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Política e Economia

Argentinos celebram o primeiro casamento gay da América Latina

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Argentinos celebram o primeiro casamento gay da América Latina

José

2009-12-29T12:53:00.000Z

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Após enfrentar uma batalha judicial, o primeiro casal homossexuais da América Latina, a região mais católica do mundo, consegue se casar. Alex Freyre, de 30 anos, e José María Di Bello, de 41 anos, casaram-se ontem (28) no único cartório civil da cidade de Ushuaia, capital da província de Terra do Fogo, a 3.500 quilômetros ao sul de Buenos Aires.

Freyre e Di Bello haviam tentado se casar no dia 1º de dezembro, após obter uma autorização, mas, quando tudo estava preparado em um cartório civil de Buenos Aires, uma controvérsia judicial impediu o casamento.

O matrimônio foi bloqueado pela juíza federal Marta Gomez Alsina porque a lei argentina não prevê o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Freyre explicou que o cartório civil havia se recusado a registrar o casamento com Di Bello. Depois, a governadora de Terra do Fogo, Fabiana Ríos, recorrendo à Suprema Corte, conseguiu a autorização da união.

"Sabíamos que a governadora é uma pessoa que simpatiza com esta causa", disse Di Bello, afirmando que "este é um passo para a igualdade jurídica de todos e todas".

“Minhas pernas não param de tremer, foi muito emocionante. Somos o primeiro casal gay da América Latina a se casar”, contou Di Bello.

"É um fato histórico", disse Claudio Morgano, presidente do Inadi ( Instituto Nacional contra a Discriminação, a Xenofobia e o Racismo), uma testemunha do casamento.

Em 2002, a Argentina se tornou o primeiro país da América Latina a permitir uniões entre pessoas do mesmo sexo. As uniões civis em Buenos Aires e em outras três cidades argentinas garantem direitos maritais legais para casais do mesmo sexo, mas não outros, como o de adoção. Um projeto de lei para o casamento homossexual está em debate na Câmara dos Deputados, mas está parado por falta de acordo entre os principais blocos.

No dia 21 de dezembro, a Assembleia Legislativa da Cidade do México aprovou os casamentos homossexuais, mas a lei vai vigorar apenas em fevereiro. Até agora, só existiam uniões civis, que não contemplam o direito à adoção, no Distrito Federal mexicano, em Buenos Aires, na Colômbia e no Uruguai.

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SUB40

Tabata Tesser: Católicas pelo Direito de Decidir exigem aborto legal, seguro e gratuito no Brasil

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Mulheres cristãs são as que mais abortam, e progressismo vira conservadorismo quando se trata de direitos femininos, diz ativista; veja vídeo na íntegra

Pedro Alexandre Sanches

São Paulo (Brasil)
2022-07-01T13:05:00.000Z

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A socióloga Tabata Tesser, ativista da organização Católicas pelo Direito de Decidir, esteve no programa SUB40 desta quinta-feira (30/06), com Haroldo Ceravolo Sereza, e descreveu a dupla militância do movimento, simultaneamente junto à Igreja Católica e aos poderes constituídos no país. 

“Defendemos que esta pauta esteja no debate político e eleitoral e, no que concerne às Católicas pelo Direito de Decidir, iremos pressionar um futuro governo progressista pelo aborto legal, seguro e gratuito no Brasil”, disse.

O tema ganhou repercussão adicional nos últimos dias após os casos da menina de 11 anos que foi estuprada em Santa Catarina e impedida por decisão da juíza Joana Ribeiro de realizar o aborto, a que tinha direito por lei, e da atriz Klara Castanho, que teve sua intimidade revelada após entregar para adoção, também sob amparo legal, um bebê que era fruto de um estupro. 

Nos Estados Unidos, na sexta-feira (24/06), a Corte Suprema revogou na prática o direito ao aborto, em vigor desde 1973, transferindo a cada estado do país a responsabilidade de legislar sobre o tema.

Tesser afirma que a sociedade e as instituições brasileiras, inclusive a Igreja Católica, humanizam e “cidadanizam” o feto ao mesmo tempo que desumanizam a menina ou mulher, ao restringirem e combaterem o poder de decisão sobre seus próprios corpos. “Essa concepção punitivista de pecado, que mais quer punir a vítima que entender seu sofrimento, é um processo que viola a liberdade de consciência e o direito de escolha, questões fundamentais para o cristianismo desde Santo Agostinho”, afirma. 

Católica praticante e filha de um ex-pastor evangélico e de uma aviadora, a socióloga exerce o ativismo a partir de dentro, num trabalho iniciado em proximidade com a Teologia da Libertação, na Pastoral da Juventude e nas Comunidades Eclesiais de Base. No processo, diz que foi convencida tanto teologicamente como politicamente de que lutar pelo aborto no Brasil significa lutar por justiça social. 

Essa concepção se aprofundou em 2013, no contexto das chamadas Jornadas de Junho, quando travou contato com o grupo Católicas pelo Direito de Decidir e encontrou respostas a questionamentos que fazia sobre atravessamentos machistas, coloniais e racistas dentro da instituição.

Reprodução
Tesser defende que debate sobre o aborto é uma 'urgência' atual

“Podemos falar sobre justiça social, mas não sobre o direito de decidir. Historicamente, o papel das mulheres na Igreja Católica é de reprodução e maternidade. A concepção de virgindade de Maria retira qualquer possibilidade sexual no ato de gravidez”, critica. 

Questão de saúde pública

O movimento Católicas pelo Direito de Decidir defende o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) como plataforma para o exercício dos direitos reprodutivos, à base de planejamento familiar, cuidados pré-natais, combate à violência obstétrica e a violações contra a mulher nos períodos de gestação, parto e pós-parto.

De acordo com Tesser, a concepção católica antiaborto se desconecta da realidade e na prática penaliza preferencialmente mulheres pobres e negras, enquanto as classes média e alta realizam os mesmos procedimentos sob proteção privilegiada em clínicas particulares. 

"As mulheres que mais realizam abortos no Brasil são cristãs, católicas ou evangélicas”, pontua. Ela cita iniciativas semelhantes à das Católicas pelo Direito de Decidir no neopentecostalismo, como a Frente Evangélica pela Legalização do Aborto, as Evangélicas pela Igualdade de Gênero e a Rede de Mulheres Negras Evangélicas.

A reação conservadora contra os direitos femininos não se restringe a setores reacionários e fundamentalistas, mas se verifica também entre progressistas, que, afirma, se tornam conservadores quando o assunto é aborto. Um exemplo é o da reação de políticos a uma fala recente do candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva, na direção de que a legalização é questão de saúde pública. “O movimento feminista ficou espantado com lideranças que afirmaram que não era hora de falar nesse assunto. Há muitos anos sempre falam para nós que nunca é a hora. Ficou muito evidente como setores progressistas não estão preparados para o debate sobre o aborto. A urgência é agora", defendeu.

A socióloga descreve o ataque aos direitos femininos pelo lado bolsonarista: “vivemos um momento em que direitos que eram assegurados estão sendo violados por um governo que tem na sua lógica a criminalização máxima do aborto, logo a criminalização máxima das mulheres e meninas”. 

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