Um estudo da Faculdade de Ciências do Uruguai concluiu que cerca de 49,83 % dos uruguaios consideram legítimo o uso de práticas ilegais,por parte de policiais no combate a criminosos. Os números também apontam que 22,43% aprovam que a seja feita ‘justiça com as próprias mãos’.
“O Uruguai está bem acima da América Latina em relação à porcentagem de entrevistados que acham que os procedimentos policiais não devem ser respeitados em todos os casos”, diz o estudo Vitimização e Justiça Vigilante no Uruguai. O levantamento foi elaborado por Fernando Borraz, Cecilia Rossi e Massimo Chouhy, membros do Departamento de Economia.
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Os pesquisadores explicam que durante o estudo, eles procuram relacionar de que forma as pessoas que sofreram com algum tipo de violência avaliam a prática de ações fora da lei. A conclusão foi que a probabilidade de um cidadão aprovar práticas ilegais é 5,6 vezes maior nos casos em que os entrevistados sofreram com algum delito em um período de até um ano.
“Quando o indivíduo é vítima direta do crime, ou se sente particularmente vulnerável e inseguro, é mais provável que dê legitimidade a quem faz justiça por conta própria ou que aprove aqueles que a executam”, diz o estudo. “A experiência negativa estaria dando terreno para crenças mais punitivas”, avaliam os pesquisadores.
Sobre as ações de policias que desrespeitam a lei, a pesquisa aponta que a concordância ou não com a prática depende mais do posicionamento ideológico do entrevistado do que ao fato dele ter ou não sido vítima de algum tipo de violência.
“As considerações sobre a ação da polícia e do respeito pelos processos judiciais na perseguição de criminosos depende mais da filosofia de vida do entrevistado e as suas posições ideológica (do que as experiências pessoais)”, observa a pesquisa.