O Conselho Permanente da OEA (Organização dos Estados Americanos) se pronunciou nesta sexta-feira (20/07) contra a suspensão do Paraguai e a favor de que o secretário-geral do organismo, José Miguel Insulza, prepare o envio de uma missão de apoio ao país.
O Conselho Permanente do organismo realizou em Washington uma reunião a portas fechadas, improvisada e de caráter informal. Segundo uma fonte diplomática, tratou-se de “uma espécie de consulta da posição dos países membros da OEA a respeito da suspensão ou não do Paraguai”.
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“Posso dizer que houve unanimidade no respaldo a uma missão de apoio ao processo democrático, o que será organizado pelo secretário-geral nos próximos dias. Posso dizer que a possibilidade de suspender o Paraguai foi descartada”, alegou.
A fonte também enfatizou que “a maior parte dos países se pronunciou pela não suspensão do Paraguai”, uma medida que havia sido requisitada por vários Estados-membros do organismo interamericano.
A reunião também teria deixado claro “um consenso geral para que a OEA cumpra o seu papel fundamental na América Latina de fortalecer os sistemas democráticos perante o grande desafio de apoiar o Paraguai neste momento”.
Nesse sentido, citou como exemplo os iminentes desafios o cumprimento do calendário eleitoral no Paraguai para o pleito geral de 21 de abril de 2013, ao qual a OEA enviará observadores.
Fernando Lugo foi destituído da Presidência do Paraguai em 22 de junho após um “julgamento político” no Congresso e foi sucedido por seu vice-presidente, Federico Franco, que promete governar até 15 de agosto de 2013.
O presidente cassado, Fernando Lugo, que prevê concorrer às eleições de 2013, “goza de garantias de liberdade e está fazendo campanha”. Por essa razão, a OEA argumenta que, no Paraguai, “rege a normalidade total”.
O Paraguai “vive em paz, em liberdade, e todas as instituições funcionam normalmente. Isso é uma grande demonstração de que um país pode superar uma crise e seguir transitando pelo caminho da democracia”, avaliou o diplomata.
Contraponto
Por sua vez, a Unasul (União das Nações Sul-Americanas), não segue essa mesma linha de raciocínio. Enquanto a OEA se reunia em Washington, representantes do Parlasul (Parlamento sul americano) e do Mercosul desembarcavam no Paraguai para uma série de encontros do novo cenário político.
A delegação se encontrará com o presidente da Corte Suprema de Justiça do país, Don Victor Nuñez e, em seguida, se reunirá tanto com o presidente do Congresso, Don Jorge Oviedo Matto, quanto com o novo executivo, Federico Franco. Também foi reservado espaço na agenda do grupo para ouvir organizações e associações civis.
Franco assegurou no mesmo dia que em 15 de agosto de 2013 entregará o governo ao líder que for eleito. Seu governo foi rejeitado por diversos países da região, que consideram a cassação de Lugo um atentado à democracia.
Por essa razão, o Paraguai ficará suspenso da Unasul e do Mercosul enquanto “não for restabelecida a ordem democrática”. Segundo seus opositores, Lugo foi destituído por conta do “mau desempenho” de sua gestão após 17 pessoas terem morrido em uma violenta retirada de camponeses sem-terra de um sítio no sudeste do país.