Agricultores franceses jogam estrume perto do Palácio do Eliseu
Agricultores franceses jogam estrume perto do Palácio do Eliseu
Dezenas de agricultores franceses jogaram hoje (17) estrume e palha nas proximidades do Palácio do Eliseu, a residência oficial do presidente da França, Nicolas Sarkozy, em um protesto contra a situação do setor, que passa por uma das piores crises da história. Desde 2007 os preços dos alimentos apresentam forte queda.
Fred Dufor/AFP
O protesto dos agricultores coincidiu com o primeiro dia de nevasca na capital francesa
A manifestação, organizada de madrugada pelo grupo Jovens Agricultores - uma ala do principal sindicato agrário nacional -, foi rapidamente controlada pela polícia, que dispersou os manifestantes com bombas de gás lacrimogênio, conforme informaram veículos franceses.
Pierre Bot, um dos participantes do protesto, disse à rádio France Info que o objetivo da ação era chamar a atenção de Sarkozy, que, segundo, afirmou, seria o único que poderia realmente intervir e mudar a situação do setor agrário.
Bot, que fez referência à diminuição da renda dos agricultores, criticou, em particular, a evolução da Política Agrária Comum (PAC).
Segundo um estudo publicado na terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INSEE), a receita dos agricultores franceses deve despencar 34,4% este ano, depois de ter caído 20,3% em 2008 em virtude do desabamento dos preços, da diminuição dos subsídios e do aumento de certos custos associados ao crédito.
Histórias da Nossa Classe: a solidariedade de classe é necessária
Neste episódio, Opera Mundi conversou com o presidente da Associação Heinrich Plagge, Tarcisio Tadeu, que participou das grandes greves do ABC da década de 80
Neste episódio do Histórias de Nossa Classe, Opera Mundi conversou com o presidente da Associação Heinrich Plagge, Tarcisio Tadeu, que foi funcionário da Volks nos anos 60 e 70, em São Bernardo, e participou das grandes greves do ABC da década de 80.
Na conversa, Tadeu comenta sobre episódios históricos que foram determinantes para a ascensão dos metalúrgicos enquanto categoria organizada, quando os sindicalistas conseguiram mobilizar milhares de trabalhadores para reivindicar direitos, como ajustes salariais e férias.
"Amor ao próximo sem consciência de classe é síndrome de estocolmo, aprendi isso em casa nos primeiros anos da minha juventude. A importância de saber nosso lugar no ciclo histórico e o valor do companheirismo eu entendi no chão da fábrica", disse.
Histórias da Nossa Classe é uma série de entrevistas realizadas pelo jornalista José Igor, em parceria com a Associação Heinrich Plagge, na qual as trabalhadoras e os trabalhadores do ABC relatam a resistência operária e as perseguições políticas sofridas pelos metalúrgicos durante a ditadura militar brasileira (1964-1985).