrito, junto com as maiores nações em desenvolvimento.
Moscou acusa Ucrânia de atacar cidade russa com mísseis
Pelo menos três pessoas morreram após explosões em Belgorod, diz autoridade local; russos reivindicam tomada de Lysychansk
A Rússia acusou neste domingo (07/03) a Ucrânia de disparar três mísseis contra a cidade de Belgorod, perto da fronteira ucraniana, em ataques nos quais pelo menos três pessoas morreram e outras quatro ficaram feridas.
"As defesas antiaéreas russas derrubaram três mísseis de fragmentação Tochka-U lançados por nacionalistas ucranianos contra Belgorod", disse o porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, Igor Konashenkov, acrescentando que "após a destruição dos mísseis ucranianos, os destroços de um deles caíram sobre uma casa".
Antes, o governador da região, Viacheslav Gladkov, havia informado na rede Telegram que explosões foram registradas na cidade nas primeiras horas deste domingo, danificando 11 prédios residenciais e 39 casas.
"As causas do incidente estão sendo investigadas, as defesas antiaéreas foram ativadas", acrescentou, sem dar mais detalhes.
Gladkov disse que foi rapidamente para as cinco ruas afetadas pelas explosões no norte da cidade, não muito longe do centro.
Um homem e uma criança foram hospitalizados, outros dois feridos foram atendidos no local, segundo autoridades locais.
Desde o início da ofensiva da Rússia na Ucrânia em 24 de fevereiro, o governo russo acusou repetidamente as forças ucranianas de realizar ataques em solo russo, especialmente na região de Belgorod.
Em Belgorod vivem cerca de 400 mil pessoas. A cidade fica cerca de 40 quilômetros ao norte da fronteira com a Ucrânia e é o centro administrativo da região de mesmo nome.
No início de abril, o governador Gladkov acusou a Ucrânia de atacar um depósito de combustível em Belgorod com dois helicópteros.
Belarus também acusa ataques ucranianos
O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, disse que seu exército derrubou mísseis disparados em seu território a partir da Ucrânia e promete responder "instantaneamente" a qualquer ataque inimigo.
"Estamos sendo provocados", disse Lukashenko à agência de notícias estatal Belta. "Devo dizer que cerca de três dias atrás, talvez mais, eles tentaram atacar alvos militares em Belarus a partir da Ucrânia.

Yevgeny Silantyev/TASS/dpa/picture alliance
Segundo autoridade regional, 11 prédios e 39 casas foram danificadas em Belgorod
A Ucrânia disse na semana passada que mísseis disparados de Belarus atingiram uma região de fronteira dentro de seu território.
Russos reivindicam tomada de Lysychansk
O governo da Rússia afirmou que suas forças assumiram neste domingo o controle da última grande cidade controlada pela Ucrânia na província de Lugansk, aproximando Moscou de seu objetivo declarado de tomar toda a região ucraniana de Donbass.
O ministro russo da Defesa, Serguei Shoigu, disse ao presidente russo, Vladimir Putin, que tropas russas junto com membros de uma milícia separatista local "estabeleceram o controle total sobre a cidade de Lysychansk", segundo agências russas de notícias.
Combatentes ucranianos passaram semanas tentando defender Lysychansk e impedir que seja tomada pela Rússia, como ocorreu com a vizinha Sievierodonetsk há uma semana.
Um conselheiro do presidente ucraniano previu na noite de sábado que a cidade pode ser ocupada pelos invasores dentro de dias.
As autoridades ucranianas não forneceram imediatamente uma atualização sobre a situação da cidade.
Há uma semana, o governador de Lugansk disse que as forças russas estavam fortalecendo suas posições em uma batalha severa para capturar o último reduto de resistência na província. "Os ocupantes lançaram todas as suas forças em Lysychansk. Eles atacaram a cidade com táticas incompreensivelmente cruéis'', afirmou Serguei Haidai disse no aplicativo de mensagens Telegram.
Um rio separa Lysychansk de Sievierodonetsk. Oleksiy Arestovych, um conselheiro do presidente ucraniano, disse durante uma entrevista online na noite de sábado que as forças russas conseguiram pela primeira vez atravessar o rio pelo norte, criando uma situação "ameaçadora".
Arestovych disse que os invasores não chegaram ao centro da cidade, mas que o curso dos combates indicava que a batalha por Lysychansk seria decidida até segunda-feira.
As forças russas intensificaram no sábado seus ataques à cidade ucraniana de Lysychansk, alegando ter cercado “completamente” o último reduto ucraniano na região de Lugansk. A Ucrânia negou o cerco.
Se Lysychansk cair, toda a região de Lugansk – que junto com Donetsk compõe a região leste do Donbass – poderá ficar sob controle russo, marcando outro avanço estratégico para o presidente russo, Vladimir Putin.