O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, recebeu alta hoje (17) do Hospital San Raffaele, onde estava internado desde domingo, quando teve o nariz e dois dentes quebrados ao ser agredido em Milão.
Com parte do rosto coberto por um espécie de atadura branca, Berlusconi deixou o hospital de carro. Ele não saiu do veículo para falar com a imprensa, mas de dentro cumprimentou os vários jornalistas que o aguardavam na saída do centro médico.
Giuseppe Cacace/AFP
“Duas coisas me ficam desta experiência: o ódio de alguns poucos e o amor de tantos, muitíssimos italianos”, declarou Berlusconi, em uma mensagem oficial divulgada pelo governo, na qual pede “uma nova era de diálogo”.
“Se o que aconteceu gerar uma consciência maior da necessidade de uma linguagem mais moderada e honesta na política italiana, então esta dor não terá sido inútil”, acrescentou.
O premiê seguiu para sua residência em Arcore, nos arredores de Milão. Por recomendações médicas, ele passará os próximos 15 dias em repouso absoluto.
Segundo a edição de hoje do jornal suíço Le Matin, nos próximos dias Berlusconi visitará uma clínica no país para “tirar do rosto a marca dos ferimentos da agressão”. A informação, confirmada pelo prefeito da cidade de Gravesano, Carlo Zoppi, ainda não foi comentada pelo governo italiano. Na mesma clínica, em 2003, Berlusconi se submeteu a procedimentos cirúrgicos de ordem estética.
Por ora, também estão suspensos todos os compromissos do primeiro-ministro, como a entrevista coletiva de fim de ano e a visita que faria em 25 de dezembro à cidade de L'Aquila, destruída por um terremoto em abril deste ano.
Quatro dias
Berlusconi teve que passar quatro noites no hospital apesar de um prognóstico inicial que assinalava entre 24 e 36 horas de observação devido às dores persistentes no rosto causadas pelo impacto e a antigos problemas cervicais reavivados pela agressão.
O agressor de Berlusconi, Massimo Tartaglia, de 42 anos, que se submete a tratamento psiquiátrico há 10 anos, deverá permanecer na prisão de San Vittore em Milão por ordem judicial. A justiça rejeitou o pedido de seus advogados para que fosse transferido a um hospital psiquiátrico.
NULL
NULL
NULL