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Política e Economia

Julgamento da banda Pussy Riot expõe controverso sistema judicial russo

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Banda punk é acusada de vandalismo e ódio religioso por protesto no altar da maior Igreja da Rússia

Marina Mattar

2012-07-30T18:47:00.000Z

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Agência Efe

Integrantes da banda punk Pussy Riot no julgamento nesta segunda-feira (30/07)

O julgamento das três integrantes da banda punk Pussy Riot, que chamaram a atenção do mundo por terem protestado contra o presidente russo no altar da maior igreja do país, teve início nesta segunda-feira (30/07) e se estenderá até o dia 15 de agosto. Sob a acusação de vandalismo e ódio religioso, Maria Alyokhina, Nadezhda Tolokonnikova e Yekaterina Samutsevich podem ser condenadas a até sete anos de prisão pela canção “Virgem Maria, expulse Putin”.

Apesar de o tribunal em Moscou estar de olho no trio de rock, organizações e ativistas de direitos humanos de todo o mundo estão prestando atenção nas atitudes do sistema judicial russo, acusado internacionalmente por não tolerar críticas ou dissidências do governo de Vladimir Putin.

As artistas foram presas em fevereiro deste ano após apresentaram sua canção na Catedral de Cristo Salvador em Moscou. A música, que imita a melodia de canções religiosas e utiliza palavrões para criticar o governo russo bem como a suposta corrupção dentro da igreja ortodoxa, provocou a ira de diversos representantes de ambas as instituições. 

O líder dos cristãos ortodoxos na Rússia, o Patriarca Kirill que está envolvido em diversos escândalos de corrupção, condenou a apresentação da banda e disse que sua atitude foi uma “blasfêmia”. A Promotoria do Estado russo também insistiu que a Pussy Riot “pode ter causado um dano considerável aos valores sagrados cristãos” além de terem realizado “uma agressão às fundações seculares da Igreja Ortodoxa russa”. 

Reprodução

Imagem das Pussy Riot durante protesto no altar da Categral em fevereiro deste ano

Apesar de pedirem desculpas aos cristãos que se sentiram ofendidos com a performance, as acusadas se recusaram a admitir sua culpa por considerarem que o protesto não configura  um crime segundo as leis da Rússia. As artistas mantiveram sua posição mesmo com a possibilidade de firmar uma negociação com o promotor e diminuir sua pena. “Nós nos recusamos a assumir culpa”, disse Nadezhda. 

“O tema principal da nossa apresentação não é a Igreja Ortodoxa, mas sim a ilegitimidade das eleições”, afirmou Yekaterina segundo o diário britânico The Daily Mail. "As chamadas (pelo Patriarca) para votar em Putin e para não ir aos comícios de protesto são claras violações dos princípios de um estado laico”, continuou ela. 

Os advogados de defesa das Pussy Riot impetraram pedido no tribunal desta segunda-feira (30/07) para chamar o representante da instituição religiosa a testemunhar no processo, informou a rede Interfax. “Venho solicitar a convocação do Patriarca Kirill como líder da Catedral de  Cristo Salvador e da Igreja Ortodoxa Russa, que pode responder à perguntas em nome de todos os crentes ortodoxos e explicar os fundamentos canônicos do cristianismo ortodoxo", disse Volkova Violetta, advogada de defesa.

A justiça russa já recusou diversos pedidos judiciais da defesa, incluindo uma apelação para enviar o processo de volta ao Escritório da Promotoria já que não existem provas suficientes. Segundo os relatos divulgados no Twitter simultâneos ao julgamento, o tribunal de Moscou continua a boicotar os advogados da banda que antes mesmo da sessão, chegaram a acusar o judiciário de parcialidade. 

“Estou considerando isso como o início de uma campanha autoritária e repressiva do governo que procura dificultar a atividade política e criar um sentimento de medo entre os ativistas políticos”, acrescentou Yekaterina. 

Reprodução

Artista russo, Petr Pavlensky, protestou em frente ao tribunal em Moscou contra a prisão das "Pussy Riots"

Figuras importantes da arte na Rússia protestaram a favor das acusadas e pediram ao governo para soltá-las. Na semana passada, Petr Pavlesnky (foto acima) chamou a atenção da mídia internacional quando costurou sua boca em solidariedade à banda punk que ganhou, até mesmo, um site “Freepussyriot.org”.  

A luta das artistas atravessou os oceanos e mobilizou diversos famosos, como Sting e Red Hot Chili Peppers que pediram por sua liberdade durante show em São Petesburgo. Iiro Rantala, um proeminente músico finlandês de jazz, cancelou sua apresentação na capital russa em protesto à prisão das mulheres assim como o artista plástico britânico, Stuart Semple, decidiu não disponibilizar suas obras para o Festival de Artes de Moscou. 

“Nós estamos pedindo às autoridades russas para tirar suas queixas de vandalismo e soltar imediatamente Maria, Ekaterina e Nadezhda”, disse Kate Allen, o diretor da Amnestia Internacional do Reino Unido. “A Amnestia continuará em sua campanha pela sua libertação durante o tempo que for necessário”, acrescentou ele que lembrou ao governo russo que mais de 12 mil pessoas já assinaram petição em favor das Pussy Riots.

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Política e Economia

União Europeia declara que texto de acordo nuclear é 'definitivo'; Irã nega finalização

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Negociações entre bloco econômico e Irã ocorrem para tentar salvar o acordo chamado Joint Comprehensive Plan of Action (JCPOA), assinado originalmente em 2015

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2022-08-08T22:30:00.000Z

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Fontes da União Europeia informaram nesta segunda-feira (08/08) que o bloco econômico apresentou um "texto final" para o acordo nuclear que é debatido em Viena, na Áustria, com o Irã e com os membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

"Nós trabalhamos por quatro dias e hoje o texto está na mesa. A tratativa terminou, o texto é definitivo e não será renegociado", disse um funcionário do bloco, em condição de anonimato, aos jornalistas que acompanham os debates.

Pouco tempo depois, porém, o governo do Irã negou a informação por meio da declaração de um diplomata à agência estatal iraniana Irna. "Não estamos em uma fase em que sequer podemos falar de finalização de texto", disse o representante, em condição de anonimato.

Segundo o iraniano, ainda há alguns pontos em "suspensão" e o resultado das conversas "dependerá da determinação dos outros participantes em tomar decisões políticas sobre as propostas já apresentadas por Teerã".

Em Viena, outro funcionário da União Europeia contou aos jornalistas que as delegações dos países e organizações envolvidos deixariam o local e que agora "tudo dependerá da resposta formal dos participantes", o que deve ocorrer nos próximos dias.

European External Action Service/Flickr
Bloco econômico apresentou um "texto final" para o acordo nuclear; para Irã ainda há alguns pontos em "suspensão"

As negociações entre as partes ocorrem para tentar salvar o acordo assinado em 2015, chamado de Joint Comprehensive Plan of Action (JCPOA), que inclui todos os membros do CS da ONU (Estados Unidos, França, China, Rússia e Reino Unido - mais a Alemanha), com intermediação da UE.

O pacto perdeu força em 2018, quando o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retirou o país do acordo e reimpôs sanções unilaterais contra o Irã. Como resposta, Teerã parou de respeitar diversos itens do pacto de maneira intensa, como o enriquecimento de urânio, o que poderia indicar a construção de armas nucleares. Na última semana, o governo do país chegou a dizer que já tinha essa capacidade, mas que não queria construir os armamentos.

No entanto, com a eleição de Joe Biden, que tomou posse em janeiro de 2021, voltou a ser aberta a possibilidade de que os EUA voltassem ao acordo para tentar apaziguar a situação.

E, desde o fim do ano passado, dezenas de reuniões entre delegações de todas as nações envolvidas foram realizadas para tentar a chegar a um novo acordo para a implementação das regras.

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